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Adriana Varejão e Rosana Paulino representarão o Brasil na Bienal de Veneza

A seleção foi feita pela curadora Diane Lima; a 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia acontece entre maio e novembro de 2026

Por Humberto Maruchel
9 out 2025, 04h55
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Da direita para a esquerda: Diane Lima, Rosana Paulino e Adriana Varejão.  (Creditos: Wallace DomingRodrigo Ladeira e Tinko Czetwertynski/divulgação)
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As artistas Adriana Varejão e Rosana Paulino foram escolhidas para representar o Brasil na 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, que será realizada entre 9 de maio e 22 de novembro de 2026, em Veneza. A seleção foi feita pela curadora Diane Lima, indicada pela Fundação Bienal de São Paulo para desenvolver o projeto do pavilhão brasileiro em uma das mostras de arte mais prestigiadas do mundo.

O projeto curatorial, intitulado “Comigo ninguém pode”, faz referência à planta homônima, amplamente presente nas casas brasileiras. A espécie é conhecida tanto por seu poder de proteção espiritual quanto pela capacidade de resistir em diferentes condições, simbolizando força, sabedoria popular e sobrevivência — temas que atravessam as obras das artistas convidadas.

Para Diane, as duas artistas se conectam ao abordar temas ligados às marcas do colonialismo e ao desejo de reinterpretar a história por meio da arte. “Juntas, Paulino e Varejão representam historicamente o que há de mais revolucionário quando se fala da presença das mulheres no campo da arte nacional. Suas poéticas em consonância e fricção fazem coro com as lutas dos movimentos sociais e da democracia, sem nunca perder a capacidade sensível de nos arrebatar e surpreender com alta qualidade técnica. Junto às ideias de proteção e toxicidade, Comigo ninguém pode, como um ditado popular, também refere-se ao processo de transferência do conhecimento sobre a natureza para o âmbito da vida, refletindo portanto um processo de manifestação coletiva que acontece naturalmente quando ‘comigo’ se torna um ‘nós’, se torna muitos e uma nação inteira, que usa a sua sabedoria como forma de defesa e soberania”, declarou a curadora em comunicado à imprensa.

Desde 2023, o processo de escolha do projeto curatorial e artístico do Pavilhão do Brasil passou a ser conduzido por uma comissão formada por representantes do Ministério da Cultura, do Itamaraty e da Fundação Bienal de São Paulo, que avalia as propostas apresentadas por curadores convidados. O novo formato busca trazer mais transparência e diversidade de perspectivas na definição das representações brasileiras.

A edição de 2026 da Bienal de Veneza terá como tema In Minor Keys, título que faz alusão aos tons menores da música, tradicionalmente associados a emoções sutis e introspectivas. O conceito, elaborado pela curadora Koyo Kouoh — que faleceu em maio de 2024, vítima de um câncer —, será desenvolvido por sua equipe a pedido de sua família e do conselho da Bienal. Koyo, nascida em Camarões e baseada em Dakar, seria a primeira curadora negra a dirigir a principal mostra internacional de arte. A proposta parte da ideia de escutar o mundo em outra frequência, valorizando o que é discreto, sensível e marginal, transformando a melancolia em potência poética e espiritual.

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Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) e Rosana Paulino (São Paulo, 1967) figuram entre as artistas brasileiras de maior relevância no cenário global. Varejão constrói, desde os anos 1980, uma obra que reflete sobre o passado colonial e as contradições da identidade brasileira, com trabalhos que integram coleções como as do Tate Modern, MoMA, MASP e do Instituto Inhotim, onde possui um pavilhão permanente. Paulino, por sua vez, é doutora em Artes Visuais pela USP e dedica sua produção a temas como raça, gênero e memória, questionando a invisibilidade das mulheres negras na história da arte. Premiada com o MUNCH Award (Noruega, 2024) e o Konex Mercosur (Argentina, 2022), a artista tem obras em acervos de instituições como o Centre Pompidou, Tate Modern, MoMA e MASP.

Pavilhão do Brasil na 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia

Comissária: Andrea Pinheiro (presidente da Fundação Bienal de São Paulo)

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Curadoria: Diane Lima

Artistas: Adriana Varejão e Rosana Paulino

Local: Pavilhão do Brasil – Giardini di Castello, Veneza, Itália

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Período: 9 de maio a 22 de novembro de 2026

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