60 anos de James Bond no Oscar 2025
Em plena mudança de direção artística do espião inglês, Academia vai dar um Oscar honorário aos produtores, incluindo um show com as melhores músicas de 007
Em um mundo ideal para os fãs, a homenagem ao espião inglês programada para a noite de 2 de março no Oscar terminaria com o anúncio do novo James Bond. Infelizmente, é improvável.
O que se pode tirar da iniciativa? Sua relevância é gigantesca depois do anúncio de Jeff Bezos de que ele tem o “controle criativo” da franquia que ele faça um barulho diante da Academia. É o seu momento: “ele é meu”. É o fim de uma era cercada de elogios e nostalgia (Daniel Craig certamente será o apresentador), mas para quem acompanhou a luta de Barbara Broccoli de manter 007 dentro da integridade artística que seu pai estabeleceu quando lançou o primeiro filme, em 1962, é também uma virada de página triste (como Timothy Dalton declarou). Terão aplausos de pé, lágrimas e curiosidades, mas é um “take over” que significa que o mundo de Bond será bem diferente daqui pra frente.
Sabe o que não muda? Seu impacto musical. Uma das grandes assinaturas de 007 são suas músicas tema e por isso, sem surpresa, a homenagem ao legado de mais de 60 anos de 007 será feita com um tributo musical. Uma trilha sonora perfeita para a despedida elegante dos produtores de longa data, Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, que vão receber um Oscar honorário na mesma noite. Aquele momento nostálgico que é a cara da festa e que não apenas Hollywood ama, nós também.
Não há muita informação do que promete ser um dos pontos altos da noite. São 26 filmes por isso tem a opção de ser um medley com os maiores sucessos, o que significa ter lendas do pop no palco. O fato de que os produtores estão guardando segredo, mas deixando passar que terá “uma grande surpresa” me deixa louca para domingo chegue logo.
Ao lado do grande show de Wicked, que terá Cynthia Erivo e Ariana Grande cantando ao vivo DefyingGravity, o medley de James Bond não poderá excluir Goldfinger, Skyfall e Diamonds Are Forever, entre outros clássicos.
Segundo a Variety, que deu com a língua nos dentes sobre o show (supostamente) surpresa, não está claro se o tributo terá apenas as músicas vencedoras e indicadas ao Oscar ou se vai ser mais amplo para celebrar todos os 26 temas de Bond. Não acredito em algo completo, mas certamente terá No Time To Die no meio, uma vez que foi a última premiada.
Minha aposta? Podemos contar com as presenças de Adele, Billie Eilish, Paul McCartney, e Sam Smith no palco, com muitas chances de também incluírem Madonna. Mesmo sonhando com o time completo (A-ha, Duran Duran, Sheena Easton, Garbage, Jack White, Tom Jones), meu sonho era ter Carly Simon cantando Nobody Does It Better, mas por alguma razão não a vejo participando da festa. A grande surpresa seria, e é a minha aposta, que tragam Shirley Bassey para ao palco. Hoje com 87 anos e ainda se apresentado, a cantora galesa é a “voz” de Bond e emocionou Hollywood em 2013, quando se apresentou no Oscar. Se ela cantar Goldfinger de novo? O teatro virá abaixo.
Independentemente de quem suba ao palco para celebrar esse momento histórico, uma coisa é certa: James Bond e sua trilha sonora marcaram gerações e continuarão a ecoar muito além dessa homenagem. A combinação de nostalgia e expectativa para o futuro da franquia fará dessa celebração um dos grandes momentos da noite do Oscar. E se há algo que 007 nos ensinou ao longo de seis décadas, é que ele sempre encontra uma maneira de se reinventar — com novos rostos, novos desafios e, claro, novas músicas inesquecíveis.
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