ARTE E STREAMING
Quem acompanha a série "The White Lotus" desde o início já está familiarizado com o estilo do criador e diretor Mike White: uma mistura de gêneros que conduz a uma trama envolvida em mistério — e que sempre termina em morte.
A pergunta que nos prende até o fim remete aos clássicos da teledramaturgia: quem morreu? E quem matou? Sem dar spoilers, vale destacar outro traço fundamental da série: o uso da arte na abertura como um elemento que antecipa — ou sugere — desfechos da história.
Desta vez, os créditos iniciais trazem imagens inspiradas nos murais tailandeses do templo Wat Suwannaram, em Bangkok.
Pintados com pigmentos naturais, carvão e folhas de ouro, estes murais seguem a técnica tradicional tailandesa: iniciam-se com o contorno das figuras e são preenchidos com cores sólidas.
As cenas são ricas em detalhes, representando episódios das vidas passadas do Buda, como o Vessantara Jataka, em composições contínuas ao longo das paredes. As figuras aparecem de forma estilizada, com posturas elegantes e uso simbólico do espaço, sem perspectiva ocidental.
Cada uma dessas narrativas destaca uma das dez perfeições (paramitas) cultivadas rumo à iluminação. Entre elas, estão a generosidade, a moralidade, a renúncia, a sabedoria, o esforço, a paciência e a verdade.