Dia Nacional da Visibilidade Lésbica: 3 artistas para conhecer
A data carrega múltiplos sentidos, como afirmar o orgulho da diversidade e reforçar a luta por direitos
Criado em 1996, durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica é celebrado em 29 de agosto. A data carrega múltiplos sentidos: afirmar o orgulho da diversidade, reforçar a luta por direitos e ampliar o respeito à comunidade lésbica.
Entre os muitos campos de atuação, a arte tem se revelado uma das frentes mais incisivas dessa luta. Nela, discursos poéticos e ativistas se entrelaçam, criando expressões que, por vezes, dizem mais do que palavras diretas, e ressoam com ainda mais força.
Para celebrar a comunidade, destacamos três artistas que vêm promovendo verdadeiras revoluções por meio de suas obras.
Ani Ganzala (Salvador, BA, 1988)
Artista visual baiana que iniciou sua trajetória nas ruas de Salvador, por meio do grafite e do desenho. Após uma breve passagem pelo curso de História, mergulhou nas artes visuais, explorando diferentes técnicas como aquarela, acrílica, óleo sobre tela, bordado e pintura mural. Sua produção tem caráter autobiográfico e dialoga com leituras de pensadores como Audre Lorde, Octavia Butler, Nego Bispo, Davi Kopenawa e Sobonfu Somé, além de suas vivências em culturas de matriz africana. Entre espiritualidade, natureza, afetos e ancestralidade, constrói uma obra que circula por espaços diversos; de quilombos, assentamentos e terreiros a museus, galerias, instituições de ensino e publicações, como o livro Beata: a menina das águas.
Catherie Opie (Sandusky, EUA, 1961)
Uma das fotógrafas mais influentes da cena contemporânea, conhecida por retratar comunidades LGBTQIAPN+ e por dar dignidade e monumentalidade a pessoas e grupos historicamente marginalizados. Desde os anos 1980, constrói uma obra que transita entre o íntimo e o político, dialogando tanto com a fotografia documental quanto com a tradição da pintura clássica — uma de suas maiores referências é Hans Holbein, mestre da retratística renascentista.
Considerada herdeira de nomes como Robert Mapplethorpe, Nan Goldin e David Wojnarowicz, Opie já expôs em importantes instituições pelo mundo e, em 2024, apresentou pela primeira vez uma mostra individual no Brasil, intitulada Catherine Opie: o gênero do retrato, a exposição no MASP.
Mickalene Thomas (Camden, Nova Jersey, 1971)
Mickalene é uma das artistas mais proeminentes da cena contemporânea norte-americana. Mulher negra e queer, ficou conhecida por suas pinturas, colagens e instalações que combinam materiais como tinta acrílica, esmalte e strass, criando composições vibrantes e de forte apelo visual.
Sua obra dialoga com a história da arte ocidental, a cultura pop e movimentos como o impressionismo, cubismo e o Renascimento do Harlem, ao mesmo tempo em que revisita tradições estéticas negras e feministas. Inspirada por referências pessoais — como a figura de sua mãe, Sandra Bush — e por ícones culturais, Thomas questiona padrões de beleza, gênero e sexualidade, colocando a mulher negra em posição central e monumental.
Formada pelo Pratt Institute e pela Yale University, já participou de residências em instituições de prestígio como o Studio Museum no Harlem e o Versailles Foundation Munn Artists Program. Atualmente, vive e trabalha no Brooklyn, em Nova York. Muitos de seus retratos são inspirados em celebridades como Eartha Kitt, Whitney Houston e Oprah Winfrey.
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