Filme infantil gravado em comunidade quilombola será destaque na COP 30
O longa será apresentado no dia 10 de novembro, no Cine Líbero Luxardo, em Belém, durante a cúpula anual do meio ambiente

O jovem Jequi enfrenta uma batalha desigual contra gigantes. Ainda criança, ele testemunha a destruição de seu território pelas mãos de pessoas gananciosas, incapazes de reconhecer a verdadeira riqueza do meio ambiente para além da exploração econômica, e indiferentes às vidas que dependem daquele ecossistema. Mas Jequi não é um menino comum: trata-se de um jovem quilombola do Vale do Jequitinhonha, guardião de saberes ancestrais. É com essa herança de conhecimento que decide resistir ao extermínio de sua região, usando o que tem de mais precioso para proteger sua terra: sua voz e sua sabedoria.
Essa é a premissa de “A Mensagem de Jequi”, filme infantil dirigido pelo educador e cineasta Igor Amin, que chegou aos cinemas brasileiros em 7 de agosto de 2025, com distribuição da Ao Vento Filmes. A produção também terá um momento especial em novembro: será exibida durante a COP 30, cúpula anual de mudança do clima, no dia 10 de novembro, no Cine Líbero Luxardo, em Belém (PA). A exibição acontecerá durante a mostra Telas Amigáveis.

A obra já percorreu importantes festivais, como a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, o CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto e o FICI – Festival Internacional de Cinema Infantil, no Rio de Janeiro. Sua primeira exibição pública aconteceu em janeiro, na Mostra de Tiradentes, e, em junho, voltou a ser destaque no CineOP, em sessões voltadas ao público infantojuvenil.
Produzido a partir de oficinas de cinema e educação climática com crianças quilombolas da Escola Estadual Mestre Virgínia Reis, no distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras (Serro-MG), o longa acompanha Jequi — interpretado por Kaique Santos Silva — em uma jornada que mistura realidade e imaginação. Ele se torna uma liderança entre crianças e adultos ao defender as águas e os valores ancestrais de sua comunidade.
A narrativa percorre diferentes territórios: do interior de Minas à Aldeia Boa Vista dos povos Guarani Mbya, na Serra do Mar, e atravessa oceanos até Portugal e Moçambique, reforçando laços ancestrais e o protagonismo das infâncias na luta por um futuro sustentável. Com poesia e ludicidade, o filme denuncia os impactos da mineração predatória e reafirma a importância da preservação ambiental e do conhecimento tradicional.