Dia Nacional do Livro no Brasil: 5 lançamentos para ter na prateleira
Nesta seleção, trazemos obras que evidenciam a diversidade literária; da poesia de Ruth Guimarães ao novo romance de Itamar Vieira Junior
Celebrado em 29 de outubro, o Dia Nacional do Livro marca a criação da Biblioteca Nacional do Brasil, em 1810, e reforça a importância da leitura como gesto de memória, imaginação e resistência. Em um país onde o livro ainda é um território pouco acessado, mas de descoberta e afirmação cultural, a data convida a revisitar autores essenciais e a conhecer novas vozes que seguem ampliando o nosso repertório literário. Nesta seleção, trazemos cinco lançamentos, que revelam essa diversidade; da poesia de Ruth Guimarães ao novo romance de Itamar Vieira Junior.
Folhas soltas (Primavera Editorial), Ruth Guimarães
A poesia de Ruth Guimarães volta a ganhar voz em Folhas soltas, lançado pela Primavera Editorial. O livro reúne poemas inéditos e dispersos da autora, revelando facetas pouco conhecidas de uma das grandes narradoras do interior paulista. Dividido em cinco partes, percorre temas como amor, dor, fé e ancestralidade, reafirmando a sensibilidade que marcou toda a sua obra.
Coração sem medo (Todavia, 2025), Itamar Vieira Junior
O escritor baiano Itamar Vieira Junior lança o livro Coração sem medo (Todavia, 2025), obra que encerra a trilogia iniciada com Torto Arado. A nova narrativa reafirma a marca do autor ao explorar as heranças do Brasil colonial — a violência, o racismo estrutural e a luta por dignidade. A trama acompanha Rita Preta, operadora de caixa em Salvador que inicia uma busca desesperada pelo filho desaparecido, Cid. A partir dessa jornada, o livro mergulha em temas como o medo, a maternidade e a resistência feminina nas periferias brasileiras.
Histórias Reais (Relicário, 2025), de Sophie Calle
A artista e escritora francesa Sophie Calle volta às livrarias brasileiras com uma nova edição de Histórias Reais (Relicário, 2025), agora com textos e fotografias inéditos. Publicado originalmente em 1994 e traduzido no Brasil em 2009, o livro é considerado o mais próximo de uma autobiografia da autora, embora construído de forma fragmentada, entre relatos, imagens e performances. Dividida em seções, a obra reúne memórias pessoais, reflexões sobre objetos cotidianos, lembranças de um casamento e histórias atravessadas por humor, erotismo e melancolia. Calle explora vulnerabilidade, intimidade e ausência — temas centrais de sua trajetória — colocando desta vez a si mesma no centro da narrativa.
A rainha da rua Paissandu (Intrínseca, 2025)
Escrito por Lázaro Ramos a partir de conversas com Ruth de Souza nos últimos anos de sua vida, o livro celebra a trajetória da atriz como pioneira e referência da representatividade negra nas artes. Ruth foi a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal e a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema. Nascida em um subúrbio do Rio, iniciou a carreira no Teatro Experimental do Negro e construiu uma trajetória marcada por pioneirismo e talento.
Dom Quixote de la Mancha (Nova Fronteira, 2025)
Dom Quixote, obra-prima de Miguel de Cervantes e um dos maiores clássicos da literatura universal, ganha uma nova adaptação em graphic novel lançada no Brasil. Com tradução de Debora Fleck e prefácio de Felipe Gonçalves Figueira, a edição traz arte dos irmãos franceses Paul e Gaëtan Brizzi, consagrados mundialmente na animação. A HQ recria as aventuras do cavaleiro sonhador e de seu fiel escudeiro Sancho Pança em uma experiência visual.
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