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Bienal de Arte de São Paulo anuncia os artistas da edição de 2025

A seleção dos participantes se inspirou no fluxo migratório de pássaros, visando refletir trajetórias distintas que atravessam fronteiras

Por Redação Bravo!
Atualizado em 11 jun 2025, 13h58 - Publicado em 11 jun 2025, 07h00
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 (Ming Smith/divulgação)
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Novas notícias do mundo das artes. A Bienal de Arte de São Paulo anunciou a lista de artistas participantes desta edição. Neste ano, a programação levará o título “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, trecho inspirado no poema “Da calma e do silêncio”, da poeta Conceição Evaristo. A Bienal está prevista para começar em 6 de setembro deste ano

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Maxwell Alexandre, Sem título, 2021. Betume, látex e acrílica sobre papel pardo. 160 x 120 cm. Cortesia do artista e Estúdio Megazord (Thiago Barros / Bienal de São Paulo/divulgação)

Entre os artistas mais conhecidos da 36ª edição, estão nomes como Maxwell Alexandre, artista carioca que vem ganhando destaque internacional com suas pinturas de grande escala que abordam questões de identidade negra e urbanidade; Maria Auxiliadora, pintora autodidata ligada à arte popular brasileira, cuja obra tem sido redescoberta por importantes instituições; e Heitor dos Prazeres, figura histórica do modernismo brasileiro, também reconhecido por sua contribuição ao samba.

No circuito internacional, destacam-se Frank Bowling, pintor britânico nascido na Guiana, referência no abstracionismo e na diáspora africana, com obras na Tate e no MoMA; Wolfgang Tillmans, fotógrafo alemão vencedor do Turner Prize e presença constante em grandes museus; e Otobong Nkanga, artista nigeriana cujos trabalhos investigam ecologia, memória e colonialismo, com forte presença em bienais e exposições institucionais ao redor do mundo. Os participantes percorrem diversas linguagens, como performance, vídeo, pintura, som, instalação, escultura, escrita, além de propostas coletivas e musicais.

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Otobong Nkanga. Unearthed – Midnight, 2021. Tapeçaria tecida com fios de trevira, multifilamento, polipropileno para áreas externas, elirex, mohair, monofilamento, fulgaren e viscose. 350 x 600 cm. Cortesia da artista. (Markus Tretter/divulgação)
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O conceito da exposição foi desenvolvido por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, ao lado dos cocuradores Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, da cocuradora at large Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus.

A geografia e a ecologia desempenharam papel fundamental na seleção dos artistas. A equipe conceitual da Bienal buscou inspiração nos trajetos migratórios das aves para orientar esse processo, adotando como referência caminhos como o do gavião-de-cauda-vermelha entre as Américas, do pássaro combatente que cruza Ásia Central e Norte da África, e do trinta-réis-ártico em suas longas jornadas polares.

Os artistas vêm de diversas regiões do mundo, marcadas por rios, mares, desertos e montanhas; territórios que carregam histórias de migração, resistência e convivência. Destacam-se rios como o Tâmisa, o Amazonas, o Hudson, o Limpopo e o Essequibo, além da Baía de Matanzas. A proposta é revelar como suas trajetórias se entrelaçam a esses diferentes territórios e culturas, valorizando práticas artísticas que nascem dessas vivências e das águas que cruzam fronteiras, aproximando memórias, vivências e mundos. A expografia, criada com consultoria inicial de arquitetura da Agence Clémence Farrell, também tomou como inspiração o fluxo dos e dinâmica dos rios.

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“Este processo metodológico nos ajudou a evitar as classificações a partir dos Estados-nação e das fronteiras. Por meio dos sentidos de navegação dos pássaros, de seu impulso de deslocamento por terras e águas, de seu senso de sobrevivência, de sua compreensão expandida de espaços e tempos, assim como de suas urgências e agências, pudemos nos envolver com práticas artísticas em diversas geografias, enquanto refletimos sobre o que significa unir a humanidade, no contexto da 36ª Bienal de São Paulo”, afirma Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.

A Bienal ocupará o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em São Paulo, com visitação gratuita, até 11 de janeiro de 2026. Confira a lista completa dos artistas participantes da 36ª Bienal de São Paulo:

Adama Delphine Fawundu, Adjani Okpu-Egbe, Aislan Pankararu, Akinbode Akinbiyi, Alain Padeau, Alberto Pitta, Aline Baiana, Amina Agueznay, Ana Raylander Mártis dos Anjos, Andrew Roberts, Antonio Társis, Behjat Sadr, Berenice Olmedo, Bertina Lopes, Camille Turner, Carla Gueye, Cevdet Erek, Chaïbia Talal, Christopher Cozier, Cici Wu, Cynthia Hawkins, Edival Ramosa, Emeka Ogboh, Ernest Cole, Ernest Mancoba, Farid Belkahia, Firelei Báez, Forensic Architecture, Forugh Farrokhzad, Frank Bowling, Frankétienne, Gê Viana, Gervane de Paula, Gōzō Yoshimasu, Hajra Waheed, Hamedine Kane, Hamid Zénati, Hao Jingban, Heitor dos Prazeres, Helena Uambembe, Hessie (Carmen Lydia Đurić), Huguette Caland, I Gusti Ayu Kadek Murniasih (Murni), Imran Mir, Isa Genzken, Joar Nango com a equipe de Girjegumpi, Josèfa Ntjam, Juliana dos Santos, Julianknxx, Kader Attia, Kamala Ibrahim Ishag, Kenzi Shiokava, Korakrit Arunanondchai, Laila Hida, Laure Prouvost, Leiko Ikemura, Leila Alaoui, Leo Asemota, Leonel Vásquez, Lidia Lisbôa, Lynn Hershman Leeson, Madame Zo, Madiha Umar, Malika Agueznay, Manauara Clandestina, Mansour Ciss Kanakassy, Mao Ishikawa, Márcia Falcão, Maria Auxiliadora, María Magdalena Campos-Pons, Marlene Almeida, Maxwell Alexandre, Meriem Bennani, Metta Pracrutti, Michele Ciacciofera, Ming Smith, Minia Biabiany, Moffat Takadiwa, Mohamed Melehi, Moisés Patrício, Myriam Omar Awadi, Myrlande Constant, Nádia Taquary, Nari Ward, Nguyễn Trinh Thi, Noor Abed, Nzante Spee, Olivier Marboeuf, Olu Oguibe, Oscar Murillo, Otobong Nkanga, Pélagie Gbaguidi, Pol Taburet, Precious Okoyomon, Raukura Turei, Raven Chacon com Iggor Cavalera & Laima Leyton, Rebeca Carapiá, Richianny Ratovo, Ruth Ige, Sadikou Oukpedjo, Sallisa Rosa, Sara Sejin Chang (Sara van der Heide), Sérgio Soarez, Sertão Negro, Sharon Hayes, Shuvinai Ashoona, Simnikiwe Buhlungu, Song Dong, Suchitra Mattai, Tanka Fonta, Thania Petersen, Theo Eshetu, Théodore Diouf, Theresah Ankomah, Trương Công Tùng, Tuần Andrew Nguyễn, Vilanismo, Werewere Liking, Wolfgang Tillmans e Zózimo Bulbul.

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Além desses, cinco artistas participam da 36ª Bienal no programa Afluentes, realizado na Casa do Povo, com curadoria de Benjamin Seroussi e Daniel Blanga Gubbay: Alexandre Paulikevitch, Boxe Autônomo, Dorothée Munyaneza, Marcelo Evelin e MEXA.

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Aislan Pankararu. É a Bahia, Porra ! Tinta acrílica sobre tela de linho cru. 2025 (Estúdio em Obra/divulgação)
36ª Bienal de Arte de São Paulo

6 set 2025 – 11 jan 2026
Pavilhão Ciccillo Matarazzo | Parque Ibirapuera · Portão 3 · São Paulo, SP
Entrada gratuita

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