A arte pode funcionar como remédio?
Um projeto-piloto na Suíça está oferecendo ingressos gratuitos para museus a pessoas que enfrentam questões de saúde mental
Estresse, depressão e burnout ganharam uma nova forma de cuidado na cidade de Neuchâtel, na Suíça. Um projeto-piloto está oferecendo ingressos gratuitos para museus a pessoas que enfrentam questões de saúde mental. A iniciativa tem duração prevista de dois anos.
A proposta funciona como um tratamento complementar, sem substituir abordagens tradicionais, como a psicoterapia ou o uso de medicamentos. A base do projeto é um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2019, que aponta os benefícios da arte para a saúde: melhora do bem-estar emocional, redução dos impactos causados por traumas e menor risco de declínio cognitivo, como perda de memória e de outras funções mentais.
Se os resultados forem positivos, o programa poderá ser ampliado para incluir outras expressões artísticas, como o teatro e a dança. Um dos pontos que mais chamam atenção é o baixo custo da operação: até agora, foram investidos apenas 11.300 dólares.
Mais do que o poder terapêutico da arte, médicos e autoridades locais destacam o benefício de tirar as pessoas de casa, promovendo movimento e estímulo intelectual. “É um pensamento ilusório achar que dizer a esses pacientes para caminhar ou dar um passeio para melhorar sua forma física antes da cirurgia vai funcionar”, afirmou Marc-Olivier Sauvain, chefe do departamento de cirurgia da Rede Hospitalar de Neuchâtel, em entrevista à agência Associated Press. “É um pensamento ilusório achar que dizer a esses pacientes para caminhar ou dar um passeio para melhorar sua forma física antes da cirurgia vai funcionar. Acredito que esses pacientes realmente se beneficiarão das prescrições de visitas a museus.
Iniciativas semelhantes já existem em outros países. Desde 2018, o Museu de Belas Artes de Montreal, no Canadá, em parceria com a associação Médicos Francófonos do Canadá, permite que médicos prescrevam visitas gratuitas ao museu como parte do tratamento de seus pacientes. O objetivo é usar a arte como aliada no cuidado à saúde mental.
Cada prescrição garante acesso gratuito ao paciente e a até três acompanhantes. A proposta é aliviar sintomas de depressão, ansiedade, estresse e até dores crônicas, promovendo bem-estar por meio do contato com a arte e da experiência estética.
Será que uma ideia como essa poderia ser desenvolvida também no Brasil?
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