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6 livros infanto-juvenis que foram alvo de censura nos EUA

Em 2024, 2.452 títulos foram alvo de campanhas para serem removidos de escolas e bibliotecas públicas

Por Humberto Maruchel
9 jun 2025, 07h00
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 (Arte/Redação Bravo!)
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Os Estados Unidos vêm enfrentando um cenário preocupante para a liberdade de expressão e artística nos últimos anos, impulsionado pelo avanço do conservadorismo que enxerga a cultura como uma possível ameaça. Desde 2021, o país vive uma onda inédita de campanhas de censura a livros em escolas públicas, bibliotecas e até universidades, com foco em obras que abordam temas como raça, gênero e diversidade sexual.

Grande parte das tentativas de censura tem origem em grupos organizados, apoiados por famílias, autoridades eleitas e tomadores de decisão. Segundo dados da American Library Association (ALA), apenas em 2024 foram contestados 2.452 títulos únicos, ou seja, obras que foram alvo de campanhas para serem removidos desses espaços. Esse número representa o terceiro maior já registrado pela entidade e está muito acima da média anual de 273 títulos contestados entre 2001 e 2020. Uma contestação não implica na censura imediata, mas pode, sim, resultar na restrição ou remoção do acesso a um livro em uma escola, ou biblioteca pública. Em 2024, o livro que teve o maior número de “ataques” foi “All Boys Aren’t Blue” (Nem Todos os meninos são azuis), de George M Johnson

Conheça abaixo mais detalhes sobre esse e outros títulos que vêm sendo alvo de campanhas de censura no país:

Nem todos os meninos são azuis (Moinhos, 2022), de George M Johnson

Uma autobiografia do jornalista e ativista LGBTQ+ George M. Johnson, que mistura memórias pessoais e reflexões políticas. Com sensibilidade e força, o autor relembra episódios marcantes de sua infância, adolescência e juventude como uma pessoa negra e queer nos Estados Unidos. A obra aborda temas como identidade, masculinidade, família, consentimento e alegria negra, revelando os desafios e afetos de quem cresceu em um constante “não-lugar”.

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Nem todos os meninos são azuis (Moinhos, 2022), de George M Johnson (Moinhos/divulgação)

Gênero Queer: Memórias (Tinta da China Brasil, 2023), Maia Kobabe

Esse foi o livro que sofreu o maior número de contestações em 2021, 2022 e 2023. O graphic novel autobiográfica retrata com sensibilidade o processo de descoberta e afirmação de identidade de gênero da autora. Lançado em 2019, o livro se tornou um marco na defesa da liberdade de expressão nos EUA. Além de comovente, a obra é um guia acessível para famílias, educadores e leitores interessados em compreender as complexidades do debate sobre identidade queer.

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Gênero Queer: Memórias (Tinta da China Brasil, 2023), Maia Kobabe (Tinta da China Brasil/divulgação)

Melissa, anteriormente publicado como George (Galera Junior, 2023), Alex Gino

O título foi o mais contestado em 2018 e 2019. Melissa (antes publicado como George) é uma emocionante história sobre uma menina que sabe quem realmente é, mesmo quando os outros insistem em vê-la diferente. Vencedor do Children’s Stonewall Award e do Children’s Choice Book Award, o livro acompanha Melissa, que enfrenta o desafio de ser reconhecida como menina em uma escola onde todos a chamam de George. Quando sua professora proíbe Melissa de fazer o teste para o papel principal na peça A Teia de Charlotte por achá-la um menino, ela conta com a ajuda da melhor amiga para mudar essa realidade e mostrar a todos sua verdadeira identidade. 

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Melissa, anteriormente publicado como George (Galera Junior, 2023), Alex Gino (Galera Junior/divulgação)

Day in the Life of Marlon Bundo (Chronicle Books LLC, 2018), Marlon Bundo

O Coelhinho Marlon Bundo é um livro infantil sobre um coelhinho muito especial que se apaixona por outro coelhinho. Marlon Bundo vive sozinho com seu avô, Mike Pence, ex-vice-presidente dos Estados Unidos. Mas, em um dia muito especial, a vida de Marlon muda para sempre. Com uma mensagem de tolerância e defesa dos direitos LGBTQ+, o livro aborda temas como casamento entre pessoas do mesmo sexo e democracia de forma doce, divertida e ilustrada com carinho. É dedicado a todas as crianças que já se sentiram diferentes.

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Day in the Life of Marlon Bundo (Chronicle Books LLC, 2018), Marlon Bundo (Chronicle Books LLC/divulgação)

Aquele Verão (Mino, 2019), Jillian Tamaki e Mariko Tamaki

Mais contestada em 2016, esta graphic novel acompanha Rose, que todo verão vai com os pais para uma casa no lago em Awago Beach, seu refúgio. Ao lado da amiga Windy, quase uma irmã, Rose enfrenta um verão diferente: os constantes conflitos dos pais e perigos vindos de adolescentes da praia ameaçam suas vidas. Em meio a segredos, dor e amadurecimento, as duas encontram força uma na outra. Criada pelas premiadas primas Jillian e Mariko Tamaki, a obra é uma história tocante e cheia de esperança sobre o fim da infância e a busca pela identidade.

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(Mino/reprodução)

Quem é você, Alasca? (Intrínseca, 2015), John Green

Livro mais contestado em 2015, ele conta a história de Miles Halter, um jovem cansado da rotina monótona na Flórida, que vai para o internato Culver Creek em busca de algo maior, seu “Grande Talvez”. Lá, ele conhece Alasca Young, uma garota inteligente e cheia de mistérios, que está tentando encontrar uma forma de sair de um “labirinto” que simboliza seus problemas. Alasca conquista Miles, que se apaixona por ela enquanto tenta entender seus segredos. Juntos, eles vivem experiências que mudam suas vidas para sempre.

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Quem é você, Alasca (Intrínseca, 2015), John Green (Intrínseca/divulgação)
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