Conheça os indicados do Prêmio Bravo! de Cultura na categoria Na Mira, do Arte 1
Premiação inédita volta-se para artistas em início de carreira que se destacaram em 2017. A cineasta Caroline Leone e as cantoras e compositoras Luedji Luna e Luiza Lian concorrem
Entre as 11 categorias do Prêmio Bravo! de Cultura 2018, que escolhe destaques da produção cultural de 2017, uma nova premiação vai eleger jovens artistas. A categoria, inédita, firma o compromisso entre Bravo! e Arte 1 de revelar e fomentar novos talentos no país. A cineasta Caroline Leone e as cantoras Lueji Luna e Luiza Lian são as finalistas.
O Prêmio Bravo! de Cultura 2018 será realizado no dia 27 de março na Casa de Francisca, no centro de São Paulo. É a segunda edição do evento desde que a revista é publicada por editores independentes. O Prêmio Bravo! de Cultura existiu de 2005 a 2013 e foi relançado no ano passado, elegendo os melhores de 2016. Veja os vencedores da última edição e conheça, abaixo, o trabalho das indicadas ao prêmio Na Mira, do Arte 1.
Carolina Leone
A cineasta Caroline Leone lançou Pela Janela em 2017. Filmado entre Brasil e Argentina, seu primeiro longa centra-se em Rosália, uma mulher de 65 anos que, de repente, se vê desempregada. Durante uma viagem de carro, a personagem mergulha em um processo inevitável — em nem por isso fácil — de renascimento. Essa transformação, embora radical em vários sentidos, ocorre de forma sutil, quase delicada, como a paisagem nova que, aos poucos, se revela com o avançar do caminho. Sem se entregar a rompantes grandiosos, Caroline dá ainda mais força a uma história que, ao final, se prova universal: de tempos em tempos, a vida impõe recomeços a todo mundo. Pela Janela revela uma cineasta com domínio da narrativa e da técnica, costurando com maturidade as escalas de tempo, espaços e sentimentos. Seus silêncios pesam sobre a geografia das cenas, e assim ela diz muito. Pela Janela foi eleito melhor filme do programa Bright Future, reservado aos diretores iniciantes, no Festival Internacional de Roterdã.
Luedji Luna
Luedji Luna conta que suas primeiras influências musicais vieram da vitrola dos pais, que tocava Milton Nascimento, Luiz Melodia. Também com os pais aprendeu política e cresceu consciente das dificuldades e da potência da mulher negra. Em 2017, Luedji lançou seu primeiro disco, Um Corpo no Mundo, projeto independente, financiado coletivamente. Suas canções questionam a herança colonial e falam da busca por identidade. São músicas com mensagens fortes mas que nem por isso perdem em sonoridade. Luedji Luna faz o público dançar. Mistura jazz, samba, reggae. Incorpora batidas africanas. A cantora e compositora baiana, assumidamente feminista e militante, diz que a necessidade de cantar sobre poder e racismo se impôs ainda mais depois que trocou Salvador por São Paulo, há três anos. Seu nome tem significados diferentes dependendo do dialeto africano. Pode ser “amizade”. E também “rio”.
Luiza Lian
Luiza Lian lançou o primeiro disco em 2015 mas foi no ano passado, com o álbum Oyá Tempo, que mostrou realmente o caminho que pode seguir como artista. Apresentado como um “álbum visual”, o disco propriamente dito é só uma parte de um projeto ousado, que soma um média-metragem e um site. O mais comum é descrever Luiza como cantora e compositora, mas ela é prova de que essas classificações fazem cada vez menos sentido na arte. Seu trabalho desdobra-se em outras criações. Oyá Tempo espelha muito de sua visão de mundo e espiritualidade. Cada faixa parece um convite para se explorar um universo. Ela passeia entre a batida eletrônica e o jazz. E entre a atmosfera das divindades africanas e a dureza da vida na cidade. O palco potencializa toda essa pluralidade da artista. Luiza Lian cresce. Faz show e faz performance.