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5 artistas têxteis que você precisa conhecer

Esse estilo permite misturar técnicas ancestrais e influências de diferentes momentos da história da arte

Por Redação Bravo!
24 set 2025, 08h00
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Sheila Hicks, no The Hepworth Wakefield, 2022 (Joanne-Crawford/reprodução)
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Algumas linguagens artísticas parecem ocupar um espaço discreto na contemporaneidade. Muitas vezes não percebemos sua presença, mas elas estão em galerias, bienais, feiras de arte — e até no carnaval. Esse é o caso da arte têxtil.

O que é arte têxtil?

Como o nome sugere, trata-se de obras criadas a partir de tecidos, fios, fibras ou outros materiais flexíveis. A partir deles, os artistas dão forma a tapeçarias, esculturas, instalações ou até peças que dialogam com a pintura. Aqui não se trata apenas de um suporte, o têxtil funciona como ponte entre o criador e o público, permitindo misturar técnicas tradicionais e influências de diferentes momentos da história da arte. O estilo combina saberes tradicionais, transmitidos de geração em geração, com a experimentação da arte atual.

Na prática

Hoje, em várias partes do mundo, artistas têm reinventado os usos do fio e do tecido, transformando-os em narrativas visuais e poéticas. A seguir, cinco nomes que ajudam a entender a força dessa linguagem.

Sheila Hicks

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Sheila Hicks, no The Hepworth Wakefield, 2022 (Joanne-Crawford/reprodução)

Nascida em Nebraska (EUA) em 1934, Sheila Hicks é uma das grandes referências da arte têxtil contemporânea. Formada em pintura pela Universidade de Yale, onde estudou com Josef Albers, aprofundou-se na tecelagem durante uma viagem pela América do Sul, pesquisando os tecidos andinos.

Ao longo de mais de seis décadas, construiu um trabalho que vai do pequeno ao monumental: peças delicadas como os “Minimes”, tapeçarias de parede e esculturas de fibras tridimensionais, além de instalações públicas em grande escala. Sua produção mostra como o tecido pode transitar entre a intimidade e o impacto coletivo.

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Faith Ringgold

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Faith Ringgold (Guy Bell/Shutterstock/reprodução)

Artista multifacetada, Faith Ringgold (1930–2024) ficou conhecida por suas colchas narrativas, onde pintura, tecido e histórias se entrelaçam. Criada no Harlem, em uma família que incentivava a arte e a criatividade, cresceu cercada por música, literatura e referências culturais que se tornaram parte de sua linguagem.

Formada em educação artística pelo City College de Nova York, viajou pela Europa, onde teve contato com os principais instituições de arte do mundo, como o Louvre, que influenciou sua série Coleção Francesa. Nos anos 1970, viajou à África Ocidental, experiência que serviu para ampliar ainda mais seu repertório e técnica. Entre suas obras mais conhecidas estão Tar Beach (1988), Dancing at the Louvre (1991) e We Came to America (1997). 

Alex Rocca

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Alex Rocca (Acervo Pessoal/reprodução)
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No Brasil, um dos principais nomes da arte têxtil é Alex Rocca, artista e designer de Curitiba. Sua produção parte da ancestralidade afro-brasileira e de referências culturais e religiosas de matriz africana, unindo fios, tecidos e materiais como cobre, madeira e pedra.

Com experiência também em direção de arte para cinema, cenografia e design de interiores, Rocca leva sua versatilidade para os trabalhos têxteis. Em 2023 e 2025, esteve em destaque em feiras e galerias como a SP-Arte e o Museu Oscar Niemeyer, com séries como Manto, Herança e Altar. Além das exposições, colaborou com a Renner no projeto Coleção Somos Arte, aproximando a moda da arte contemporânea.

Karen Dolorez

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Karen Dolorez (Follow the Colours/reprodução)

Artista de São Paulo, Karen Dolorez investiga o corpo como espaço de protesto e reflexão. Suas obras unem tecido e gesto para questionar padrões sociais, políticos e culturais, além de resgatar a figura histórica da mulher tecelã, conectando tradição e contemporaneidade.

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Ao convidar o público a tocar e interagir com suas peças, Karen busca criar experiências sensoriais que provoquem reflexão e emoção. Já participou de festivais, exposições, foi contemplada pelo PROAC e teve trabalhos selecionados para a Bienal de Artes do Sesc. Entre suas obras estão Tempo (2024), tapeçaria em crochê, e Quando o amor comeu o meu medo da morte (2018), da série Sobre o Amor.

Anni Albers

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Anni Albers (John T. Hill/Josef & Anni Albers Foundation/reprodução)

Entre as pioneiras da arte têxtil moderna está Anni Albers (1899–1994). Nascida em Berlim, foi pintora, designer e professora da Bauhaus, onde aprofundou a relação entre tecelagem artesanal e design moderno.

Embora inicialmente tivesse interesse pela pintura, acabou se dedicando à tecelagem, uma das poucas áreas abertas às mulheres na escola. Em 1930, formou-se com um tecido inovador, resistente ao som e reflexivo à luz. Poucos anos depois, fugiu da Alemanha nazista com o marido, o artista Josef Albers, estabelecendo-se nos Estados Unidos, onde lecionou no Black Mountain College.

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Sua obra combina técnica, utilidade e sensibilidade artística. Entre seus trabalhos mais conhecidos está a coleção de tecidos Éclat, desenvolvida em parceria com a empresa Knoll, que segue influente até hoje. 

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