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Nara Roesler inaugura exposições sobre colecionismo e disputas geopolíticas

A Nara Roesler São Paulo inaugura "Cosmos – Outras Cartografias", e a Nara Roesler Rio de Janeiro apresenta "Entre o mar, o rio e a pedra", de Marcelo Silveira

Por Redação Bravo!
9 fev 2025, 08h00
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Anna Bella Geiger, Rolo ocidental com 5 mapinhas pintados a mão em Planisférios ditos Modern  (Galeria Nara Roesler/divulgação)
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A Galeria Nara Roesler dá início ao ano com duas exposições imperdíveis em São Paulo e Rio de Janeiro. A primeira, “Cosmos – Outras Cartografias“, inaugurada na última semana em São Paulo, conta com curadoria da artista Laura Vinci. A mostra reúne 32 trabalhos de 20 artistas, que, a partir de diferentes perspectivas, abordam o conceito de cartografia. Este campo do conhecimento, tradicionalmente associado à arte, à religião e às mitologias, é apresentado na exposição como uma ferramenta de representação de espaço e poder, refletindo sobre as dinâmicas de controle, exploração e colonização dos territórios.

Entre os artistas destacados, estão nomes consagrados como Nelson Leirner, Paulo Bruscky e Anna Bella Geiger, que discutem a representação gráfica e sua relação com questões nacionais e geopolíticas. A materialidade da cartografia é explorada por André Vargas, Marina Camargo e Carlos Bunga, que utilizam suportes pouco convencionais, como chinelos de borracha e recortes em borracha. A exposição também traz uma reflexão sobre temas políticos e sociais, com obras de Alfredo Jaar, Jonathas de Andrade, Jaime Lauriano e Talles Lopes, que questionam as narrativas de poder e as estruturas de opressão representadas pelos mapas tradicionais.

“Entre o mar, o rio e a pedra” – Marcelo Silveira na Nara Roesler Rio de Janeiro

Já em 11 de fevereiro de 2025, a Nara Roesler Rio de Janeiro inaugura a exposição “Entre o mar, o rio e a pedra”, do artista pernambucano Marcelo Silveira. Esta é a primeira mostra individual do artista na cidade, reunindo 17 obras que fazem parte de sua trajetória de 40 anos de produção. A exposição inclui esculturas em madeira cajacatinga, como as inéditas séries “Bolofotes” e “Sementes”, além de colagens da série “Hotel Solidão” e esculturas como “Cabeludas”. Silveira, conhecido por trabalhar com materiais como madeira, couro e metal, propõe uma reflexão sobre colecionismo, apropriação e organização, explorando a materialidade e o simbolismo de cada elemento utilizado em suas criações.

A abertura contará com uma visita guiada pelo artista e pela crítica Daniela Name. Entre os destaques estão “Bolofotes” (2023-2024), que apresentam esculturas feitas de madeira cajacatinga, caracterizadas pela acumulação e desgaste do material. Silveira descreve o termo “bolofote” como algo que se configura progressivamente, uma metáfora para a transformação contínua da obra. A série reflete sua prática de organização do espaço e de “colecionamento”, incorporando elementos orgânicos e inorgânicos, como sobras de madeira, que o artista recolhe e modela ao longo do tempo.

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A série “Sementes” (2024) inclui pequenas esculturas feitas de madeira, que se assemelham a sementes agrupadas. A madeira cajacatinga é especialmente significativa para o artista, remetendo à sua origem no sul de Pernambuco e à prática de resgatar tocos de árvores abandonadas, que se tornam matéria-prima para suas criações.

“Cabeludas” (2006) é outra série importante, composta por esculturas de grandes dimensões feitas com couro bovino, crina de cavalo e aço inoxidável. Cada obra é concebida como uma reflexão sobre os limites entre escultura e pintura, já que o uso da crina cria uma textura que se assemelha a pincéis de pintura. O uso da crina é um aspecto central dessa série, explorando a relação entre a matéria orgânica e a escultura.

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Serviço:

Exposição “Cosmos – Outras Cartografias”, com curadoria de Laura Vinci
Nara Roesler, São Paulo – Avenida Europa, 655
Até: 15 de março de 2025. Segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita

 

Exposição “Marcelo Silveira – Entre o mar, o rio e a pedra”
Nara Roesler Rio de Janeiro – Rua Redentor, 241, Ipanema
Abertura: 11 de fevereiro de 2025, das 18h às 21h, com visita guiada com o artista e Daniela Name, autora do texto crítico, às 19h.
Até: 5 de abril de 2025. Segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita

 

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