A nova era de ouro das produções infantojuvenis
Da literatura ao streaming, investigamos a evolução e o boom dos produtos culturais voltados ao público infantojuvenil
Nos últimos anos, a produção cultural brasileira tem vivido um boom graças a dois públicos devotos da nova geração. No Brasil, as crianças e os adolescentes da geração Z e Alfa compõem uma parcela significativa de consumidores da literatura, do teatro e do audiovisual. Além do consumo expressivo, há outros fatores importantes na jogada que acabaram projetando a criação de novas produções voltadas para os públicos mais jovens e transformaram esse em um terreno fértil de grande investimento. De longe, a maior revolução aconteceu no audiovisual, que viu surgir uma nova legislação para TV por assinatura, o nascimento do YouTube e a chegada do streaming mudarem a lógica das relações.
O YouTube se tornou uma espécie de babá digital para muitas crianças, integrando-se à rotina familiar e ocupando um espaço que, há uma década, era totalmente dominado pelos canais por assinatura e por programas matinais na TV aberta. Embora a plataforma tenha transformado a maneira como consumimos programas e tenha impulsionado a quantidade de produções disponíveis, ela faz parte de um contexto criativo que tem suas raízes nos canais de televisão aberta, como a Cultura (antiga TV Cultura).
Mas não é apenas o audiovisual que se beneficiou; a literatura infantojuvenil é a que representa o maior número de vendas das editoras brasileiras. Além disso, os maiores leitores do país são as crianças de 5 a 10 anos. As artes cênicas, por sua vez, têm vivido uma revolução distinta. Enquanto as produções voltadas para os espectadores mirins lotam plateias, as artes cênicas sofrem o desafio de trazer mais jovens ao teatro. A seguir, Bravo! investiga a evolução, as mudanças e tendências das produções voltadas ao público infantojuvenil.
Do Rá-Tim-Bum ao YouTube
A produtora Beth Carmona se dedica ao audiovisual infantojuvenil há mais de 30 anos e observou de perto algumas revoluções neste mercado. Sua jornada começou nos tempos áureos da TV Cultura, no fim dos anos 1980, período no qual a emissora desenvolveu a faixa direcionada especialmente para crianças e jovens. O projeto começou com um intervalo curto de poucas horas, mas aos poucos, a equipe percebeu o potencial e interesse daquela audiência e foram ampliando o espaço na grade.
“Começamos a dividir os programas por faixa-etárias, algo que ainda não existia no Brasil. A ideia de faixa infantil por idade apareceu quando a TV por assinatura começou a se desenvolver no Brasil, a partir de 1993 e 1994. Buscamos então uma variedade de gêneros, de ficção, não ficção, live-action, animação, variando as estéticas das produções.”
No início, muitas das produções eram compradas do exterior, de canais como BBC, PBS e, mais tarde, da Nickelodeon. “Com a faixa infantil, conseguimos números de audiência ótimos, inclusive porque oferecemos esses programas em horário nobre”, afirma a produtora.
Colega de emissora na Cultura, Enéas Pereira, hoje vice-presidente da Fundação Padre Anchieta, também iniciou sua trajetória profissional no canal. Recém-formado pela ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes) na década de 1980, ele trabalhou com a equipe de roteiristas e ajudou a criar o programa de auditório Bambalalão. O sucesso foi tanto que o formato acabou sendo replicado por outros canais como TV Globo e Manchete.
Enéas explica que um dos fatores que favoreceu o desenvolvimento de produções nacionais foi a formação de novos profissionais na área de criação. “A produção audiovisual infantil coincide com a conclusão das primeiras turmas de Comunicação e Artes da USP e da FAAP, que saem da universidade no fim dos anos 1970 e início de 1980.”
Quando a Cultura passou a investir em produções originais, era claro que a TV deveria se conectar a uma função pedagógica. Havia duas equipes trabalhando lado a lado: a de pedagogos e de criadores. “Fizemos na metade dos anos 1980 e 1990 quase que a função de um complemento à escola e à educação. Uma educação que passava pelo lúdico. Nenhum programa da Cultura era criado sem a relação entre o artístico e o pedagógico”, conta.
Já nos anos de 1990, também na Cultura, Beth Carmona acompanhou o desenvolvimento de produções que fizeram história, como o Rá-Tim-Bum, O Mundo da Lua e o icônico Castelo Rá-Tim-Bum, que cativou crianças e adultos. Naquele momento, perceberam o impacto desses programas na audiência brasileira e estrangeira. “Esses produtos ficaram muito conhecidos e se tornaram populares em toda a América Latina e criaram uma nova geração de profissionais, desde animadores, cenógrafos a roteiristas. Foi um grande começo para toda a área infantojuvenil. “Quase 30 anos após a estreia de Castelo Rá-Tim-Bum na emissora, um novo spin-off foi desenvolvido. “Celeste e Morgana”, que traz de volta duas das personagens mais icônicas do programa, estreia nesta semana na Cultura, apresentando novos episódios de segunda a sábado.
No início dos anos 2000, mais uma emissora entrou na jogada no país e contribuiu para o desenvolvimento e qualidade de novos produtos nacionais. A Nickelodeon passou a investir em produções na América Latina e usou o Brasil como um tipo de teste para implementar a nova programação.
Alguns anos depois, em 2012, foi a vez de Gloob, primeiro canal de TV por assinatura da Globo. Beth foi chamada para coordenar essa nova empreitada. “Reforçamos a questão das produções originais. Houve um crescimento muito grande, uma melhora na qualidade dos programas, principalmente das animações brasileiras, e com isso, uma maior profissionalização.”
Beth Carmona explica que ainda há um pleito de produtores de conteúdo infantil e juvenil não atendido, que é a criação de um fundo voltado especificamente para programas e obras voltadas para os dois públicos jovens, o que impede o desenvolvimento pleno do cinema para essas gerações.“Deveria haver uma atenção na questão do fomento para financiar obras que efetivamente estejam contribuindo para a questão cultural.”
Em 2010, o mercado sofreu um revés com a proibição de publicidade dentro dos programas infantojuvenis. Uma iniciativa aplaudida por produtores e educadores, mas que fez com que o faturamento caísse. “[Com a proibição da publicidade] Deixou de ser atraente para as TVs comerciais. O infantil era um grande filão de faturamento para elas. Eu mesmo, quando trabalhei no SBT, até começo dos anos 1990, recebia por merchandising um valor mais alto do que o meu salário. Com essa mudança, foram desaparecendo os programas na TV aberta.”
A partir dos anos 2010 em diante, inúmeros blogueiros, influenciadores e canais exclusivos para crianças e adolescentes começaram a brotar por conta da internet, principalmente com a febre do YouTube, que surgiu na primeira década dos anos 2000 e, desde então, vem desempenhando um papel importante na mudança do cenário.
Segundo um levantamento do B2Gether, publicado em 2022, os canais que possuem maior influência são aqueles de conteúdo infantil. No YouTube, no topo da lista de canais com maior engajamento está Natan por Aí, comandado por Natan Lopes, atraindo crianças e adolescentes. Com conteúdos esportivos e outros de trollagem, o perfil tem quase 15 milhões de inscritos e acumula mais de 700 milhões de visualizações por mês. De acordo com dados da plataforma Social Blade, o canal pode alcançar, por baixo, um faturamento de 187,000 dólares mensais. Se por um lado, profissionais podem celebrar novas oportunidades de atuação, há um descontrole por parte das famílias e de educadores sobre a qualidade dos conteúdos que estão sendo veiculados para crianças e adolescentes. Afinal, nesse território não há um compromisso definido com a função pedagógica.
“Em termos qualitativos, há de tudo: coisas boas e ruins. Estamos vivendo desde 2014 uma segunda onda de crescimento, com o retorno de uma turma de estudantes que volta do exterior com diplomas norte-americanos de universidades como UCLA e escolas de cinema como a New York Film Academy”, pontua Enéas. “Nesse sentido, as políticas públicas foram muito importantes, pois começaram a propiciar intercâmbio dos nossos estudantes com escolas de fora do Brasil, quanto com acesso maior de pessoas à universidade. Essa turma também está revitalizando a produção infantojuvenil. Falta ainda a terceira parte desse tripé que é a questão pedagógica”, emenda o especialista.
É importante lembrar que, mesmo com a febre digital, a televisão ainda opera uma função de peso no que diz respeito ao consumo de programas infantis. Em 2021, uma pesquisa realizada pela Unidade Infantil da Globo mostrou que 90% das crianças na primeira infância já assistem televisão. Em 2012 foi lançado o canal Gloob, voltado totalmente para o público infantil. Nele, nasceu a série de sucesso Detetives do Prédio Azul, de Flávia Lins e Silva. O fenômeno de audiência tem público cativo e está na 18a temporada de exibição. A produção também se desdobrou em três longa-metragens, spin-offs e até uma saga de livros.
Pequenos devoradores de livros
O Brasil nunca foi conhecido por ser uma terra de grandes leitores, mas ninguém lê tanto quanto o público infantil. Segundo o Instituto Pró-Livro, as crianças de 5 a 10 anos leem quase diariamente, por orientação dos pais, mas principalmente por vontade própria. Enquanto o país perde cerca de 4 milhões de leitores e testemunha uma queda de adultos interessados por livros, o número de jovens apaixonados pela literatura tem aumentado nos últimos anos.
Um levantamento do Sindicato Nacional dos Editores de Livros demonstrou que a literatura infantil representa 33% do total de vendas de livros. Ou seja, é o gênero mais consumido. Em seguida, estão os livros de não ficção, como os de autoajuda. Na lista dos 20 mais vendidos em setembro de 2023, estavam duas obras infantis: O diário de uma princesa desastrada 1 e 2, da jovem influencer Maidy Lacerda (nome artístico de Yara Lima).
Evandro Silva, gerente-geral da Catapulta Editora, explica que esse crescimento aconteceu principalmente durante a pandemia. “Nesse período em que todos reviram seus costumes, muitos se voltaram para a leitura, especialmente o público infantil. Esse tipo de literatura favoreceu a integração familiar.”
Além de formar novos leitores, os livros infantojuvenis contam com um elemento especial: eles mobilizam também os adultos num ritual de leitura compartilhado. “Os livros infantis, dependendo da faixa, vão exigir participação dos pais. Com toda a revisão de costumes, esse se tornou um grande boom e é um mercado que vem crescendo ano após ano. A Amazon é um dos principais players desse mercado. O principal negócio da Amazon ainda é a venda de livros.”
Ele destaca que a escola ainda ocupa um lugar de destaque no estímulo à leitura, não apenas com leituras obrigatórias, mas com passeios em eventos e feiras literárias, o que acaba favorecendo o fascínio pelo universo das letras. “Aconteceu agora a Bienal do Rio de Janeiro, que quebrou todos os recordes de vendas das editoras. E lá é uma oportunidade muito interessante porque eles recebem muitas excursões escolares, principalmente a partir dos 7 anos. Elas vão lá e ficam caçando, literalmente como uma criança numa loja de brinquedos. Na literatura, é um pequeno estímulo que faz florescer esse gosto naturalmente.”
O escritor e roteirista Caio Tozzi pôde observar de perto o nascimento da curiosidade de uma criança pela leitura. Sua filha, Maria, de 8 anos, cresceu com uma extensa biblioteca em casa e o simples ato de ver os pais lendo cotidianamente despertou o seu interesse pelas fábulas escritas. “Ela tem uma experiência muito específica porque ela saiu da maternidade e chegou numa casa que é uma biblioteca. Nós consumimos livros o tempo todo e a Maria foi se encantando, naturalmente, por esse universo. Ela começou a ler no fim dos 4 anos, muito curiosa com essas histórias, com as palavras.”
Seus pais costumavam fazer leitura compartilhada, mas logo ela desenvolveu um interesse independente deles. “Os livros sempre estiveram ao alcance dela, o tempo todo. Ela me vê lendo livros de literatura infantojuvenil, então compartilhamos os interesses de igual para igual. Eu leio uma coisa e passo para ela, ela lê e passa para mim. Acho que mais do que uma leitura compartilhada, temos esse hábito de trocas de interesses.”
O caso de Caio e de Maria carrega mais uma peculiaridade, Caio é autor de literatura infantojuvenil, voltada para crianças a partir de 8 anos. Ele conta que Maria está quase na fase de ler seus livros e ela age quase como uma consultora de ideias. “Acho que o exercício é entender como o livro se conecta com a geração Alpha (nascida a partir de 2010), que não conheceu o mundo sem o celular. Eles não estão errados, é o que eles são. Têm formatos que funcionam muito bem, como o ‘O diário de um banana’ (de Jeff Kinney), que é um fenômeno, que é quase um diário, com menos texto. Não é que eles queiram ler menos, mas é uma cabeça diferente. A ilustração é fundamental e ela acaba se perdendo nos livros para pré-adolescentes, o que é um erro, pois o visual atrai muito.”
Qual é o caminho para estimular ainda mais a leitura? Para Caio, basta ouvi-los. “Acho que a molecada quer muito os livros. Acho terrível escutar que crianças e adolescentes não se interessam por leitura. Acho que a escola, a família são caminhos, mas acho que sentar com o público leitor e descobrir o que ele gosta é o melhor caminho, para assim fazer com que o livro se conecte com ele.”
O escritor tem algumas hipóteses de fórmulas que parecem funcionar muito bem com as novas gerações: os livros-coleções, ainda pouco presentes na literatura nacional, mas que trazem bons exemplos de obras que se tornaram verdadeiros fenômenos globais, como Heartstopper, de Alice Oseman. “As coleções criam uma identidade e conectam o leitor”, explica. E, além delas, estão os livros de humor, que nunca saem de moda.
Teatro não é lugar para adolescentes?
O que acontece no teatro é um fenômeno à parte. Mais do que as outras linguagens artísticas citadas, há uma delimitação muito marcada entre os públicos infantil e de adolescentes. Se nos primeiros anos de vida, muitas crianças são levadas a peças, espetáculos de dança ou circo, pelos pais, na adolescência, esse público some das salas de teatro, exceto quando as escolas se encarregam de levá-los. Enquanto na literatura e no audiovisual (YouTube e Streaming), há maior autonomia de escolha por parte dos jovens, nas artes cênicas, esse é um fator mais limitado. Essa é a avaliação de Julio César, programador cultural da Secretaria de Cultura de São Paulo.
“Existe uma lacuna na programação de eventos voltados para o público juvenil, como dança ou teatro. São raros os grupos que foquem apenas no público jovem. Nos espaços públicos, não existe um horário padrão específico para atendê-los. Geralmente, somos obrigados a classificar os eventos como destinados ao público infantil ou adulto, pois não há demanda, nem desenvolvimento de um público juvenil.”
Com cautela, Julio entende que essa fase representa um momento em que esse grupo está em busca de maior independência para escolher os serviços e produtos com os quais irão se relacionar. Sendo assim, o teatro acaba sendo deixado de lado. “Os jovens acabam se ocupando e se interessando por questões mais vinculadas à internet ou a espetáculos mais ligados às comunidades das quais eles fazem parte. Eles possuem interesses muito fluídos. Temos uma enorme dificuldade de encontrar uma linguagem teatral instigante para nos comunicarmos com eles.”
Para o programador, há no teatro outro desafio que há muito parecia superado com as redes sociais: a divulgação dos eventos. Hoje, tudo está no on-line, o que implica uma descentralização da informação. “Antes tinha Guia da Folha, Guia Off. Hoje, quais são os meios pelos quais eles se informam sobre a programação?”
Em compensação, não faltam programações voltadas para o público infantil, que trazem teatros quase sempre lotados. “A busca por teatro, dança e circo infantis sempre foi muito grande. Não me lembro de um período em que não houve procura por esse tipo de espetáculo. Hoje existem muitos grupos que se profissionalizaram dentro desse recorte.”
Há também que se considerar os programas de apoio ao teatro que surgiram nos últimos 30 anos, como o Programa de Fomento ao Teatro, criado a partir de uma lei estadual, em São Paulo. Para a diretora e fundadora do Grupo Sobrevento, Sandra Garcia, o Fomento foi revolucionário em São Paulo. “O panorama teatral de São Paulo é riquíssimo e descentralizado, graças ao programa de Fomento. Ele propõe a ideia do teatro coletivo, que inclui um projeto de pesquisa. Um projeto de pesquisa não implica necessariamente que uma peça será realizada após cinco meses de pesquisa. Não é isso. Nossos projetos, por exemplo, às vezes envolvem a vinda de três artistas internacionais que realizarão uma residência e apresentarão uma ideia ou técnica, que pode resultar em algo como um museu, como fizemos. Em que outro projeto poderíamos justificar esse tipo de pesquisa?”, questiona a diretora.
Quando a atriz e produtora Julia Ianina se formou na escola de teatro Célia Helena, em 2001, ela saiu acompanhada de um grupo de amigas que se tornaram suas colegas na Cia. Delas de Teatro. Desde então, construíram um enorme repertório, variando de peças com temática adulta e para a juventude. “Nossos dois últimos espetáculos para a infância foram baseados na biografia de mulheres que tiveram contribuições muito importantes para a ciência, mas tiveram suas histórias apagadas.” Dos palcos, elas se adaptaram também ao YouTube, especialmente durante a pandemia, quando foram laureadas com o Prêmio Especial da Quarentena, do APCA, com a Trilogia Olho Mágico.
Nessas últimas décadas, Julia observou algumas mudanças no teatro infantil, como o aprimoramento na qualidade das obras apresentadas. Uma das hipóteses para o crescimento desse tipo de teatro em São Paulo foi a valorização desses profissionais com prêmios como Prêmio Panamco no Teatro (antigo Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem) e, mais tarde, o Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, ambos encerrados. “Acho que o teatro infantil cresceu muito em prestígio e qualidade nesses anos. Hoje há muito mais variedade, existe teatro para bebês, teatro falando de temas super densos, tem de tudo, com uma qualidade artística muito boa.”
Ela avalia que o mercado de peças infantis tem sido mais promissor. Ao mesmo tempo, em que há muito mais grupos que se especializaram para dialogar exclusivamente com esse público. “Nós ficamos anos em cartaz com uma peça infantil. Em 2018, nós fizemos Mary e os Monstros Marinhos e apresentamos essa peça até hoje. E ainda surgem oportunidades de apresentar as peças do repertório. Nossos espetáculos infantis têm uma possibilidade maior de circulação. Com espetáculos adultos, isso é mais difícil. As temporadas são cada vez mais curtas, às vezes duram três semanas.”
Mas nem sempre o teatro infantil ocupou um espaço de prestígio. Por muitos anos, peças desse gênero não eram levadas tão a sério, avaliam os dois profissionais consultados. “Sinto que isso mudou muito nos últimos anos, que o teatro infantil alcançou um lugar mais respeitado. Nós trazemos muitos temas que não necessariamente são infantis, muitas vezes temas tabus, abordando com muito cuidado. O teatro infantil é uma grande oportunidade de falar com todo mundo. A criança nunca vai sozinha ao teatro, então você fala tanto com os pais, com os professores. Tem uma formação de público e de cidadania muito forte que é importante para todos, independente da geração”, conclui Julia.