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Flipei 2025 acusa Prefeitura de São Paulo de censura; entenda o caso

A cinco dias da abertura, a Flipei 2025, prevista para a Praça das Artes, teve o contrato rescindido unilateralmente pela Fundação Theatro Municipal

Por Redação Bravo!
4 ago 2025, 10h46
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Silvia Federici na Flipei de 2023. (Sara de Santis/divulgação)
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A versão independente, e combativa, da renomada Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), a Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes), denunciou neste domingo um episódio que classifica como censura por parte da Prefeitura de São Paulo, após o cancelamento inesperado do contrato. A cinco dias de sua abertura, a Flipei 2025, que seria realizada na Praça das Artes, foi surpreendida com a rescisão unilateral do acordo por parte da Fundação Theatro Municipal, responsável pelo espaço.

Segundo os organizadores, a justificativa apresentada em ofício assinado por Abrão Mafra, diretor da FTM, foi de que o “evento possui conteúdo e finalidade de cunho político-ideológico”. Para a organização, o verdadeiro motivo estaria ligado à presença do historiador judeu Ilan Pappé, crítico das ações de Israel em Gaza, e do militante Thiago Ávila, que integrou uma flotilha humanitária recentemente interceptada pelo governo israelense.

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O evento começa na próxima quarta-feira (6), até dia 10 de agosto, com 220 editoras inscritas, mais de 180 participantes e uma programação que inclui debates, shows, bailes e atividades infantis, a edição deste ano seria a maior já realizada. A Flipei foi criada como resposta à elitização do mercado editorial e ao conservadorismo cultural.

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A organização garante que o evento ocorrerá nos mesmos dias e horários, em novos espaços da cidade, e informa que tomará medidas judiciais e políticas para responsabilizar a FTM, sua direção, a Secretaria de Cultura e a Prefeitura de São Paulo pelo que considera um ato autoritário e antidemocrático. Parte da programação deve acontecer no Espaço Cultural Elza Soares, nos Campos Elíseos.

A Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes) nasceu em 2019 como uma iniciativa provocadora e necessária: reunir editoras e autoras que não costumam ter espaço na vitrine tradicional do mercado editorial. Criada como uma alternativa crítica à Flip, a festa surgiu em Paraty ocupando as ruas e redondezas do evento oficial, propondo uma outra escuta, mais acessível, plural e política.

Ao longo dos anos, a relação com a Flip se tornou cada vez mais tensa. Em 2023, a Flipei teve parte de sua programação interrompida pela polícia em Paraty — segundo os organizadores, sob alegações motivadas por bandeiras de movimentos sociais e temas considerados sensíveis. O episódio marcou um ponto de ruptura. Em 2024, a Flipei realizou sua primeira edição em São Paulo, abrindo uma nova fase.

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A mudança para a capital paulista foi motivada por uma combinação de fatores: limitações logísticas em Paraty, impasses com a organização da Flip e, principalmente, o desejo de ampliar o acesso. Realizar o evento em São Paulo permitiu à Flipei se aproximar de um público mais diverso, para quem o deslocamento até a cidade fluminense representava um obstáculo financeiro ou geográfico.

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