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Frédéric Gros e o lugar da vergonha na filosofia

Lançamento da editora Ubu, “A vergonha é um sentimento revolucionário" traça panorama histórico para investigar o sentimento como força motriz

Por Laís Franklin
Atualizado em 29 fev 2024, 10h32 - Publicado em 29 fev 2024, 10h00
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 (Equipe/divulgação)
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Quais são as diferentes expressões da vergonha? O que podemos aprender é como somos moldados a partir dela? Este é o ponto de partida dos vários questionamentos do livro

” (Ubu), do pensador francês Frédéric Gros.

“A vergonha tem um destino duplo: um sombrio e frio que desfigura e conduz à resignação solitária; outro luminoso e incendiário que transfigura e anima a raiva coletiva”, reflete o autor, que também assinou “Desobedecer” (2018) e “Caminhar: uma filosofia” (2021).

Com referências a obras literárias, casos públicos e relatos pessoais, o filósofo traça um panorama ao mesmo tempo histórico e conceitual desse sentimento que produz sofrimento e pode culminar na destruição da honra de uma família, no assassinato em série ou na fundação da república romana.

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E, partindo de Roma Antiga, Gros analisa a vergonha até a contemporaneidade, fazendo menção a obras de Annie Ernaux, James Baldwin, Sócrates, Primo Levi e Jean Genet, com uma proposta de abandonar a inação causada pelo sentimento, tornando-o força motriz para novas revoluções.

Com texto traduzido por Walmir Gois, Gros repassa o sentido de aprendizagem que os filósofos clássicos lhe atribuem; investiga sua relação com a intimidade e a culpa por um viés psicanalítico; e expõe suas complexas expressões contemporâneas na era digital. 

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