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Como funciona a votação do Oscar e quem são os brasileiros votantes?

Wagner Moura, Sônia Braga e Selton Mello estão na lista

Por Redação Bravo!
Atualizado em 3 mar 2025, 03h13 - Publicado em 10 jan 2025, 10h00
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 (Handout / Gettyimages/fotografia)
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Até hoje, o Oscar desperta muito fascínio entre cinéfilos ao redor do mundo. Reconhecida como a maior premiação do cinema, a simples indicação de obras ou artistas já funciona como um selo de excelência, elevando esses profissionais a um novo patamar de reconhecimento. Vencer um Oscar equivale a ser considerado um dos melhores em sua área no cenário global e o seu nome entra para a história do cinema.

A expectativa em torno de uma possível indicação da atriz brasileira Fernanda Torres, amplamente consagrada no Brasil, tem gerado ainda mais interesse sobre como funciona o processo de votação da premiação.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi criada em 1929. E nessas décadas, ela passou a reunir mais de 10.500 membros de diferentes países, e áreas diversas do cinema, como atuação, direção, edição, figurino, fotografia e som.

O alto número de votantes foi uma resposta às críticas recebidas ao longo dos anos, que apontavam a falta de diversidade nas indicações. Durante muito tempo, o Oscar foi acusado de excluir artistas não brancos ou de países cuja língua principal não é o inglês. O que continua a ser um problema.

O impacto das campanhas na corrida pelo Oscar

Outra questão frequentemente criticada é o papel determinante das campanhas promocionais para garantir a indicação e, eventualmente, a vitória no Oscar. Filmes com maior orçamento têm mais chances de financiar eventos, publicidade e estratégias de marketing para atrair a atenção dos votantes. Afinal, para ser indicado, é essencial que o filme seja visto.

Um exemplo recente desse esforço é o time por trás de Ainda Estou Aqui, que vem promovendo a obra globalmente com exibições, debates e entrevistas à imprensa internacional, numa tentativa de manter o filme em evidência durante a temporada de premiações. E, claro, quanto mais ajuda, melhor. Recentemente, o filme “Emília Pérez”, do francês Jacques Audiard, teve uma importante colaboração com um debate com a atriz Selena Gomez (que faz parte do elenco do filme) mediado por ninguém menos do que a atriz Meryl Streep, em um evento voltado para os membros da Academia.

Esse método de campanha agressiva foi iniciado por Harvey Weinstein, o magnata hoje amplamente reconhecido como um predador sexual, que utilizava estratégias controversas, como apelos emocionais, críticas a concorrentes e manobras que davam a impressão de compra de influência. Sua abordagem deixou uma marca nas campanhas de premiação por anos. Contudo, em 2017, a Academia o expulsou após denúncias de assédio, destacando que ele não representava os valores da instituição. Harvey foi também um dos responsáveis pelo prêmio controverso dado a Gwyneth Paltrow, em 1999, quando ela concorria com grandes nomes como Meryl Streep, Cate Blanchett, Glenn Close, Emily Watson e Fernanda Montenegro. As críticas surgiram em função da percepção de que qualquer outra atriz na mesma categoria teria sido mais merecedora do prêmio.

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Apesar das campanhas intensas, existem regras claras que limitam a abordagem de profissionais envolvidos com os filmes. Não é permitido solicitar votos diretamente ou fazer campanha contra outros concorrentes. Eles podem divulgar seus trabalhos entre seus pares, mas não podem pedir indicações de maneira explícita.

Um caso que chamou atenção ocorreu em 2023, quando Michelle Yeoh, vencedora do Oscar por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, enfrentou críticas ao repostar em seu Instagram um artigo da revista Vogue. O texto sugeria que ela deveria ser premiada em vez de Cate Blanchett, indicada por Tár. A publicação gerou polêmica, pois poderia ser interpretada como uma violação das regras da Academia. Michelle rapidamente apagou o post, evitando consequências mais sérias para sua nomeação.

Como funciona o processo de votação?

Os indicados ao Oscar são escolhidos por especialistas em cada área: atores indicam atores, diretores indicam diretores, e assim por diante. Afinal, são eles os mais aptos a analisar um bom trabalho. Profissionais indicados em edições anteriores têm o direito de votar, mas muitos outros são convidados para integrar a Academia como forma de ampliar a representatividade, o que tem acontecido em maior frequência nos últimos anos. No último ano, por exemplo, a atriz brasileira Maeve Jinkings foi convidada a se tornar votante da Academia.

Na fase final, todos os membros podem votar em qualquer categoria, incluindo a de Melhor Filme. Atualmente, a Academia premia 23 categorias, mas, a partir da 98ª edição, em 2025, contará com uma nova: Melhor Elenco, totalizando 24 prêmios.

Vence quem recebe o maior número de votos. Já para Melhor Filme, contudo, o processo é mais elaborado. Os votantes ranqueiam os filmes indicados em uma escala de 1 a 10, por ordem de preferência. Caso nenhum filme alcance a maioria absoluta na primeira rodada, o menos votado é eliminado, e seus votos são redistribuídos para a próxima opção dos eleitores. Esse ciclo se repete até que um dos concorrentes atinja 50% dos votos ou mais.

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Para manter o mistério e o interesse na noite da cerimônia, a votação ocorre de forma totalmente digital e é confidencial. Embora os membros não sejam obrigados a assistir a todos os filmes indicados, recomenda-se que votem apenas nas produções que tenham efetivamente visto. Além disso, é possível optar por não votar em categorias nas quais não se sintam aptos a avaliar.

Apesar das medidas de segurança e regras, o sistema não é isento de críticas, já que permite a participação de votantes que, em algumas situações, não estão totalmente preparados para julgar determinadas produções ou até mesmo campanhas não oficiais para amigos. Se um artista já detém bastante popularidade entre os seus colegas, suas chances são maiores. No entanto, temos visto nos últimos anos, um aumento nas premiações de artistas de fora dos EUA.

O intervalo entre o anúncio dos indicados e a votação final é de cerca de quatro semanas. Neste ano, devido aos incêndios na Califórnia, os indicados serão anunciados em 19 de janeiro. Os resultados permanecem em sigilo absoluto, sendo conhecidos apenas por dois representantes da PricewaterhouseCoopers (PwC), que guardam os envelopes lacrados revelados durante a cerimônia.

Brasileiros na Academia

Sim, há brasileiros entre os votantes. O país conta com um seleto grupo de profissionais que participam tanto das indicações quanto da votação final. Um levantamento realizado pelo site da CNN identificou os nomes desses votantes. Confira:

Adriano Goldman (diretor de fotografia)

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Affonso Beato (diretor de fotografia)

Alê Abreu (diretor e animador)

Alice Braga (atriz)

Andrea Barata Ribeiro (produtora)

Anita Rocha da Silveira (diretora)

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Anna Muylaert (diretora)

Anna Van Steen (maquiadora)

Antonio Pinto (compositor)

Bruno Barreto (diretor)

Cacá Diegues (diretor)

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Carlinhos Brown (compositor)

Carlos Saldanha (diretor e animador)

Carolina Markowicz (diretora)

Daniel Rezende (diretor e montador)

Emilio Domingos (documentarista)

Fabiano Gullane (produtor)

Felipe Lacerda (montador)

Fernanda Montenegro (atriz)

Fernando de Goes (cientista de computação)

Fernando Meirelles (diretor)

Helena Solberg (diretora)

Heloísa Passos (diretora)

Ilda Santiago (curadora)

Jefferson De (diretor)

João Atala (documentarista)

João Moreira Salles (documentarista)

José Padilha (diretor)

Karen Akerman (editora e produtora)

Karen Harley (montadora)

Karim Aïnouz (diretor)

Kleber Mendonça Filho (diretor)

Laís Bodanzky (diretora)

Lula Carvalho (diretor de fotografia)

Maeve Jinkings (atriz)

Marcelo Zarvos (compositor)

Maria Augusta Ramos (documentarista)

Mauricio Osaki (diretor)

Mauricio Zacharia (roteirista)

Paula Barreto (produtora)

Pedro Kos (documentarista)

Petra Costa (documentarista)

Renato dos Anjos (supervisor de animação)

Rodrigo Santoro (ator)

Rodrigo Teixeira (produtor)

Sara Silveira (produtora)

Selton Mello (ator e diretor)

Sérgio Mendes (compositor)

Sônia Braga (atriz)

Vânia Catani (produtora)

Vera Blasi (roteirista)

Wagner Moura (ator e diretor)

Waldir Xavier (engenheiro de som)

Walter Salles (diretor)

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