Salvador Dalí: 10 obras que marcaram a trajetória do artista
Em 11 de maio de 1904, cidade de Figueres, na Espanha, nascia o artista que viria a redefinir os limites da pintura moderna

No último domingo, 11 de maio, enquanto o mundo dedicava o dia para homenagear as mães – que merecem todas as reverências –, a data também marcou o nascimento de uma figura essencial para a história da arte. Em 1904, na cidade de Figueres, na Espanha, nascia Salvador Dalí, o artista que viria a redefinir os limites da pintura moderna.
Dalí começou a desenhar ainda jovem, frequentando a Escola de Desenho Federal. Na adolescência, teve seu primeiro contato com a pintura impressionista, ao observar obras de mestres como Ramón Pichot, Pablo Picasso (em sua fase inicial), Claude Monet e Edgar Degas.
As biografias registram que desde cedo ele demonstrava fascínio por tudo o que era extravagante e desmedido – traços que se tornariam marcas registradas de sua obra. Já adulto, mudou-se para Madri, onde ingressou na Academia de Artes de San Fernando, instituição da qual foi expulso anos depois, ao declarar que nenhum professor ali possuía competência para julgar seu trabalho. Naquele período, no entanto, ele já havia explorado diferentes movimentos artísticos, como o cubismo e o dadaísmo, e travado contato com figuras que influenciaram profundamente sua trajetória, como o poeta Federico García Lorca e o cineasta Luis Buñuel, com quem colaborou no filme Un Chien Andalou, de 1929.
Foi por intermédio de Gala Éluard – então casada com um poeta surrealista de origem russa – e do artista catalão Joan Miró, que Dalí se aproximou do grupo surrealista em Paris. Com o tempo, Gala se tornaria não só sua esposa, mas também sua musa e parceira inseparável.
Apesar da notoriedade conquistada no campo das artes, sua imagem pública foi, por muito tempo, maculada por suas posições políticas, em especial pelo apoio que manifestou ao regime de Francisco Franco, responsável por perseguições e execuções em massa durante a ditadura na Espanha.
No entanto, sua contribuição à pintura é inegável. Dalí se destacou desde cedo pelo estilo marcado pela união entre elementos oníricos, riqueza de detalhes, simbolismos e forte influência da psicanálise. Em 1931, ele criou sua obra mais emblemática, A Persistência da Memória, na qual os famosos relógios derretidos representam uma reflexão sobre a fluidez do tempo. Ao fundo da pintura, o crepúsculo retrata a paisagem de Portlligat, no norte da Catalunha, região onde o artista passou boa parte da vida.
Dalí desenvolveu sua produção a partir de um método dividido em duas fases opostas. Primeiro, mergulhava no universo da fantasia, permitindo que os pensamentos mais intensos e alucinados emergissem livremente. Em seguida, transformava essas imagens em composições concretas e meticulosamente estruturadas. Foi assim que um pedaço de queijo macio deu origem aos relógios derretidos.
Salvador Dalí faleceu em 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos, em Figueres, sua terra natal, enquanto ouvia sua gravação predileta da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner. A causa da morte foi insuficiência cardíaca.
Nos anos finais, enfrentou graves problemas de saúde. A morte de Gala, em 1982, mergulhou o artista em uma depressão profunda. Passou a recusar alimentos, sendo alimentado por sonda, e perdeu gradualmente a capacidade de criar. Em 1980, um coquetel de medicamentos não supervisionado causou danos irreversíveis ao seu sistema nervoso, e posteriormente ele foi diagnosticado com o Mal de Parkinson, o que agravou ainda mais seu estado físico.

A Persistência da Memória (1931)

Ángelus arquitectónico de Millet (1933)

Construção mole com feijões fervidos (1936)

Metamorfose de Narciso (1937)

O enigma de Hitler (1939)

Sonho Causado pelo Voo de uma Abelha ao Redor de uma Romã um Segundo Antes de Acordar (1944)

Os elefantes (1948)

A Madona de Port Lligat (1949)

Cristo de São João da Cruz (1951)

Nascimento de uma Divinidade (1960)