De volta ao Pacaembu: o que sabemos sobre a Feira do livro 2025

Há 40 anos, o país clamava pelo fim da ditadura e o retorno das eleições diretas. Diversas manifestações tomaram espaços emblemáticos das grandes capitais. Em São Paulo, por exemplo, é impossível esquecer o ato histórico no Vale do Anhangabaú, em 25 de janeiro de 1984, que reuniu cerca de 300 mil pessoas. Outros locais simbólicos também marcaram aquele momento de transformação. Entre eles, a Praça Charles Miller, em frente ao icônico Estádio do Pacaembu (hoje conhecido por Mercado Livre Arena Pacaembu).

Quatro décadas depois, esse período de transição é relembrado em uma das grandes novidades culturais de São Paulo: a Feira do Livro, que chega à sua 4ª edição entre os dias 14 e 22 de junho, e acontece gratuitamente na Praça Charles Miller. Um dos eixos centrais desta edição será justamente a celebração dos 40 anos da redemocratização do país. “Se em 2024 lembramos os 60 anos do Golpe de 1964, em 2025 vamos celebrar o retorno da democracia, que teve na mesma Praça Charles Miller um de seus palcos mais importantes”, afirma Paulo Werneck, um dos fundadores da feira.

Até agora, foram anunciados 40 autores que participarão desta edição, entre eles nomes de destaque como Aline Bei, Amara Moira, Bia Bracher, Tati Bernardi e Veronica Stigger; os romancistas Edyr Augusto, Ignácio de Loyola Brandão, Marcelo Rubens Paiva e Oscar Nakasato; os cronistas Cidinha da Silva e Ricardo Terto; o contista Vinicius Portella; além da filósofa Marilena Chaui, do médico e escritor Drauzio Varella e do ator e autor Lázaro Ramos.

Entre os convidados internacionais estão a escritora chilena Lina Meruane e o argentino Pedro Mairal, expoentes da literatura hispano-americana, além da geógrafa norte-americana Ruth Wilson Gilmore, referência global nos debates sobre encarceramento em massa e justiça criminal. Outros nomes e a programação completa serão anunciados em breve.

Ao longo dos nove dias de evento, diversos debates abordarão temas essenciais da sociedade brasileira. Participam dessas conversas Aline Midlej e Edu Lyra, que tratam de inovação e combate à pobreza; Martha Nowill, sobre maternidade e família; Ricardo Cardim, com foco no meio ambiente urbano e nos biomas nacionais; Neide Rigo, discutindo alimentação e vida comunitária; Mayra Cotta, sobre gênero e relações de trabalho; Ronilso Pacheco, refletindo sobre o papel das religiões; Lavínia Rocha e Elisama Santos, abordando a educação; e Yamaluí Kuikuro Mehinaku, com reflexões sobre o pensamento indígena.

A estrutura da feira será organizada em diferentes áreas

— Palco da Praça: instalado em frente à fachada do Estádio do Pacaembu, será o principal espaço da programação, com mesas de debate, entrevistas e conferências com grandes nomes da literatura nacional e internacional.
— Auditório Armando Nogueira: localizado dentro do Museu do Futebol, será reservado para encontros mais intimistas e conversas aprofundadas, em ambiente fechado e climatizado.
— Tablados Literários: três espaços distribuídos ao longo da praça que receberão programações paralelas organizadas pelos próprios expositores, com debates, leituras e lançamentos voltados a públicos específicos e temas variados.
— Área de Expositores: cerca de 150 editoras, livrarias e instituições ocuparão estandes por toda a praça, oferecendo livros, publicações independentes e contato direto com o público.
— Espaço Infantojuvenil (novidade desta edição): novo palco dedicado à literatura para crianças e jovens, com programação voltada a leitores em formação, famílias e educadores.

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