ArPa mira equilíbrio de gênero com quase 50% das galerias lideradas por mulheres
A feira de arte, que acontece no Pacaembu, irá ocorrer entre os dias 28 de maio e 1º de junho; serão apresentadas obras de mais de 100 artistas de14 países

São Paulo se firma, ano após ano, como um dos polos mais dinâmicos das artes plásticas na América Latina. Esse crescimento se deve, em grande parte, à criação de novos espaços que incentivam o encontro entre artistas, galerias e colecionadores. Um dos nomes que se destacam nesse cenário é a ArPa Feira de Arte, que chega à sua quarta edição ocupando o emblemático Estádio do Pacaembu.
A feira já tem data marcada: acontece entre os dias 28 de maio e 1º de junho. Nesta edição, serão apresentadas obras de mais de 100 artistas, reunindo 60 galerias de 14 países. Entre eles, Argentina, Brasil, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Israel, Itália, Líbano, México, Portugal, República Tcheca e Uruguai. O comitê curatorial da feira é formado por Camilla Barella, diretora-geral da ArPa, Cristina Candeloro, diretora de relacionamento institucional, e Ana Sokoloff, responsável pelo Setor UNI.
A presença internacional também se reflete nas instituições convidadas. Através do Programa Prisma, a ArPa promove o diálogo entre o mercado e grandes acervos públicos e privados, contando com representantes de instituições como a Colección FEMSA, Fundação Ama, LACMA, National Gallery e Tate Modern.
Outro ponto relevante desta edição está na liderança feminina: 24 das galerias participantes são dirigidas por mulheres, entre elas, as brasileiras Raquel Arnaud (SP), Luisa Strina (SP) e Marco Zero (PE), e as internacionais Casas Riegner (Colômbia), Formatocomodo (Espanha) e Agustina Ferreyra (México).
“A feira dá destaque ao protagonismo feminino ao garantir visibilidade a artistas mulheres — historicamente sub-representadas no mercado — e ao celebrar a trajetória de galeristas pioneiras como Luisa Strina, Raquel Arnaud e Nara Roesler, além de impulsionar uma nova geração de lideranças femininas no setor”, detalha Camilla Barella, diretora-geral da ArPa.
Vale destacar também uma mudança no formato de participação das galerias: neste ano, cada estande deverá limitar o número de artistas exibidos, criando uma experiência expositiva mais concentrada, no modelo de pequenas mostras individuais. “A proposta é que o público tenha uma imersão mais significativa nas obras apresentadas, valorizando projetos inéditos, pensados especialmente para a feira, e com menos artistas por estande. Essa escolha também está alinhada ao amadurecimento da feira e à consolidação de seu posicionamento como espaço de excelência curatorial no cenário latino-americano”, continua Camilla.
Entre as estreias da edição 2025 da ArPa, destacam-se nove galerias que participam pela primeira vez: a brasileira COTT e as latino-americanas Aninat Galería (Chile), Calvaresi Contemporáneo (Argentina), Casas Riegner (Colômbia), Constitución (Chile) e Coral Gallery (Brasil), além das internacionais FORMATOCOMODO (Espanha), OMR (México) e Ruth Benzacar (Argentina), ampliando o alcance geográfico e o repertório artístico da feira.
A expansão física da feira é outro sinal de seu crescimento. Em 2025, a ArPa ampliará sua área expositiva ao ocupar também o Ginásio Poliesportivo Mercado Livre, além dos espaços tradicionais do estádio. Para a organização, a expansão reforça o papel da feira não só como agente do mercado de arte, mas como espaço de pensamento crítico e curadoria ativa. “A expectativa para o futuro é expandir sua relevância internacional, sem abrir mão da coerência curatorial e da valorização da produção artística latino-americana. A feira busca ser um polo de visibilidade para projetos construtivos, comprometidos com a formação de público, a diversidade e a profundidade dos conteúdos apresentados. Entre os desafios, destaca-se a manutenção da qualidade em meio ao crescimento, a fidelização de um público interessado em arte como experiência e conhecimento — não apenas como ativo financeiro — e a capacidade de gerar impacto comercial real para as galerias e artistas representados”, conclui Camilla.
A estrutura da feira está organizada em três núcleos principais. O Setor Principal reúne a maioria das galerias participantes, com forte presença de projetos coletivos e individuais de destaque nacional. O Setor UNI é voltado a exposições solo: serão 12 mostras que exploram temas contemporâneos como poder, pertencimento e marginalização. Já o Setor Base se dedica a práticas ligadas à pedagogia e à construção comunitária, com propostas colaborativas e programação de debates.
E não para por aí: em paralelo à feira, acontece também a MADE – Mercado. Arte. Design, dedicada ao design colecionável. A mostra reúne estúdios e criadores do Brasil e do exterior, promovendo a cultura do design contemporâneo.
ArPa Feira de Arte
Mercado Livre Arena Pacaembu | Rua Capivari (Portão 23) ou Praça Charles Miller
De 28 de maio a 1º de junho de 2025
Quarta a sábado, das 13h às 20h | Domingo, das 11h às 18h
Ingressos: R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia)