Bienal de Veneza: 5 artistas brasileiros em destaque nesta edição
A 60ª Bienal de Veneza terá abertura oficial no próximo sábado, 20
No próximo sábado, 20, terá início a 60ª Bienal de Arte de Veneza, a mais prestigiada exposição contemporânea do mundo. O evento ficará em exibição até 24 de novembro de 2024. O Brasil terá um papel de destaque nesta edição, com o curador Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp (Museu de Arte de São Paulo), à frente da mostra. Além disso, o país será representado por diversos artistas, incluindo Claudia Andujar, Manauara Clandestina, Anna Maria Maiolino (italiana radicada no Brasil e vencedora do Leão de Ouro desta edição), Dalton Paula, Rubem Valentim, Joseca Mokahesi Yanomami e André Taniki Yanomami, que estarão presentes no Núcleo Contemporâneo da Bienal.
O título desta 60ª edição é “Stranieri Ovunque” (Estrangeiros em todos os lugares), expressão que carrega dois significados: a presença de estrangeiros em diferentes partes do mundo e a sensação individual de se sentir estrangeiro, independentemente de onde estiver. Além disso, dentro dos Pavilhões Nacionais, o Brasil será representado com a exposição “Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam”, de Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó, no Pavilhão Hãhãwpuá. A mostra conta com a curadoria do trio Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana.
Conheça abaixo alguns dos artistas presentes na Bienal de Veneza que merecem a sua atenção:
Dalton Paula (DF)
Fazendo sua estreia na Bienal de Veneza, Dalton Paula explora diversas formas de linguagem, como pintura, instalação, performance, fotografia e fabricação de objetos. Sua série “Retratos de Corpo Inteiro” (2023-24) apresenta figuras históricas afrodescendentes envolvidas em movimentos de resistência à escravidão no Brasil.
Joseca Mokahesi Yanomami (AM)
Vive na comunidade Watoriki, em terra Yanomami. É conhecido por seus desenhos que retratam o universo de seu povo, apresentando mitos, cantos xamânicos e momentos do cotidiano Yanomami. Esta é a primeira vez que um de seus trabalhos é exposto na Bienal.
MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin (AC)
O Movimento de Artistas Huni Kuin (MAHKU) foi criado em 2013, na região do alto Rio Jordão. Eles participarão da Bienal pela primeira vez, com um grande mural para a fachada do Pavilhão Central. Nele, retratam o mito de kapewë pukeni (a ponte do jacaré), simbolizando a conexão entre os continentes asiático e americano através do Estreito de Bering.
Manauara Clandestina (AM)
Artista trans que trabalha com fotografia, vídeo, performance, têxteis e moda. Em suas obras, ela frequentemente destaca a comunidade travesti. Na Bienal, ela irá apresentar a segunda versão do vídeo “Migranta” (2020-23).
Rubem Valentim (Salvador, 1922 – 1991)
Rubem Valentim é uma figura proeminente na arte brasileira, especialmente na produção afro-atlântica do século XX. Durante sua “Fase de Roma”, ele explorou símbolos relacionados aos orixás do Candomblé, combinando curvas e geometrias em suas obras. As composições trazem referências ao orixá Xangô como símbolo de justiça.