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Pinacoteca exalta a figura do caipira em nova exposição

Mostra "Caipiras: das derrubadas à saudade" explora a figura do trabalhador rural, com destaque para as obras de Almeida Júnior

Por Redação Bravo!
23 nov 2024, 09h00
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Almeida Júnior, O violeiro (1899) (Pinacoteca do Estado de São Paulo/divulgação)
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Algumas das obras mais emblemáticas de Almeida Júnior, uma das figuras mais importantes das artes plásticas do século XIX, estão reunidas na nova exposição da Pinacoteca, Caipiras: das derrubadas à saudade, que foi inaugurada hoje (23).

Com curadoria de Yuri Quevedo, a mostra apresenta cerca 70 obras de 35 artistas, focando na representação do caipira na arte. Quem for ao museu, poderá ver de perto as pinturas “Detalhe Saudade” (1899) e “Detalhe Amolação interrompida” (1894), dois ícones da trajetória de Almeida Júnior.

“As obras de Almeida Júnior têm sido objeto de estudo há mais de um século. Uma das funções da Pinacoteca e de uma exposição como essa é compreender o debate em torno dessas obras e contribuir para que ele continue a ser discutido”, afirma o curador Yuri Quevedo.

Mas a exposição não se limita às produções de artistas brasileiros e inclui também trabalhos dos italianos Carlo de Servi e Antonio Ferrigno, além do catalão Lluis Graner.

Algumas das obras integram o acervo original da Pinacoteca, que celebrará 120 anos em 2025. Isso se deve à transferência das telas “Caipira picando fumo” e “Amolação interrompida” do Museu Paulista para a Pinacoteca, realizada no contexto da inauguração do museu.

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Almeida Júnior, Caipira picando fumo (1893) (Pinacoteca do Estado de São Paulo/divulgação)

A exposição oferece um panorama histórico sobre a construção da figura do caipira, destacando sua criação no contexto de um projeto político de uma elite cultural empenhada em modernizar São Paulo e posicioná-lo de forma distinta em relação às outras regiões do país. Durante o século XIX, a associação com movimentos artísticos internacionais, como o realismo e o naturalismo, ajudou a consolidar o caipira como a representação paulista dos trabalhadores rurais. Esse modelo foi concebido como um arquétipo social, semelhante ao de outras culturas nacionais, e desempenhou um papel fundamental na formação da identidade cultural brasileira.

“A comoção que essas obras causam – mais de 100 anos após terem sido feitas – revela o quanto elas permanecem abertas ao nosso tempo, ou seja, como seus significados continuam a tocar as pessoas e a ser reinterpretados no presente. Contudo, se um futuro mais consciente é fruto da análise do passado, é essencial reconhecer as origens dessas pinturas para compreender sua relevância nos dias de hoje”, destaca o curador.

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Almeida Júnior, Saudade (1899) (Pinacoteca do Estado de São Paulo/divulgação)

Nas demais galerias, a exposição investiga as origens da figura do caipira, mostrando como ela é o resultado de diversas representações do século XIX, incluindo os Bandeirantes, Tropeiros e Degredados. Entre as obras dessa parte da mostra, estão “O derrubador brasileiro” (1879), do Museu Nacional de Belas Artes, e “Os descobridores” (1899), do Museu Diplomático do Itamaraty. Além dessas figuras históricas, a galeria apresenta paisagens que retratam a transformação do ambiente natural do Brasil, com especial foco nas derrubadas das florestas ao longo de 70 anos, ressaltando tanto a longevidade dessa estética quanto a crítica ambiental dos artistas da época.

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Almeida Júnior, Amolação Interrompida (1894) (Pinacoteca do Estado de São Paulo/divulgação)
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Caipiras: das derrubadas à saudade

Pinacoteca Luz (2º andar) – Praça da Luz, 2
De 23.11.2024 a 13.04.2025 | De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h) Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Gratuitos aos sábados

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