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Abram os caminhos para a SP-Arte Rotas Brasileiras

Um guia com as galerias, os debates e os projetos coletivos que merecem atenção na segunda edição da feira de arte

Por Humberto Maruchel
30 ago 2023, 11h21
Domingos Nunes. Pintura. Cortesia Arte Pará.
Domingos Nunes, pintura – Cortesia Arte Pará (SP-Arte/reprodução)
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Já tem planos para o fim de semana? Nossa dica é conferir a segunda edição da SP-Arte Rotas Brasileiras, projeto paralelo à tradicional feira de arte paulista que ocorre no início do ano, e chega em formato renovado, buscando refletir a vasta diversidade de linguagens artísticas produzidas no país. Sediada na ARCA, em São Paulo, entre os dias 30/08 e 03/09, a feira de arte fomenta a produção de mais de 300 artistas. Ao todo, serão exibidos 70 projetos de galerias e ateliês sediados em 11 estados brasileiros.

Uma das diferenças em relação à feira tradicional é que, em Rotas Brasileiras, os expositores precisam desenvolver um projeto específico para o evento. De acordo com Tamara Brandt Perlman, Diretora de Novos Negócios da SP-Arte, é como se cada estande tivesse uma história para contar. “Às vezes, será um trabalho individual de um artista, enquanto em outras ocasiões, há um tema que os une”, explica Tamara em entrevista à Bravo! “A galeria Marco Zero, por exemplo, criou um estande que explora o Movimento Armorial, fundado por Ariano Suassuna. Já a galeria Paulo Darzé, de Salvador, explorou os aspectos da religiosidade afro-baiana”, emenda. 

SP–Arte Rotas Brasileiras, ARCA, São Paulo, Brasil, 2022.
SP–Arte Rotas Brasileiras, ARCA, São Paulo, Brasil, 2022. (SP-Arte/divulgação)

A ideia antiquada e problemática de que arte popular seja um estilo ingênuo e inferior é um dos vários equívocos que o evento busca quebrar. “Quando observamos os ditos artistas populares, vemos uma complexidade, tanto em tema, composição ou técnica, que desmentem essa ideia. Outro aspecto [que tentamos romper] é de que o mercado de arte é muito fechado, composto sempre pelos mesmos artistas. Não acho que essa afirmação é totalmente desmerecida, mas isso vem se transformando”, argumenta ela. 

Sertão Negro
Atelier Sertão Negro (Paulo Rezende / SP-Arte/divulgação)

A inclusão de residências artísticas e de ateliês no panorama da feira se mostra um dos maiores destaques dessa edição. Atenção especial ao ateliê Sertão Negro, espaço de residência e vivência artística em Goiânia, fundado pelo artista Dalton Paula. Será a primeira vez do coletivo na SP-Arte. Fabiana Francisca, mais conhecida como Xica, residente e professora de gravura do ateliê, enxerga o evento como uma importante vitrine para reunir e valorizar artistas da região Centro-Oeste do Brasil. “Artistas que residem em Goiás e provêm de diversas áreas se congregam no Sertão Negro, com o intuito de criar uma proposta de aquilombamento e formação artística. Acredito firmemente que a produção artística do Centro-Oeste possui um grande potencial para enriquecer o cenário artístico, graças à sua diversidade biológica e cultural”, defende.

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Dalton Paula, Zeferina, 2022. Serigrafia. Cortesia MASP. (SP-Arte/reprodução)

“Em Rotas, existe uma narrativa acompanhada de um esforço para expor artistas ou trabalhos que necessitam de maior reconhecimento. Isso se aplica tanto a artistas com uma perspectiva regional, que muitas vezes estão distantes do eixo Rio-São Paulo, onde o mercado possui maior concentração, quanto a artistas que merecem ser redescobertos, ou que talvez não tenham recebido a devida atenção. No ano passado, ouvimos uma frase que reflete esse sentimento: ‘Agora me sinto no Brasil’. E é justamente essa experiência que buscamos”, completa Tamara. 

Zimar, Sem título, da Série Careta de Cazumba, 2022. Polipropileno de capacetes descartados, plástico, madeira e tinta. Cortesia Lima Galeria
Zimar, Sem título, da Série Careta de Cazumba, 2022. Polipropileno de capacetes descartados, plástico, madeira e tinta. Cortesia Lima Galeria (SP-Arte/divulgação)

Abaixo, confira uma curadoria dos artistas, estandes e mesas de debate que você não pode deixar de conferir durante a SP-Arte Rotas Brasileiras.

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5 artistas e galerias que merecem a sua atenção: 

Nádia Taquary, Insondável Mistério, 2021. Cortesia Paulo Darze
Nádia Taquary, Insondável Mistério, 2021. Cortesia Paulo Darze (Marcio Lima / SP-Arte/divulgação)

Fique de olho também nesses quatro projetos especiais:

  • Arte Pará, projeto de arte-educação que foca na pluralidade das várias Amazônias
  • Novos para Nós, projeto de Renan Quevedo que já percorreu 150 mil KM narrando a história de artistas da cultura popular  
  • Sertão Negro, espaço de residência artísica fundado pelo artista Dalton Paula 
  • Xiloceasa, coletivo de artistas ‘Crias do Ceasa’, especializado em xilogravura e tipografia manual
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coletivo Xiloceasa, Painel. Cortesia Xiloceasa
coletivo Xiloceasa, Painel. Cortesia Xiloceasa (SP-Arte/reprodução)

Confira a programação de talks da SP-Arte: 

Quinta-feira, dia 31 de agosto
15h – Erika Verzutti em conversa com Tiago Mesquita (Fortes D’Aloia & Gabriel)
16h30 – Gê Viana em conversa com Thiago de Paula Souza (Superfície)

Sexta-feira, dia 01 de setembro
15h – Marcone Moreira em conversa com Laura Rago (Arte Pará)
16h30 – Mônica Ventura em conversa com Lucas Menezes (Instituto Inhotim)

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Gê Viana, Radiola de Promessa, 2023. Colagem digital. Cortesia Galeria Superfície.
Gê Viana, Radiola de Promessa, 2023. Colagem digital. Cortesia Galeria Superfície. (SP-Arte/reprodução)

Quer uma visita guiada?
Elas acontecem gratuitamente na sexta-feira (01/9), no sábado (02/9), e no domingo (03/9), às 13h, 15h e 17h. A inscrição é feita diretamente na feita, 1h antes de cada visita. Em tempo: cada visita tem lotação máxima de 12 pessoas. 

SP–Arte Rotas Brasileiras 2023
31 de agosto a 03 de setembro
ARCA (Avenida Manuel Bandeira, 360, Vila Leopoldina)
R$ 70 inteira e R$ 35 meia

Heitor dos Prazeres, Sem título, 1962. Cortesia Almeida & Dale
Heitor dos Prazeres, Sem título, 1962. Cortesia Almeida & Dale (SP-Arte/reprodução)
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