Continua após publicidade

Conheça os finalistas do Prêmio Bravo! 2016 de Melhor Espetáculo de Teatro

Por Bravo
Atualizado em 22 set 2022, 12h40 - Publicado em 16 mar 2017, 11h16

Um time de jurados especializados — jornalistas, artistas, produtores, acadêmicos — debateu, argumentou e ponderou junto à equipe da Bravo! até chegarmos em três nomes de cada uma das 12 categorias do prêmio. Um último troféu, de Artista do Ano, será escolhido pelo voto do público.

Na categoria de melhor espetáculo de teatro, os finalistas são Vaga Carne, solo de Grace Passô; A Comédia e a Tragédia Latino-Americana, com direção de Felipe Hirsch; e Projeto Brasil, dirigido por Marcio Abreu. O júri é composto pelo dramaturgo e diretor Ruy Filho, que edita a revista Antro Positivo, pela diretora, coreógrafa e preparadora corporal Renata Melo e pelo crítico Macksen Luiz, que colabora regularmente com o jornal O Globo.

Veja a seguir o que diz o júri sobre os indicados:

Grace Passô — Vaga Carne

Grace Passô em “Vaga Carne” (Foto: Kelly Knevels)

Estes “fragmentos de palavras murmuradas no espaço vazio” configuram “possivelmente o texto mais importante já escrito por Grace, cuja qualidade está não só no que é dito, e sim também por sua dimensão estilística que abre caminhos para compreendermos a dramaturgia como materialidade radicalmente pessoal, expondo-a e problematizando questões profissionais, de gênero, de raça, sem precisar fazer disso discursos ideológico, mas discussões mais profundas sobre como lidamos com as singularidades. O espetáculo consagra Grace como uma das mais importantes artistas brasileiras hoje e, sem dúvida, uma das maiores de sua geração.”

Felipe Hirsch — A Comédia e a Tragédia Latino-Americana

Cena de “A Tragédia Latino-Americana” (Foto: Patrícia Cividanes)

A “profunda reflexão sobre a formação, construção e natureza dos povos da América Latina”, feita pelo grupo Ultralíricos , demonstra a maturidade de seu diretor, Felipe Hirsch, ao ampliar “o olhar através do encontro com o que mais inquietante há na literatura do continente, além de consolidar uma virada em seu estilo como encenador, incluindo um elenco com boa parte dos grandes nomes do teatro experimental brasileiro.” O resultado é “uma obra aberta em constante busca de novos sentidos e conexões.”

Continua após a publicidade

Marcio Abreu — Projeto Brasil

Cena de “Projeto Brasil” (Foto: Nana Moraes)

“Mais do que um espetáculo, o projeto se propôs a conhecer o país através de pesquisas, viagens, encontros, estabelecendo conexões entre cantos distintos. A construção de sua resposta estética em forma de espetáculo performativo revelou o quanto ainda não compreendemos o nosso momento histórico e atual como sendo uma única narrativa. Ao trazer as relações a partir da sensibilização, gerou uma das obras mais poéticas de reação à atualidade.”


Prêmios Bravo! de espetáculo de teatro

De 2005 a 2012, a Bravo! premiou grupos e encenadores de diferentes gerações do teatro brasileiro, como Zé Celso, Antunes Filho e Roberto Alvim. Apenas dois diretores venceram o prêmio duas vezes — os curitibanos Felipe Hirsch e Marcio Abreu. Veja a seguir os vencedores da categoria ano a ano:

2005 — Os Sertões: A Luta I, de José Celso Martinez Corrêa

O tamanho da obra de Euclides da Cunha obrigou o Teatro Oficina, já pouco afeito a abreviações, a dividir sua epopeia musical e coral em uma pentalogia iniciada em 2001. A Luta I, concentrada na terceira parte do livro, conta o momento que antecede a Guerra de Canudos. O cantor Lirinha colaborou com a sonoplastia.

2006 — A Pedra do Reino, de Antunes Filho

Baseado em dois livros de Ariano Suassuna — Romance d’A Pedra do Reino e A História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão — a peça desenvolvida pelo Centro de Pesquisa Teatral narra em tom autobiográfico a trajetória do picaresco Quaderna até ser preso por subversão pelo Estado Novo. Uma discussão sobre poder pontuada pelo humor da literatura de cordel.

2007 — Gaivota — Tema para um Conto Curto, de Enrique Diaz

A adaptação de Anton Tchekhov pela Cia. dos Atores consistiu num jogo metateatral em que a plateia acompanhava os atores discutindo como montar uma peça que fala sobre uma peça. Na proposta de encenação, Enrique Diaz dava continuidade ao que havia experimentado com Ensaio.Hamlet.

Continua após a publicidade

2008 — Não Sobre o Amor, de Felipe Hirsch

Com apenas dois atores em cena, em cenário criado por Daniela Thomas, a peça de câmara da Sutil Cia. de Teatro propunha uma investigação sobre o amor e seu discurso. O diretor Felipe Hirsch se baseou no livro homônimo de Victor Shklovsky, que contém a correspondência entre o formalista russo e a escritora Elsa Triolet.

2009 — O Quarto, de Roberto Alvim

Com o jogo de luz e sombra que caracteriza a encenação de Roberto Alvim, em que se dá mais atenção ao que se ouve do que ao que se vê, O Quarto trazia como foco a figura estática da atriz Juliana Galdino. A adaptação do texto de Harold Pinter inaugurou o espaço do Club Noir na Rua Augusta, em Sâo Paulo.

2010 — Vida, de Marcio Abreu

Para este espetáculo da Cia. Brasileira de Teatro, Marcio Abreu contou com o auxílio dramatúrgico de Giovana Soar e Nadja Naira, além dos atores Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini, para uma investigação sobre a linguagem do poeta Paulo Leminski — curitibano como o grupo. André Abujamra assinou a trilha sonora.

2011 — Pterodátilos, de Felipe Hirsch

Segundo prêmio Bravo! do diretor curitibano, a adaptação de Nicky Silver colocou em cena uma família disfuncional encabeçada por um banqueiro e uma mulher alcoólatra. Protagonizada por Mariana Lima e Marco Nanini, com quem Hirsch já havia trabalhado textos do dramaturgo americano, a peça teve inventiva cenografia de Daniela Thomas.

2012 — Isso Te Interessa?, de Marcio Abreu

Adaptação de Bon, Saint Cloud, da dramaturga francesa contemporânea Noëlle Renaude, Isso Te Interessa? rendeu à Cia. Brasileira seu segundo prêmio Bravo! de teatro. Nesta “pequena epopeia familiar”, como o grupo a definiu, acompanhos o desnudamento — literal e simbólico — de quatro gerações de uma mesma família.

Publicidade