Ainda Estou Aqui vence o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional
O longa superou "Garota da Agulha", "Emilia Pérez", "A Semente do Fruto Sagrado" e a animação "Flow"

Dia histórico para os brasileiros. As apostas estavam corretas, e desta vez a torcida brasileira teve motivos para comemorar. O longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, acaba de vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional, consolidando sua trajetória de sucesso na temporada de premiações.
O filme de Walter Salles concorria com A Garota da Agulha, de Magnus von Horn; Emilia Pérez, de Jacques Audiard; A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof; e a animação Flow, de Gints Zilbalodis.

Ao subir ao palco para receber o prêmio, Walter Salles declarou: “Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir… Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”. O diretor também citou os nomes de Tom Bernard e de Michael Baker, executivos da Sony Pictures Classic, principal produtora internacional do filme.
Este é o segundo filme de Salles a disputar o Oscar. O primeiro foi Central do Brasil, em 1999, que concorreu na mesma categoria e marcou a história do cinema brasileiro ao render a Fernanda Montenegro uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz, tornando-se a primeira atriz brasileira e latina a alcançar o feito.

Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui é inspirado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva e narra a história de sua família durante a repressão da ditadura militar no Brasil. O enredo acompanha a luta incansável de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres e, na última sequência do filme, por Fernanda Montenegro – quando a personagem já foi acometida pelo Alzheimer –, na busca pelo paradeiro de seu marido, Rubens Paiva, desaparecido pelas mãos do regime.

O longa estreou em agosto na 81ª edição do Festival de Veneza, onde foi aclamado pela crítica e marcou o reencontro de Walter Salles com Fernanda Torres, com quem já havia trabalhado em Terra Estrangeira (1995) e O Primeiro Dia (1998), e também com Fernanda Montenegro.
Desde então, o filme acumula 40 prêmios, incluindo o Goya de Melhor Filme Ibero-Americano e o prêmio de Melhor Roteiro no Festival Internacional de Cinema de Veneza.