Nova teoria propõe visão inédita do filme ‘O Morro dos Ventos Uivantes’, de Emerald Fennell
Fãs atentos notaram um detalhe curioso no trailer que mudou a percepção sobre o projeto e pode indicar que não se trata de uma adaptação

Quando foi anunciado que o livro O Morro dos Ventos Uivantes, da escritora e poetisa Emily Brontë, ganharia uma nova adaptação, dirigida pela cineasta Emerald Fennell (Saltburn), muitos fãs da obra ficaram desconfiados. As suspeitas se intensificaram à medida que novas informações surgiam, especialmente com o anúncio do elenco: Margot Robbie e Jacob Elordi. A controvérsia maior envolvia Jacob, que supostamente interpretaria o anti-herói Heathcliff — personagem descrito por Emily Brontë com pele, cabelos e olhos escuros. O que se via, portanto, era o que se chama de “embranquecimento” do personagem, uma prática infelizmente comum na história do cinema de Hollywood. Margot, por sua vez, interpretaria Catherine, interesse amoroso de Heathcliff, mas também com diferenças significativas: no livro, Catherine é uma adolescente, enquanto a atriz está na faixa dos 30 anos.
Nas redes sociais, o clima era de alerta: fãs já discutiam possíveis boicotes, temendo uma adaptação que desfigurasse a obra clássica. Quando o trailer foi lançado, a polêmica ganhou um novo capítulo: a divulgação sugeria um conteúdo sexualizado de forma intensa. No entanto, observadores atentos notaram um detalhe curioso que mudou a percepção sobre o projeto: o título do filme aparecia entre aspas — algo incomum em adaptações literárias tradicionais.
Esse pequeno detalhe trouxe uma grande revelação: a obra não seria uma adaptação literal do romance de Brontë, mas sim uma história que gira em torno dele. Outro indício estava no figurino do trailer, que mistura épocas distintas, sugerindo que o filme não se passa unicamente na Era Georgiana, quando a história original se desenrola, mas inclui referências à Era Vitoriana ou à contemporaneidade.
Então, qual é, afinal, a proposta do filme? A personagem de Margot Robbie não será exatamente Catherine, mas sim uma leitora do livro que se vê envolvida no universo da narrativa de Brontë, como uma espécie de alucinação ou imersão imaginativa. A história se centra na experiência da leitura, na forma como a leitora interpreta e se projeta no mundo do livro, refletindo sobre os personagens e seus dilemas.
Alguns fãs permaneceram céticos, ignorando essa interpretação, mas a proposta faz bastante sentido quando se observa o estilo característico de Emerald Fennell, conhecida por subverter expectativas e criar narrativas que fogem do previsível.