Christo e Jeanne-Claude: conheça o casal de artistas que reinventou a arte contemporânea
Reconhecidos por intervenções que uniram escultura, arquitetura e performance, a dupla realizou projetos monumentais em diferentes partes do mundo.
Algumas vezes, a história da arte é marcada por narrativas de bastidores tão fascinantes quanto as próprias obras. É o caso de Christo Vladimirov Javacheff e Jeanne-Claude Denat de Guillebon, dupla que deixou um legado singular ao transformar paisagens e monumentos em experiências visuais de grande escala.
Reconhecidos por intervenções que uniram escultura, arquitetura e performance, Christo e Jeanne-Claude realizaram projetos monumentais em diferentes partes do mundo. Entre os mais emblemáticos estão Wrapped Coast, na Austrália; Running Fence e The Umbrellas, nos Estados Unidos e no Japão; Wrapped Reichstag, em Berlim; e The Gates, no Central Park de Nova York. Após a morte dos artistas, a equipe que acompanhava o casal concluiu O Arco do Triunfo, Embrulhado, em Paris, e segue trabalhando na execução de The Mastaba, idealizado como o único projeto permanente da dupla. Esse último trata-se de um projeto concebido em 1977 para o deserto de Liwa, a cerca de 160 km ao sul de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).
Quando concluída, será a maior escultura contemporânea do mundo em volume, formada por 410 mil barris de aço coloridos, organizados como um mosaico que remete à arquitetura islâmica. A obra terá 150 metros de altura, 300 metros de comprimento e 225 metros de largura, com paredes inclinadas a 60 graus. O planejamento estrutural envolveu estudos de engenharia realizados por universidades na Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Japão, com análise final da empresa alemã Schlaich Bergermann Partner.
Trajetória dos artistas
Christo nasceu em 1935, em Gabrovo, na Bulgária, e deixou seu país ainda jovem, em meio às transformações políticas do Leste Europeu. Passou por Praga, Viena e Genebra até se estabelecer em Paris, no final dos anos 1950. Foi na capital francesa que conheceu Jeanne-Claude, nascida em Marrocos, com quem iniciou uma parceria de vida e criação que se estendeu por décadas. Juntos, produziram obras que desafiaram os limites da arte e transformaram a percepção do espaço público. Jeanne-Claude faleceu em 2009, e Christo, em 2020, em Nova York, onde viveu desde os anos 1960.
Um aspecto singular do trabalho da dupla era a independência financeira: suas obras eram viabilizadas principalmente pela venda de desenhos, maquetes e registros, e não por patrocínios ou subsídios. A intenção era preservar a autonomia artística e manter o foco na experiência estética, voltada ao impacto visual e à efemeridade.
No início da carreira, as obras eram assinadas apenas por Christo, uma decisão que refletia as barreiras enfrentadas por artistas mulheres na época. Outro traço marcante era o rigor no planejamento: como muitos projetos levavam anos para serem concluídos, o casal tinha um pacto curioso: nunca viajavam juntos, para que, em caso de acidente, um pudesse garantir a continuidade do trabalho do outro.
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