Ocupação Itaú Cultural revisita os diários e a trajetória de Paulo Herkenhoff
A mostra reúne quase 350 peça, entre diários, fotografias, vídeos, publicações, catálogos e obras do curador, crítico e gestor cultural
Entre cadernos repletos de ideias, esboços e observações sobre arte e cultura, a 69ª Ocupação Itaú Cultural se dedica a investigar o pensamento e o legado de Paulo Herkenhoff. A mostra reúne quase 350 peças — entre diários, fotografias, vídeos, publicações, catálogos e obras — e propõe um mergulho na multiplicidade de olhares que o curador, crítico e gestor cultural desenvolveu ao longo de mais de cinco décadas de atuação.
Organizada por Leno Veras e pela equipe do Itaú Cultural, a exposição se estrutura em três núcleos — publicações, exposições e coleções —, que revelam as diferentes dimensões do trabalho de Herkenhoff. Nos diários, o público encontra a gênese de ideias que mais tarde se transformaram em textos e projetos curatoriais, funcionando como uma espécie de laboratório de pensamento contínuo.
O primeiro núcleo, Publicações, aborda a vasta produção editorial de Herkenhoff, marcada por livros, catálogos e ensaios sobre arte brasileira e latino-americana. Esses materiais registram seu compromisso com a pesquisa e com a ampliação do campo da crítica, especialmente ao incluir artistas e grupos sociais historicamente ausentes dos registros oficiais.
Em Exposições, a mostra refaz parte do percurso do curador em instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), além da 24ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Suas curadorias, conhecidas por promover diálogos improváveis e romper hierarquias, refletem um pensamento que combina rigor histórico e liberdade formal.
O núcleo Coleções evidencia a atuação de Herkenhoff como gestor e consultor, com contribuições decisivas para a formação de acervos públicos e privados, incluindo o do MAM Rio, do MAR, da Coleção Fadel, da Coleção Cisneros e do Acervo Banco Itaú. Sua abordagem amplia a presença de expressões indígenas, afro-brasileiras, populares e de outras matrizes culturais, reafirmando a arte como campo de diversidade e memória compartilhada.
A mostra pode ser visitada no Itaú Cultural e também conta com uma publicação e um site com conteúdos complementares.
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