Museu Afro Brasil inaugura três exposições simultâneas
As mostras, distribuídas por diferentes espaços da instituição, dialogam com questões ligadas à arte, memória e presença afro-diaspórica

Neste mês, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo inaugurou três exposições que integram seu projeto de reestruturação curatorial, sob a direção de Hélio Menezes. As mostras, distribuídas por diferentes espaços da instituição, dialogam com questões ligadas à arte, memória e presença afro-diaspórica, explorando múltiplas abordagens e linguagens artísticas.

Uma das exposições é Proteção, de Rafaela Kennedy, composta por uma série de retratos que abordam relações de cuidado, afeto e acolhimento na comunidade trans e na espiritualidade afro-brasileira. Instalada na Marquise do museu — espaço acessível mesmo fora do horário de funcionamento —, a mostra propõe reflexões sobre maternidade e proteção em contextos afro-indígenas e LGBTQIA+.
Também foi aberta a exposição Acervo em Perspectiva: M’barek Bouhchichi, Nen Cardim, Washington Silvera, que apresenta um recorte do acervo do museu a partir das obras desses três artistas — dois brasileiros e um marroquino. A mostra estabelece conexões entre materiais como madeira, vidro e terra, explorando diferentes possibilidades entre escultura e instalação.

“Os três artistas em diálogo nesta primeira edição do Acervo em Perspectiva deixam transparecer ao público a riqueza de nosso acervo, colocando em diálogo instalações substancialmente diferentes, que partem de materiais semelhantes, ressaltando as múltiplas formas de se interpretar, narrar e exibir as artes africanas e afro-brasileiras”, declara Hélio Menezes em nota.

Por fim, o museu inaugurou uma nova sala de projeção, dedicada à exibição de filmes e obras em movimento. A abertura ficou a cargo do filme Thinya, da diretora Lia Letícia. Nele, a artista propõe uma reflexão crítica sobre as narrativas coloniais. A obra teve origem em álbuns de família encontrados em um mercado de pulgas em Berlim, contendo imagens de uma mulher chamada Inge.
Essas fotografias são entrelaçadas com relatos de viajantes europeus que estiveram no Brasil entre os séculos XVI e XVIII, narrados na língua yathee pelo povo indígena Fulni-ô. O filme questiona a construção histórica e visual dos povos indígenas, subvertendo discursos hegemônicos e propondo novas formas de representação e memória.

Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 10 A partir de 12 de abril.
Terça a domingo, das 10h às 17h (permanência até 18h).
Ingressos: R$ 15 inteira | R$ 7,50 meia