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Os discos de 2018 indicados pela Bravo!

Por Bravo
Atualizado em 21 set 2022, 22h27 - Publicado em 2 ago 2018, 07h09

Reunimos todos os álbuns que saíram na nossa newsletter semanal até agora, entre janeiro e julho

Toda sexta, a redação da Bravo! seleciona 4 novos e bons discos, de diversos gêneros e países, do rap à música erudita, para a nossa newsletter. Reunimos o que foi indicado até aqui — de janeiro até julho, com descontos de alguns de 2017 que apareceram no começo do ano. Para todos, um textinho rápido com nossas impressões. Veja abaixo.

Janeiro/Fevereiro

Ephorize, CupcakKe (Spotify / Deezer)
2018 começa com a rapper de Chicago lançando um petardo com produção impecável, beats de tirar o fôlego e letras pra lá de explícitas sobre desejo sexual.

The Hands, Fire! (Spotify / Deezer)
O trio mais alucinado da improvisação nórdica, fundindo free jazz, rock, noise e o que vier pela frente, escreve mais um capítulo lindamente tortuoso sob a liderança do sax de Mats Gustafsson.

Microshift, Hookworms (Spotify/Deezer)
Não é só a energia da banda lá em cima que sustenta esse disco, é forma como ela orbita uma sonoridade clássica do rock britânico dos 80 sem cair no pastiche, soando novo.

Black Panther: The Album, Kendrick Lamar (Spotify/Deezer)Em linha com o filme para o qual é trilha e do qual retira inspiração, a pista de dança politizada e afrocentrada de Kendrick Lamar reúne cantores e MCs sul-africanos, americanos e britânicos.

Contaminasssão, L_cio feat. Massumi (Bandcamp)
Com synths e baterias eletrônicas, L_cio faz a cama e Massumi dança com o cello em EP do selo irmão da festa Mamba Negra.

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Acervo, Ederaldo Gentil (Spotify/Deezer)
Box que reúne Samba, Canto Livre de um Povo, Identidade e Pequenino, traz ainda um disco de raridades. Belo resgate da obra do sambista baiano.

Edição de 22/2

For 2 Akis, Shinya Fukumori Trio (Spotify/Deezer)
Primeiro lançamento do trio liderado pelo baterista pela ECM. Com o saxofonista Matthieu Bordenave e o pianista Walter Lang, Fukumori consegue extrair extrema delicadeza de composições ultra melódicas.

Taurina, Anelis Assumpção (Spotify/Deezer)
Menos exploratório que Amigos Imaginários e fruto de uma época de escassez, o terceiro disco de Anelis Assumpção é ancorado em dois eixos: comida e astrologia, como escreve Renato Gonçalves.

Mal dos Trópikos, Makalister (Spotify/Deezer)
O rapper catarinense Makalister estreia em álbum com parcerias de norte a sul do país e diversas referências ao cinema — até no estilo da escrita –, com samples espertos de Glauber e Milton Nascimento.

Twin Fantasy, Car Seat Headrest (Spotify/Deezer)
Antes de ganhar projeção cult com Teens of Denial, de 2016, Will Toledo lançou 12 discos pelo Bandcamp. Agora em formato banda, revê um destes álbuns — atualizando até as letras — fugindo do lo-fi.

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Edição de 2/3

Debussy: Préludes II, Maurizio Pollini (Spotify/Deezer)
O pianista italiano Maurizio Pollini empresta refinamento e precisão — características que o celebrizaram como um dos maiores intérpretes de Debussy — ao segundo livro dos Préludes e, ao lado do filho Daniele, toca a suíte para dois pianos En Blanc et Noir.

In a Poem Unlimited, U.S. Girls (Spotify/Deezer)
É um disco pop, mas sem doses insuportáveis açúcar. A canadense Meghan Remy tem um jeito próprio de falar de assuntos correntes do feminismo sem cair em slogans, e emoldura suas letras com uma fluência melódica que torna as canções extremamente palatáveis.

The Red Notes, Hieroglyphic Being (Spotify/Deezer)
Poucos produtores de música eletrônica dançante tem a fluência de Jamal Moss para mesclar duas tradições que se encontram na sua Chicago nativa, o jazz e a house music. Nesse novo disco, ele torce um pouco de cada estilo numa suíte afrofuturista.

Mundo Engano, Eddie (Spotify/Deezer)
Produzido por Pupilo, da Nação Zumbi, o novo disco da banda pernambucana é quase caymmiano na sua temática marítima, mas, como só a Eddie sabe fazer, tem balanço por muitos mares mundo afora, do rock ao mangue, do frevo aos ritmos caribenhos.

Edição de 9/3

All Nerve, The Breeders (Spotify/Deezer)
Primeiro disco da banda com a formação original em 25 anos, All Nerve é um belo veículo para as composições de Kim Deal. Embora não avance muito no som que fazia nos anos 90, isso não é exatamente um problema. Saudosismo vale.

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Persepolis, Iannis Xenakis (Spotify/Deezer/Bandcamp) Relançamento da composição eletroacústica mais longa do mestre absoluto da vanguarda erudita, reconstituída a partir das fitas originais gravadas em oito canais, corrigindo os erros das versões em CD. Para soltar fogos.

Lugar Perto em Volta, Objeto Amarelo (Bandcamp)
De um lado, um som oceânico, quase melódico, de outro, drones e ruídos. O novo disco do Objeto Amarelo nos leva a investigar cantos desse espaço- mente, iluminando pontos meditativos e chacoalhando certezas.

Historian, Lucy Dacus (Spotify / Deezer)
Mais bem produzido do que No Burden, primeiro álbum da cantora e compositora de 22 anos, Historian é o bom e velho (e saudoso) indie-para-cantar, com toda a temática heartbreak e crises de criatividade. A voz de Dacus encanta.

Edição de 16/3

After the Fall, Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette (Spotify/Deezer)
O grupo conhecido como The Standards por conta do par de discos lançados pela ECM em 1983 tem um entrosamento de décadas e transpira jazz de primeira grandeza neste álbum duplo, que registra um show de 1998 nos EUA.

O Menino que Queria Ser Deus, Djonga (Spotify/Deezer)
Lançado exatamente um ano após Heresia, o segundo disco de Djonga é — guarde as proporções — algo como um Nada como um Dia após o Outro Dia, dos Racionais MC’s, em 2018, refletindo as dores e as delícias da fama súbita do rapper mineiro.

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Landfall, Laurie Anderson e Kronos Quartet (Spotify/Deezer)
Gravado a partir da experiência do que perdeu com o furacão Sandy, Laurie Anderson volta a investigar os mistérios do tempo em um dos melhores discos de sua carreira, usando nada menos que o brilhante quarteto de vanguarda como banda.

Marinheiro de Terra Firme, Puppi (Spotify/Deezer)
O italiano aborda o cello de forma pouco ortodoxa. Elementos de eletrônica, dramaticidade de trilha sonora e ecos da malemolência carioca dão forma a este disco, cujo ponto alto é “Capitão do Mar”, com Milton Nascimento no vocal.

Edição de 23/3

Ao Vivo no Rex Jazzbar, Wado (Spotify/Deezer)
Wado é desses artistas que têm um idioma próprio. O interessante desse disco é a crueza do registro, que deixa o clima mais legal. O dueto cheio de alma com Otto em “Crua”, que parece gravação pirata em fita K7, é sensacional.

Sunder, Nathan Fake (Spotify/Deezer)
Bem ao gosto do selo Ninja Tune, esse novo trabalho de Nathan Fake tem uma arquitetura de beats impressionante e textura super elegantes. É muito dançante sem deixar de fazer os neurônios bailarem junto com os quadris.

Sly & Robbie’s Book of Dubelation, Sly & Robbie (Spotify/Deezer)
Não existiria a pulsação da Jamaica sem o jogo vaporoso do baixo e da bateria e nesse quesito ninguém entende melhor a alma do dub do que Sly Dunbar e Robbie Shakespeare. Combustível potente para viajar.

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Loneliness Road, Jamie Saft (Spotify/Deezer)
O pianista Jamie Saft se junta à lenda Bobby Previte e a Steve Swallow para nos conduzir para uma viagem ao mais fundo da solidão. Quando o mergulho é acentuado, a voz assombrosa de Iggy Pop se junta ao trio.

Edição de 6/4

Your Queen is a Reptile, Sons of Kemet (Spotify/Deezer)
A Sons of Kemet é liderada pelo sax tenor de Shabaka Hutchings — uma das figuras centrais na cena instrumental inglesa — e tem também duas baterias e uma tuba. Jazz afro-atlântico com mais acento caribenho, incorpora também ritmos pós-2000 como o grime.

My Dear Melancholy, The Weeknd (Spotify/Deezer)
Abel Tesfaye solta de surpresa um EP que volta aos beats mais lentos, como no seu primeiro Trilogy, bem longe do hit de verão Starboy. Mais feito para um vinho em casa do que para a praia, só os nomes na produção já valem o play: Nicolas Jaar e meio Daft Punk, por exemplo.

Code Girl, Mary Halvorson (Spotify/Deezer)
Guitarra, baixo, bateria, trompete e voz. A partir dessa nova formação, a guitarrista experimental americana cria canções complexas e cheias de imaginação, informadas tanto pelo jazz quanto pelo rock.

Carvão, Paulo Carvalho (Spotify/Deezer)
Com produção de Kassin e arranjos de cordas de ninguém menos que Arthur Verocai, o paulistano Paulo Carvalho dá corpo a canções que exploram territórios sensíveis em seu terceiro álbum.

Edição de 13/4

In-House Science, Arild Andersen (Spotify/Deezer)
O baixista norueguês forma com o tenor Tommy Smith e com o baterista Paolo Vinaccia um trio que explora toda a potência do jazz, como prova essa gravação feita na Áustria em 2016.

O Sol mais Escuro, Vermes do Limbo (Bandcamp)
Com guitarra, baixo, bateria, voz e muitos efeitos, o trio se alimenta da decomposição do rock e lança mais um disco que desafia as fronteiras de gêneros, esgarçando os limites da canção.

Now Only, Mount Eerie (Spotify/Deezer)
Tal como em A Crow Looked At Me, Phil Elverum encontra na música a melhor maneira de lidar com a morte da mulher, compondo canções diretas, doloridas, terapêuticas.

Tantas, Anna Ratto (Spotify/Deezer)
Anna Ratto encontrou um belo veículo para sua voz nesse disco de intérprete, com produção equilibrada de JR Tostoi e Marcelo Vig para músicas de bandas tão diferentes quanto Eddie e Café Tacuba.

Edição de 20/4

2012–2017, A.L.L (Spotify / Deezer)
Against All Logic é o projeto mais pop do genial produtor Nicholas Jaar. Com os dois pés na black music, essa coleção de faixas faz a ponte entre a house clássica e a dance music atual.

There’s a Riot Going On, Yo La Tengo (Spotify / Deezer)
O trio mais famoso de Hoboken chega ao seu 15º álbum de estúdio se esmerando no que faz de melhor: dissolver o rock americano em canções melancólicas.

Retina Azul, Caio Milan (Spotify/Deezer)
O trio de jazz liderado pelo baterista, que tem ao seu lado Fabrizio Casaletti na guitarra e Richard Metairon no contrabaixo, mimetiza o universo a partir de complexas improvisações.

Invasion of Privacy, Cardi B (Spotify/Deezer)
Entre Bronx, Atlanta e reggaetons que remetem à sua ascendência latina, com feats super-cobiçados, o flow veloz de Cardi B faz espirais da sua história, de stripper a superstar. Tudo isso num álbum de estreia.

Edição de 27/4

Brahms, The Symphonies, Robin Ticciati (Linn Records)
Regendo a Scottish Chamber Orchestra, Ticciati grava o ciclo de 4 sinfonias do compositor romântico de forma vigorosa e energética, mas sem perder as nuances destas obras de luz e sombra.

Motor, Marcelo Cabral (Spotify/Deezer)
O baixista deixa o compositor fluir em canções de amor pouco óbvias, tocadas e compostas com parceiros como Romulo Fróes, Clima, Criolo, os outros integrantes do Metá Metá, Rodrigo Campos e Ná Ozzetti.

Golden Hour, Kasey Musgraves (Spotify/Deezer)
Neste 3º álbum, a cantora se liberta um pouco do country ortodoxo para mergulhar em doces canções pop que pervertem o violão com batidas dançantes, vocais sintetizados e arranjos de cordas.

II, Dark Buddah Rising (Spotify/Deezer)
Veteranos da cena de metal mais dark do mundo, a banda finlandesa divide em 2 longas faixas sua distopia psicoativa. Nadando em distorções, o EP evoca alucinações em ritual rumo ao vazio.

Edição de 4/5

The Brown Tape, Ghostface Killah (Spotify/Deezer)
Apollo Brown recriou o álbum 12 Reasons to Die, agora com batidas que fazem mais sentido dentro da trajetória do rapper que apareceu com o Wu-Tang Clan. Ressalta o lado mais sombrio das canções.

Scandal, Joe Lovano e Dave Douglas (Spotify/Deezer)
Liderado pelo saxofonista e pelo trompetista, o quinteto de jazz Sound Prints reverencia o som dos anos 60 do segundo grande quinteto de Miles Davis, que tinha o jovem Wayne Shorter fervilhando.

Dirty Computer, Janelle Monáe (Spotify/Deezer)
Goste-se ou não do pop grude, o disco novo de Monáe é importante por carregar o legado de Prince, seu mentor. Ainda é um marco para a cantora por ter se despido do alter-ego androide Cindi Mayweather.

La Dôtu Lado, Coladera (Spotify/Deezer)
O som de Cabo Verde ganha um sotaque brasileiro no encontro do violonista mineiro Vitor Santana com o português João Pires, um bela fusão que ressalta o parentesco dos ritmos brasileiros com africanos.

Edição de 11/5

Relax, Kassin (Spotify/Deezer)
Kassin volta com seu humor peculiar, em canções que deixam clara sua afiliação com a black music mais eletrônica dos anos 80, mediada por doses de sensibilidade brasileira, canalizando Marcos Valle e João Donato.

Brouwer: Book of Signs / Bellinati: Concerto Caboclo, Brasil Guitar Duo e David Amado (Spotify/Deezer)
Paulo Bellinatti leva o som do interior de São Paulo ao Concerto Caboclopara dois violões e orquestra, aqui interpretado pelo Brasil Guitar Duo com a Sinfônica de Delaware.

Isolation, Kali Uchis (Spotify/Deezer)
Conexão pop entre Colômbia e Estados Unidos, num R&B recheado de participações, como as de BIA, Jorja Smith e Steve Lacy. Destaque para “After The Storm”, com Tyler, The Creator e o mito Bootsy Collins.

Chapel Perilous, Gnod (Spotify/Deezer)
A banda mescla rock psicodélico com noise e drone, e depura o seu som a cada lançamento. Aqui, mantém alta a agressividade numa postura crítica à política europeia.

Edição de 18/5

In a Moment, Karl Berger (Tzadik)
Com o subtítulo de “música para piano e cordas”, esse álbum fecha a trilogia do pianista alemão que tocou com gigantes do free jazz para o selo Tzadik, de John Zorn. Usando baixo, cello, viola e violino, cria arranjos de uma beleza ímpar.

SDDS, SDDS (Spotify/Deezer)
Encontro de Juliana Perdigão, Dellani Lima, Moita Matos e João Antunes é um disco deliciosamente descompromissado, com letras de chorar de rir e os dois pés enfiados numa tosqueira digital com DNA brasileiro.

Entreatos, Vivi Rocha (Spotify/Deezer)
Vinda do universo da música lírica, Vivi Rocha lança este disco autoral que prova que é possível trazer frescor e criatividade para a música popular brasileira. Canto impecável, letras boas e arranjos belíssimos.

Tranquility Base Hotel & Casino, Arctic Monkeys (Spotify/Deezer)
Muitos fãs torceram o nariz, mas mesmo sem as guitarras que fizeram a banda explodir, ou mesmo por isso, o disco revela um grupo que ousa não se repetir e resolve compor para quem prefere o sofá à pista.

Edição de 25/5

Tell Me How You Really Feel, Courtney Barnett (Spotify/Deezer)
A australiana segue desfilando hits feministas, desta vez talvez até com um toque mais raivoso: “Homens têm medo que mulheres riam deles / Eu quero andar no parque no escuro”, diz um dos singles. Esse é o tom.

Die Lit, Playboi Carti (Spotify/Deezer)
Álbum “de estreia” do rapper de 21 anos — mais um da safra de Atlanta — reforça certa tendência de diminuição da verborragia no rap. Em vez dela, a repetição exaustiva dos versos curtos faz com que os beats se sobressaiam, em transe.

Deus É Mulher, Elza Soares (Spotify/Deezer)
Disco com a mesma turma de A Mulher do Fim do Mundo — mas mais mulheres e percussão — reforça a carreira militante de Elza Soares e sua vontade de fazer diferente. Aqui, com punk, noise, arranjos de cordas e um quê de BaianaSystem.

Wide Awake!, Parquet Courts (Spotify/Deezer)
Produzido — curiosamente — por Danger Mouse, o disco do prolífico grupo texano é art punk pra dançar, variando entre momentos enérgicos e baladas, desta vez com tom mais politizado. Sobra até para o marido de Gisele, em Total Football.

Edição de 8/6

Elysia Crampton, Elysia Crampton (Spotify/Deezer)
O segredo deste breve álbum da produtora americana de raízes bolivianas está em suas colagens hiper criativas, maximalistas, que brincam com os sentidos ao fundir gêneros, impulsionadas por padrões incríveis de bateria.

Miopia, Gui Amabis (Spotify/Deezer)
Em seu quarto álbum, Gui Amabis depura suas composições assombradas. Misturando som de banda com samples, entoa com sua voz grave canções que tiram sua força de uma melancolia sutil, entregues com absoluta honestidade.

Orchestral Music Vol. 1, William Wordswoth (Spotify/Deezer)
Não se pode dizer que o inglês tenha jogado no primeiro time do século 20, mas essa reunião de peças orquestrais gravada pela Sinfônica de Liepāja, regida por John Gibbons, ilumina um compositor austero que pede uma reavaliação.

Sparkle Hard, Stephen Malkmus & the Jicks (Spotify/Deezer)
Um dos guitarristas mais criativos do indie rock volta com um de seus melhores discos em anos. Pesado na medida certa, com letras conectadas ao presente, Sparkle Hard demonstra uma acidez que só vem com a maturidade.

Edição de 15/6

Lost & Found, Jorja Smith (Spotify/Deezer)
A cantora de R&B inglesa dá alguns passos atrás em relação ao single matador On My Mind, de seu álbum de estreia. Mas, mesmo sem a modernidade da parceria com Preditah, a voz de Smith brilha nesse disco de sonoridade clássica.

Age Of, Oneotrix Point Never (Spotify/Deezer)
Mestre dos synths, Daniel Lopatin já explorou o noise, o drone, eletrônica. Age of traz troca as viagens sonoras mais abrasivas por um passeio pelo R&B, numa virada curiosa para a canção. O bom é que faz isso sem perder a sua veia escapista.

The Return, Kamaal Williams (Spotify/Deezer)
O tecladista inglês parte da fusão de jazz e rock iniciada nos anos 70 para compor um álbum com temas repletos de grooves e batidas quebradas, se relacionando com o passado e com a cena americana que dialoga com o R&B e o hip hop.

Afastamento, Juliano Gauche (Spotify/Deezer)
Em seu terceiro disco solo, o cantor e compositor capixaba fecha um ciclo inspirado. Sustentado por suas letras sensíveis e por histórias simples e tocantes, o disco veste as palavras com uma sonoridade roqueira quase minimalista.

Edição de 22/6

Jams Vol. 1, Akin/Non Exist (Bandcamp)
É interessante nessas jams de mpc, pedais de guitarra, samples e programação de baterias como Akin passeia por diferentes estilos de eletrônica, mas sempre com acento próprio. Retrofuturismo reforçado pela escolha de lançar em k7.

Trança, Ava Rocha (Spotify/Deezer)
Terceiro disco de Ava Rocha é mais do que o embaralhar ordeiro da contribuição de amigos, ideias musicais e herança. Com liberdade formal, que busca em cada canção a construção exata, aponta um pensamento promissor a nova música brasileira.

Voices Fall From the Sky, William Parker (Spotify/Deezer)
Um dos maiores nomes do baixo e da improvisação, William Parker sempre teve na música devocional um norte e neste disco triplo busca o divino no encontro com vozes de diferentes lugares do mundo, mirando o além.

Kids See Ghosts, Kids See Ghosts (Spotify/Deezer)
O álbum de estreia do supergrupo de hip hop formado por Kanye West e Kid Cudi é um jogo de potências, claro-escuro, yin-yang, mergulho tanto no ego (os dois têm de sobra) quanto na emoção, com um produção que leva o gênero à frente.

Edição de 29/6

Pentagram, Gui Boratto (Spotify/Deezer)
Com um título que diz mais sobre geometria do que sobre misticismo, o quinto álbum do produtor de música eletrônica paulistano Gui Boratto está mais orgânico, não só pelo uso de instrumentos acústicos e de cordas, mas pela própria arquitetura dos beats.

Tradição Improvisada, Nelson da Rabeca e Thomas Rohrer (Spotify/Deezer)
Aparentemente jogando em lados opostos, tradição e improvisação conseguem encontrar um caminho do meio neste encontro do mundo de xaxados e baiões representado por Nelson da Rabeca com a música livre de Rohrer.

O Disco das Horas, Romulo Fróes (Spotify/Deezer)
Existe algo de metafísico, de rilkeano, para além deste título. Algo que nasce da constante e saudável mutação sonora que Fróes traz a cada álbum e que, aqui, deixa suas canções angulares ganharem as formas sopradas por Thiago França.

Oil of Every Pearl’s Un-insides, Sophie (Spotify/Deezer)
Para além da questão da transexualidade que é subtexto do disco, Sophie consegue polir uma gema pop, levando o gênero à frente em uma produção que joga com o descartável, ora como ruptura, ora como apologia.

Edição de 6/7

O Tom da Takai, Fernanda Takai (Spotify/Deezer)
Depois de tantos tributos, não é fácil encarar a obra de Tom Jobim. Fernanda Takai acerta em tudo: na seleção nada óbvia e na produção exata de Roberto Menescal e Marcos Valle, que deixam as canções a serviço de sua voz.

Volume Único, Música de Selvagem (Spotify/Deezer)
Um jogo entre a improvisação livre e a canção. Com a ajuda de Tim Bernanrdes, Sessa, Luiza Lian e Pedro Pastoriz, a banda concebe um álbum raro na música brasileira, com sua combinação de ousadia e lirismo.

God’s Favorite Customer, Father John Misty (Spotify/Deezer)
Josh Tillman é um compositor de mão cheia. Chegando ao quarto disco, não perde a agudeza e a ironia das letras, que dão todo o charme para essa nova coleção de baladas e rocks ancorados na tradição norte-americana da canção.

Radamés Gnattali, Trio Puelli (Spotify/Deezer)
Radamés Gnattali dribla as convenções da música de câmara ao acentuá-la com frases e ritmos populares, interpretados de forma impecável pelas musicistas do Puelli nesta pioneira gravação da integral de trios para piano do compositor.

Edição de 13/7

Um Grito que se Espalha, Tributo a Walter Franco (Scream & Yell)
O mestre dos experimentos com a canção ganha tributo com belas versões de suas músicas feitas por gente como Bike, Os Gianoukas Papoulas, La Carne, Juliano Gauche, Marcelo Callado, Consuelo, Seamus e Buenos Muchachos.

Heaven and Earth, Kamasi Washignton (Spotify/Deezer)
Kamasi Washington é um dos mais interessantes saxofonistas da nova geração, e dá sequência a suas incursões por diferentes subgêneros do jazz, dançando entre a improvisação mais aberta e celestial e grooves aterradores.

Remain in Light, Angelique Kidjo (Spotify/Deezer)
A cantora do Benin radicada em Nova York traz de volta para a África o clássico em que o Talking Heads, com a ajuda de Brian Eno na produção, relia o afrobeat. Um interessante jogo de espelhos.

Entrevista, Ronei Jorge (Spotify/Deezer)
Algo dos tempos de Ladrões de Bicicleta ainda está lá, mas, na estreia solo, Ronei troca a ênfase na guitarra indie por arranjos mais cabeçudos com presença essencial de Aline Falcão e Carla Suzart.

Edição de 20/7

Everything is Love, The Carters (Spotify/Deezer)
A junção do R&B de Beyoncé com o rap de Jay-Z, embora sem grandes novidades em termos de sonoridade, instaura um novo capítulo no voyeurismo do pop: o casal mais amado do mundo mainstream, finalmente, é negro.

Orquestra Mundana Refugi(Spotify/Deezer)
Este registro ao vivo — fruto de um trabalho de dois meses com músicos refugiados da Síria, Congo, Guiné, Haiti, China, Palestina, entre outros lugares — amalgama tradições, criando uma música única, global e atemporal.

Twist, Body Heat (Spotify/Deezer)
Duo de Matt Horner e Deanna Dorta conserva um pouco do ethos garageiro do Sonic Youth. Sem as tramas intrincadas de guitarra, se concentra em belas canções roqueiras, com um certo saudosismo dos anos 90.

Poema, L_cio (Spotify/Deezer)
Apesar de L_cio ser um dos maiores produtores de eletrônica do país desde os anos 2000, só agora lança seu primeiro álbum. Poema não é uma coleção de tracks, é um disco encadeado, em muitos momentos soturno, com um pulso pesado.

Edição de 27/9

Outono no Sudeste, Maurício Pereira (Spotify/Deezer)
Maurício Pereira deixa fluir seu lado cronista, com uma poesia que nasce da observação cotidiana e sua prosódia peculiar. Um grande álbum de um compositor maduro que não se conforma com fórmulas prontas.

The Switch, Body/Head (Spotify/Deezer)
The Switch é tudo o que se pode esperar do entrosamento de Kim Gordon com Bill Nace, em cinco faixas construídas sobre guitarras, vozes e efeitos, é desses álbuns para expandir a consciência.

Flama, Fronte Violeta (Bandcamp)
O novo disco do duo de Carla Boregas, do Rakta, com Anelena Toku é também psicoativo. Usando improvisação eletrônica e gravações de campo numa fazenda é, como o título de uma de suas cinco músicas, um achado de alta sensibilidade.

Still Dreaming, Joshua Redman (Spotify/Deezer)
Filho de Dewey Redman, parceiro de Ornette Coleman, o saxofonista presta uma homenagem ao legado acústico do free jazz do texano em um quarteto com Ron Miles, Scott Coley e Brian Blade na bateria.

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