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Morre J.Borges, cordelista e xilogravurista pernambucano

O artista faleceu em sua casa, em Bezerros, no Pernambuco, na manhã desta sexta-feira

Por Redação Bravo!
Atualizado em 26 jul 2024, 11h14 - Publicado em 26 jul 2024, 10h42
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 (Lucas Van de Beuque/divulgação)
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O Brasil perdeu, na manhã desta sexta-feira (26), o renomado xilogravurista e poeta pernambucano José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, aos 88 anos. A informação foi confirmada por seu filho, Pablo. J. Borges vinha apresentando problemas no coração e pulmão e esteve internado por duas semanas. Ele faleceu em sua casa, na cidade de Bezerros, onde nasceu.

De origem humilde, J. Borges frequentou a escola por pouco tempo, o suficiente para aprender a ler e escrever. Ainda criança, trabalhava ao lado do pai fabricando e vendendo colheres de pau e também confeccionava brinquedos de madeira. Começou a escrever histórias em cordel aos 21 anos. A falta de recursos para bancar a impressão de seus textos o levou a aprender a entalhar em madeira, marcando o início de sua trajetória como xilogravurista.

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Seu talento foi rapidamente reconhecido, e suas obras ganharam projeção internacional. No Brasil, parte de sua coleção pode ser vista no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro.

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Nas redes sociais, diversos artistas homenagearam J. Borges. Derlon Almeida expressou seu carinho pelo poeta: “O mestre se foi, mas seu legado continua. Obrigado por tudo que aprendi com suas obras e pela pessoa maravilhosa que foi. Adorava visitar seu ateliê em Bezerros. Sempre alegre, conversador, contava histórias hilárias. Observar seu jeito de talhar a madeira, os personagens, os temas, tudo com um estilo muito particular. Um universo criativo que encantou o mundo. E a mim. Eternamente grato, J. Borges.”

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Em seu perfil no Instagram, a família ressaltou a importância do xilogravurista: “Sua arte permanecerá no mundo, alegrando o coração de seus admiradores. Muito obrigado, Borges, por ter existido, por nos passar todo seu conhecimento de vida e de arte. Você foi único e necessário. Foi responsável por criar uma identidade única para a gravura. Seu nome será lembrado pelas próximas gerações. Os céus estão em festa, como você dizia. Chegou a hora de se encontrar com seus amigos.”

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(+55 Design/divulgação)

Bravo! teve a oportunidade de conversar com Borges na última SP-Arte, edição comemorativa de 20 anos da feira. Ele contou sobre como Ariano Suassuna foi um divisor de águas na sua carreira: “Comecei a gravura ilustrando cordel sem ninguém me ensinar porque precisei. O cordel com capa só com letra não vende. Falo do amor, da política, da religião e da vida social do povo do Nordeste, mas foi Ariano Suassuna quem me contou que eu era artista e empreendedor. Ele disse que eu era o melhor e o povo acreditou. Minha vida mudou depois disso.”

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