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Curta brasileiro “Amarela” concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes

O filme do diretor André Hayato Saito é o único representante da América Latina na categoria

Por Redação Bravo!
Atualizado em 14 Maio 2024, 18h47 - Publicado em 10 Maio 2024, 09h00
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O curta-metragem brasileiro "Amarela" concorre à palma de ouro em Cannes (Amarela/reprodução)
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O curta-metragem “Amarela”, escrito e dirigido pelo nipo-brasileiro André Hayato Saito, está concorrendo à Palma de Ouro no 77º Festival de Cannes. O filme foi selecionado entre mais de 4420 obras inscritas e disputa o prêmio com outras dez produções. A história, baseada nas próprias vivências do diretor, discute as discriminações contra pessoas de ascendência asiática.

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cena do curta-metragem brasileiro, Amarela (Amarela/reprodução)

A narrativa se passa em São Paulo e é estabelecida durante a final da Copa do Mundo de 1998, entre Brasil e França. A protagonista é Erika Oguihara (Melissa Uehara), uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições de sua família japonesa. A luta contra o sentimento de não-pertencimento se aflora quando é confrontada por uma violência que passa despercebida pela maioria.

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cena do curta-metragem brasileiro, Amarela (Amarela/reprodução)
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cena do curta-metragem brasileiro, Amarela (Amarela/reprodução)
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“Eu costumo falar sobre a questão de ser japonês demais para ser brasileiro e brasileiro demais para ser japonês. Na minha adolescência, eu queria pertencer. Sofri muito bullying sendo afirmado como ‘japinha’, ‘samurai’, ‘ninja’; e me sentia só, não me sentia visto”, diz Saito à Bravo!. “Receber essas tarjas é ignorar a história e a individualidade de cada um. O famoso ‘japonês é tudo igual’ é imensamente ofensivo e esses traumas reverberam até hoje”

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bastidores da gravção (Amarela/divulgação)

Essa é a última parte da trilogia de curtas da produtora MyMama com o diretor, que investiga sua ancestralidade japonesa a partir de um olhar autoral e íntimo. A busca teve início com o curta-metragem “Kokoro to Kokoro”, que abordou os laços de amizade entre sua avó paterna e sua melhor amiga.

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A trilogia seguiu com “Vento Dourado”, obra que tem como personagem principal sua avó materna, Haruko Hirata, que aos 94 anos se encontra no limiar do existir. Na produção, o cineasta explora a relação entre as gerações em um ensaio sobre a morte e a convivência íntima da matriarca com a filha Sumiko, sua cuidadora por 18 anos. O curta estreou em abril deste ano no 46º Festival Internacional de Cinema de Moscou e será exibido no 31º Sheffield DocFest, que acontece em junho.

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cena do curta-metragem brasileiro, Amarela (Amarela/reprodução)

O que também chama atenção é o fato da equipe e elenco ser compostos majoritariamente por pessoas amarelas, acontecimento raro no audiovisual brasileiro. “O filme vem para trazer essas questões identitárias que tanto fervilham dentro de mim, e dentro de milhões de filhos de diásporas globais, para uma reflexão mais ampla”, comenta o diretor.Confira abaixo a lista com todos os filmes que concorrem à Palma de ouro:

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  • “Amarela”, por André Hayato Saito;
  • “Across the waters”, por Viv LI;
  • “Bad for a moment”, por Daniel Soares;
  • “Les belles cicatrices”, por Raphaël Jouzeau;
  • “Ootid”, por Eglé Razumaité;
  • “Perfectly strangeness”, por Alison Mcalpine;
  • “On the way”, por Samir Karahoda;
  • “Sanki yoxsan”, por Azer Guliev;
  • “Tea”, por Blake Rice
  • “The man who could not remain silent”, por Nebojša Slijepčevic;
  • “Volcelest”, por Éric Briche
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cena do curta-metragem brasileiro, Amarela (Amarela/reprodução)
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