Walter Salles dirige série sobre o lendário Sócrates, ícone do Corinthians
Sócrates Brasileiro terá quatro episódios e será exibida no Globoplay; a produção está em processo de edição e não tem previsão de estreia
O cineasta Walter Salles, agora vencedor do Oscar por Ainda Estou Aqui, dirigiu uma série documental sobre o jogador Sócrates, ídolo do Corinthians. Sócrates Brasileiro terá quatro episódios e será exibida no Globoplay. A produção ainda está em processo de edição e não tem previsão de estreia.
A série reconstruirá a trajetória do jogador desde a infância em Belém (PA) até sua mudança para São Paulo, onde estudou medicina na USP (Universidade de São Paulo), antes de fazer a transição definitiva para o futebol. A produção também abordará seu engajamento político, destacando sua atuação na campanha Diretas Já, que reivindicava eleições presidenciais diretas, e sua defesa da democracia e dos direitos sociais.
Uma de suas atuações mais lembradas foi a liderança da Democracia Corinthiana, movimento revolucionário entre 1981 e 1984, no qual o Corinthians passou a ser gerido de forma democrática. Jogadores e funcionários participavam das principais decisões do clube, desde contratações até a rotina de treinamentos, tornando o time um símbolo de resistência política durante a ditadura militar.
Lembrado como um dos grandes craques do futebol dos anos 1980, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira foi considerado um dos seis esportistas mais inteligentes da história pelo jornal The Guardian. Seu nome foi escolhido pelo pai, Raimundo de Oliveira, em homenagem ao filósofo grego. Funcionário público federal, Raimundo foi transferido de Belém para Ribeirão Preto (SP), onde Sócrates, ainda no colégio, começou a desenvolver sua paixão pelo futebol. Ele iniciou a carreira no time juvenil do Botafogo de Ribeirão Preto e, aos 17 anos, ingressou na faculdade de medicina, concluindo o curso em 1977. No ano seguinte, assinou com o Corinthians, clube onde se consagrou como jogador e ativista.
A série contará com depoimentos de pessoas que conviveram de perto com o jogador, como seu irmão Raí, o ex-companheiro de Corinthians Walter Casagrande Jr. e o amigo e rival Zico. Também participam ex-jogadores da seleção italiana campeã da Copa do Mundo de 1982, que enfrentaram Sócrates em um dos jogos mais emblemáticos da história dos Mundiais. Além deles, os jornalistas Juca Kfouri e José Trajano ajudam a contextualizar a importância do jogador dentro e fora de campo.
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