Morre o ator Gene Hackman aos 95 anos
Seu corpo foi encontrado sem vida ao lado de sua esposa, Betsy Arakawa, e do cachorro do casal. Relembre os principais filmes que marcaram a trajetória do ator

O mundo despertou com uma trágica notícia envolvendo um dos grandes nomes do cinema. O ator vencedor do Oscar Gene Hackman, de 95 anos, conhecido por clássicos como Operação França e Os Imperdoáveis, foi encontrado morto em sua residência em Santa Fe, no Novo México. Ao seu lado, também foram encontrados os corpos de sua esposa, a pianista Betsy Arakawa, e do cachorro do casal.
A causa da morte continua sob investigação. Segundo a polícia de Santa Fe, os oficiais encontraram o casal, mas não há informações sobre se atenderam a um chamado de emergência ou se realizaram uma visita para averiguar a situação.
“Não acreditamos que o crime tenha sido um fator nas suas mortes; no entanto, a causa exata ainda não foi determinada neste momento”, declarou o xerife de Santa Fe, Adan Mendoza.

O legado em Hollywood
Nascido em 1930, em San Bernardino, Califórnia, Hackman teve uma infância difícil. Perdeu a mãe, que lutava contra o alcoolismo, em um incêndio provocado por ela mesma. Aos 16 anos, deixou a casa dos pais para se alistar na Marinha. O trabalho como ator não estava em seus planos iniciais. Ele estudou Jornalismo antes de decidir mudar de rumo e se matricular em um curso de atuação no Pasadena Playhouse, na Califórnia. Mais tarde, mudou-se para Nova York, onde atuou em diversas produções Off-Broadway até sua estreia na Broadway com Any Wednesday (1964). Foi nessa peça que chamou a atenção de produtores de Hollywood, estreando no cinema no mesmo ano em Lilith, ao lado de Warren Beatty, que já era um astro na época.

Em 1967, Hackman consolidou sua carreira ao interpretar Buck Barrow em Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas, papel que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Em 1971, conquistou a estatueta de Melhor Ator por Operação França, no icônico papel do policial Popeye Doyle. O feito se repetiria em 1992, quando levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação como o implacável xerife Little Bill Daggett em Os Imperdoáveis.
Hackman será lembrado por sua versatilidade. Ele brilhou em papéis de policiais durões, como em Mississippi em Chamas (1988) e A Conversação (1974), mas também se destacou em dramas como O Destino de Poseidon (1972) e O Julgamento de Randy Webster (1981). Apesar de sua imagem séria, teve incursões marcantes na comédia, estrelando filmes como Os Picaretas (1995), A Gaiola das Loucas (1996), Doce Trapaça (2001) e Os Excêntricos Tenenbaums (2001), pelo qual recebeu um Globo de Ouro. Além disso, foi o inesquecível Lex Luthor nos filmes Superman (1978) e suas sequências nos anos 1980.
Hackman se aposentou em 2004, após estrelar Uma Eleição Muito Atrapalhada. Desde então, levou uma vida discreta em Santa Fe, dedicando-se à escrita e lançando diversos livros de ficção, como “Payback at Morning Peak” (2011) e “Pursuit” (2013).

Homenagens de colegas e admiradores
Diversos nomes da indústria do entretenimento lamentaram sua morte. O diretor Francis Ford Coppola, que trabalhou com Hackman em A Conversação (1974), declarou:
“A perda de um grande artista é sempre um momento de luto e celebração. Gene Hackman foi um ator magnífico, inspirador, capaz de transmitir profundidade e complexidade como poucos. Lamento sua partida, mas celebro sua existência e contribuição.”
O ator George Takei, de Jornada nas Estrelas, também prestou homenagem:
“Gene Hackman poderia interpretar qualquer um e, ainda assim, cada personagem parecia ter uma vida inteira por trás dele. Ele era todos e ninguém, uma presença imponente ou um homem comum. Um ator poderoso. Sentiremos sua falta, mas seu legado permanecerá para sempre.”