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Silvina Ocampo entre nós

Por Bravo
Atualizado em 21 set 2022, 22h21 - Publicado em 25 jul 2019, 09h50

E mais: dois livros com estudos feministas; a Jornada de Literatura Contemporânea em Recife; e a Bienal do Rio sem Josh Malerman

Por Diana Bezerra*

Jorge Luis Borges dizia que, nos contos de Silvina Ocampo, havia algo difícil de compreender: um estranho amor por certa crueldade inocente e oblíqua. Já Italo Calvino afirmava que não existe outro escritor que capture melhor a magia dos rituais cotidianos, o rosto proibido ou oculto que nossos espelhos não nos mostram. Aclamada ainda por nomes como Roberto Bolaño e Julio Cortázar, a autora tem agora traduzida no Brasil sua obra A Fúria — e Outros Contos, pela Companhia das Letras. Considerado “o mais ocampiano” dos livros de Silvina, ele traz uma das reuniões de histórias mais profundas da literatura latino-americana.

Enquanto ficamos na expectativa pela chegada do livro em agosto, parafraseamos a jornalista Mariana Enriquez: “Irmã de Victoria Ocampo, esposa de Adolfo Bioy Casares, amiga íntima de Borges, uma das mulheres mais ricas e extravagantes da Argentina, uma das escritoras mais talentosas e singulares da literatura em espanhol: todos estes títulos não explicam Silvina, não a definem, não servem para entender o seu mistério”.

Teoria e prática

Nos dias 29 e 30 de agosto, a 1º Jornada de Literatura Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco terá conferências, apresentações culturais e de teses, palestras e participações especiais de acadêmicos que têm alguma relação com o Nordeste, como Elizabeth Hazin, professora-aposentada da Universidade de Brasília, e Cristhiano Aguiar, professor de Literatura da Universidade Mackenzie.

Sem perdão

Jornalista premiado e dono de longa carreira na revista Newsweek, Andrew Nagorski lança agora por aqui Caçadores de Nazistas (Intrínseca), um relato sobre as experiências de alguns dos mais importantes advogados, juristas e agentes do serviço secreto israelense na busca implacável pelos criminosos que ainda não haviam sido punidos após o fim da Segunda Guerra Mundial.

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Premiação

Seguem abertas até 20 de setembro as inscrições para a 5ª edição do Prêmio Cepe Nacional de Literatura, nas categorias conto, poesia e romance; e também a 2ª edição do Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantil e Infantojuvenil. Serão concedidos prêmios no valor de R$ 20 mil aos vencedores de cada categoria. No ano passado, três vencedores foram agraciados também com o Prêmio Literário da Biblioteca Nacional: Os Filhos do Deserto Combatem na Solidão, de Lourenço Cazarré; O Voo da Eterna Brevidade, de José Mário Rodrigues; e Outro Lugar, de Luis S. Krausz — este também foi finalista do Prêmio Rio de Literatura.

Feminismo 1

Um dos livros que devem dar muito o que falar no Brasil neste segundo semestre é Anseios: Raça, Gênero e Políticas Culturais, de bell hooks (Editora Elefante). Um dos principais nomes do feminismo negro atual, a acadêmica norte-americana é autora de importantes estudos dirigidos à discussão sobre raça, gênero e classe e às relações sociais opressivas.

Feminismo 2

Ainda pela Editora Elefante, sai também Mulheres Livres: a Luta pela Emancipação Feminina e a Guerra Civil Espanhola, de Martha A. Ackelsberg. O livro é resultado de uma longa e rigorosa pesquisa sobre as condições sociais e políticas que permitiram o surgimento de um movimento emancipatório de mulheres na Espanha revolucionária de 1936. E narra os esforços para criar uma organização de alcance nacional constituída por e para as mulheres da classe trabalhadora num mundo dominado pelo fascismo.

Bienal

Autor de Caixa de Pássaros e presença aguardada na Bienal Internacional do Livro do Rio deste ano, Josh Malerman cancelou sua participação. O motivo foi a mudança no calendário de entrega do manuscrito de seu novo livro Malorie, a sequência do thriller psicológico que deu origem ao filme Bird Box, da Netflix.

*Diana Bezerra é jornalista e colunista da Bravo!

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