Ícone da arquitetura moderna, Palácio Capanema passa a receber visitas educativas
Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Palácio foi reaberto em maio deste ano, após uma reforma que durou seis anos
Um dos grandes patrimônios arquitetônicos do Brasil, o Palácio Gustavo Capanema, recentemente reaberto, passará a receber visitas educativas a partir de 7 de agosto. A proposta é que esses encontros sejam conduzidos por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), indicados pelo Ministério da Cultura (MinC). A ideia é aproximar o público da história e do simbolismo do edifício.
As visitas ocorrerão mediante agendamento prévio, em horários específicos, com grupos de até 18 pessoas. A recomendação é que as reservas sejam feitas com pelo menos 24 horas de antecedência. Além das visitas guiadas, o público poderá participar da programação do Festival de Arte e Cultura, que será realizado no prédio entre os dias 7 e 9 de agosto. O evento reúne mais de 100 atividades, incluindo oficinas, exposições, apresentações artísticas, feira criativa e mostra de curtas. Entre os destaques estão a rara exibição do documentário original da inauguração do Palácio Capanema, o Lab Móvel com experiências sobre conservação de obras de arte, e os shows de encerramento com Baile Charme e o cantor Moyseis Marques.
Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Palácio foi reaberto em maio deste ano, após uma reforma que durou seis anos. Projetado por Lucio Costa, em parceria com Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Machado Moreira e Ernani Vasconcelos, contou ainda com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Considerado um dos primeiros prédios modernistas da América Latina, o Capanema é reconhecido como uma das obras-primas da arquitetura moderna no mundo.
A construção começou em 1937 e foi concluída em 1945. O edifício materializa a intenção do Estado brasileiro de se alinhar ao ideário de modernização e progresso. Com uma linguagem arquitetônica inovadora para a época, rompeu com a estética colonial e neoclássica por meio de linhas retas, pilotis, brises-soleil (quebra-sóis), painéis de Cândido Portinari e jardins projetados por Burle Marx.
O prédio foi originalmente concebido para abrigar órgãos do governo federal voltados à educação e à cultura, como o então Ministério da Educação e Saúde. Mais tarde, passou a ser chamado de Palácio Gustavo Capanema, em homenagem ao ministro que incentivou sua construção. Em 1948, apenas três anos após sua inauguração, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), consolidando seu valor como marco da arquitetura e da cultura brasileira.
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