Dia Mundial do Livro: 7 livros brasileiros para baixar e ler no Kindle
A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como parte de uma campanha global de incentivo à leitura

Neste 23 de abril, celebra-se o Dia Mundial do Livro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como parte de uma campanha global de incentivo à leitura. E não foi escolhida por acaso: neste mesmo dia, morreram autores consagrados como Miguel de Cervantes, Inca Garcilaso de la Vega e William Shakespeare.
Para celebrar a ocasião, selecionamos obras essenciais da literatura brasileira contemporânea, passando por vozes como Conceição Evaristo, Carla Madeira e Socorro Acioli. Confira a lista a seguir:
A cabeça do santo (Companhia das Letras, 2014), Socorro Acioli
No romance de estreia para o público adulto, Socorro Acioli narra a trajetória de Samuel, um jovem que, ao seguir o último pedido da mãe, parte a pé de Juazeiro do Norte até a cidade de Candeia para encontrar a família que nunca conheceu. Lá, ele descobre um dom extraordinário: dentro da cabeça oca de uma estátua inacabada de santo Antônio, consegue ouvir as preces amorosas das mulheres. Com a ajuda de um novo amigo, transforma essa habilidade em ofício, reacendendo a vida da cidade e atraindo fiéis de todos os cantos. Inspirado por Gabriel García Márquez, o livro mistura realismo mágico, fé e amor, em uma história sobre escuta, encantamento e transformação.

Véspera (Record, 2021), Carla Madeira
Em Véspera, Carla Madeira investiga os limites das relações familiares e o peso das escolhas. A trama parte de um gesto extremo: Vedina, consumida por um casamento sem afeto, abandona o filho e, ao voltar atrás, descobre que ele desapareceu. A partir desse acontecimento, o romance mergulha nos conflitos de uma família marcada por silêncios, tensões e feridas não ditas. Alternando passado e presente, Carla constrói personagens complexos em camadas, revelando aos poucos suas dores, impulsos e desejos. Com estilo delicado e preciso, a autora mantém o leitor em suspenso, refletindo sobre como se chega ao ponto de ruptura — e o que acontece depois.

A palavra que resta (Companhia das Letras, 2021), Stênio Gardel
Aos 71 anos, Raimundo decide aprender a ler para, enfim, compreender uma carta recebida há mais de cinquenta anos — escrita por Cícero, seu primeiro amor, que desapareceu após o romance entre eles ser descoberto. Com lirismo e delicadeza, Stênio Gardel narra a jornada de um homem que, após fugir da roça e recomeçar várias vezes, encara o passado marcado por silêncios, exclusões e afetos interrompidos, em busca de reconciliação com sua própria história.

O avesso da pele (Companhia das Letras, 2020), Jeferson Tenório
Após a morte do pai, Pedro embarca em uma jornada para reconstruir a história de sua família e entender o homem que o criou. Em O avesso da pele, Jeferson Tenório traça um retrato contundente das marcas do racismo estrutural, das falhas da educação pública e das dores íntimas que atravessam as relações entre pais e filhos. Com uma escrita poderosa e personagens profundamente humanos, o romance revela o peso da exclusão e, ao mesmo tempo, a busca por reconciliação, liberdade e afeto.

Ponciá Vicêncio (Pallas, 2017), Conceição Evaristo
Ponciá Vicêncio narra a trajetória de uma mulher desde a infância até a idade adulta, explorando seus afetos, desafetos e a complexa relação com sua família e amigos. A história reflete sobre a busca de Ponciá por sua identidade, marcada pela herança de seu avô, e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre o real e o imaginado. A autora conduz o leitor por uma jornada de sonhos e desencantos, analisando as marcas que moldam a personagem e suas experiências ao longo da vida.

Não fossem as sílabas do sábado (Todavia, 2022), Mariana Salomão Carrara
Após a morte de André, a vida de Ana se torna marcada pela dor. Sozinha, ela passa a cuidar da filha órfã enquanto lida com a intervenção de Francisca, a babá, e a presença de Madalena, a vizinha viúva do outro homem envolvido no trágico acidente que tirou a vida de André. Com uma narrativa íntima e comovente, que impressiona pela sua profundidade, a autora solidifica seu lugar como uma das vozes mais urgentes da literatura brasileira contemporânea.

O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 2021), Micheliny Verunschk
Em 1817, os exploradores Spix e Martius viajaram ao Brasil e retornaram a Munique com um relato extenso e dois indígenas, Iñe-e e Juri, que morreriam pouco após chegar à Europa. No quinto romance de Micheliny Verunschk, a história abandona a historiografia tradicional e coloca as crianças no centro da trama, explorando temas como memória, colonialismo e pertencimento. A narrativa entrelaça o passado do século XIX com o Brasil contemporâneo, apresentando também a jovem Josefa, que reconhece suas próprias lacunas ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.
