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Os melhores lançamentos literários de março

Os destaques incluem reedições especiais, romances históricos, poesia e ensaios que exploram identidade, memória e arte

Por Redação Bravo!
2 mar 2025, 08h00
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 (Arte/Redação Bravo!)
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O mês de março chega repleto de novidades literárias que transitam entre o clássico e o contemporâneo, explorando diferentes tempos, linguagens e territórios. Entre os destaques está o relançamento de O Talentoso Ripley, de Patricia Highsmith, celebrando os 70 anos da publicação original desse thriller psicológico que redefiniu o gênero policial. A poeta Eliane Marques apresenta Sílex, uma obra que entrelaça oralidade, mitologia e invenção linguística para recriar mundos. Já Autobiografia do Algodão, da vencedora do Pulitzer Cristina Rivera Garza, conduz o leitor por uma jornada histórica e familiar que atravessa o México e os Estados Unidos, refletindo sobre terra, memória e identidade. Confira a curadoria da Bravo!:

Relançamento de O Talentoso Ripley  (Intrínseca), Patricia Highsmith

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O Talentoso Ripley, Patricia Highsmith (Intrínseca/divulgação)

A série Ripley, de Patricia Highsmith, será reeditada em março com novas capas, comemorando os 70 anos da primeira publicação nos Estados Unidos. Tom Ripley, um sociopata que se tornou um dos personagens mais famosos da literatura, aparece em O talentoso Ripley, Ripley subterrâneo e O jogo de Ripley. Cada volume explora suas tentativas de se estabelecer em diferentes contextos, desde roubar a identidade de um amigo até se envolver com a máfia e falsificação de quadros. Highsmith é reconhecida por criar uma trama psicológica profunda, com humor ácido e uma crítica à sociedade, consolidando sua obra como um marco do gênero policial.

 

Sílex (Círculo de Poemas), Eliane Marques

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Sílex, Eliane Marques (Círculo de Poemas/divulgação)

Sílex, de Eliane Marques, é uma obra onde a poeta transforma a linguagem em uma verdadeira arte de tranças. A obra se divide em três partes, representando diferentes temporalidades: a primeira, anterior à colonização, traz a divindade maia Qán, uma serpente, em movimento; a segunda apresenta a criação de um novo mundo pelo serpentear de Qán, que, na última seção, se transforma em Dán, outra serpente, desta vez da tradição jeje. Para construir esses mundos, a autora inventa uma “língua contínua”, que vai moldando a realidade e transformando-a em algo próprio.

Autobiografia do Algodão (Autêntica), Cristina Rivera Garza 

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Autobiografia do Algodão, Cristina Rivera Garza (Autêntica/divulgação)

Obra da vencedora do Prêmio Pulitzer de 2024 na categoria Memórias ou Autobiografia. Neste romance, Cristina Rivera Garza revive os passos de operários e camponeses de seu passado familiar, que cultivaram a terra entre Tamaulipas (México) e o Texas (EUA), uma região próspera graças ao cultivo de algodão. Com o fracasso desse sistema, os camponeses deixaram a área, antes símbolo de progresso, agora marcada pela guerra contra o narcotráfico. A obra mistura gêneros e se apresenta como um emocionante exercício de investigação e reescrita, convidando-nos a relembrar a história de nossos avós e refletir sobre o que chamamos de território.

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O dia em que Eva decidiu morrer (Vestígio), Adriano Silva 

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O dia em que Eva decidiu morrer, Adriano Silva (Vestígio/divulgação)

O livro aborda um dos debates mais atuais: o direito à morte voluntária assistida (MVA). A obra narra a história real de Eva, uma brasileira que, após sofrer um AVC devastador, vê sua vida reduzida a um estado de sofrimento e limitações. Sem perspectiva de recuperação, ela decide viajar à Suíça para exercer seu direito de partir com dignidade. Através do relato sensível de seu filho Guido, a experiência inédita no Brasil revela os dilemas éticos, emocionais e familiares que envolvem essa decisão. A história de Eva é o ponto central de uma trama onde o autor, o jornalista Adriano Silva, entrelaça outros relatos reais de pessoas ao redor do mundo que enfrentaram dilemas semelhantes. São histórias de coragem e autodeterminação que ilustram a luta pelo direito de decidir o próprio destino.

Partindo o pão: vida negra intelectual insurgente (WMF Martins Fontes), bell hooks

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Partindo o pão: vida negra intelectual insurgente, bell hooks (WMF Martins Fontes/divulgação)

Quarto livro da Coleção bell hooks, é uma colaboração entre bell hooks e Cornel West, filósofo e intelectual democrático. Em uma série de conversas íntimas, provocativas e reveladoras, eles discutem as contradições, dilemas e alegrias da vida intelectual negra, oferecendo um diálogo rico e questionador sobre questões de raça, identidade e sociedade.

Perifobia (Todavia), Lilia Guerra 

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Perifobia, Lilia Guerra (Todavia/divulgação)
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Lilia Guerra criou o neologismo que dá título a este livro ao perceber o quanto a periferia pode despertar repulsa. Nos relatos deste aclamado conjunto de histórias — agora com uma nova edição e um conto inédito — os personagens compartilham a consciência de viver em áreas negligenciadas das grandes cidades. Embora a distância da periferia exija novas formas de lidar com a precariedade, as mulheres, homens e crianças deste livro superam qualquer limitação que tente destruí-los, tudo isso graças à escrita luminosa de Lilia Guerra.

Cantagalo (Todavia), Fernanda Teixeira Ribeiro

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Cantagalo, Fernanda Teixeira Ribeiro (Todavia/divulgação)

Obra ambientada no início do século XX que narra a história de uma família marcada por um casamento arranjado entre a herdeira de uma fazenda de café e o filho de uma escravizada com um homem branco. A partir dessa união, a narrativa se desdobra nas vidas das descendentes, empregadas e moradoras da região. Vencedor do Prêmio Revelação Literária UCCLA, o livro entrelaça a trajetória das mulheres no cafezal com o contexto histórico de Minas Gerais no pós-abolição.

As perfeições (Todavia), Vincenzo Latronico 

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As perfeições, Vincenzo Latronico (Todavia/divulgação)

Anna e Tom, um jovem casal de nômades digitais italianos, parecem viver o sonho em Berlim. No apartamento iluminado e repleto de plantas, cercados por outros expatriados como eles, desfrutam de uma vida criativa e sem amarras, movida por paixões como gastronomia, política progressista, experimentação sexual e a efervescência da noite. No entanto, sob a superfície desse cotidiano idealizado, cresce um mal-estar difuso, difícil de nomear. Com uma prosa carregada de humor e ironia, o autor constrói um retrato de sua geração, marcada pelo consumismo e pela estetização da vida digital, oferecendo um olhar crítico sobre a influência das redes sociais na experiência emocional e até mesmo erótica dos indivíduos.

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Machado fora da caixa: Todos os livros de Machado de Assis (Todavia)

A coleção Todos os livros de Machado de Assis, fruto da parceria entre a editora Todavia e o Itaú Cultural, chega agora às livrarias em volumes avulsos. Composta por 26 títulos, a coleção foi idealizada por Hélio de Seixas Guimarães e passou por um rigoroso processo de pesquisa e edição ao longo de quatro anos, envolvendo mais de 20 profissionais. A iniciativa reúne a produção completa de Machado de Assis, desde sua estreia no teatro com Desencantos (1861) até Memorial de Aires (1908), último romance publicado em vida. A coleção permite acompanhar a evolução do escritor, consolidado como um dos maiores nomes da literatura brasileira.

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Machado fora da caixa: Todos os livros de Machado de Assis (Todavia) (Todavia/divulgação)

Frans Krajcberg: a natureza como cultura (Edições Sesc), João Meirelles

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Frans Krajcberg: a natureza como cultura, João Meirelles (Edições Sesc/divulgação)

Trata-se da biografia do escultor, pintor, fotógrafo e ativista ambiental Frans Krajcberg (1921-2017). O livro é fruto de um pedido feito pelo próprio artista ao ativista e amigo João Meirelles, em 1985. Quase quatro décadas depois, a obra chega ao público com fotos inéditas e depoimentos exclusivos, abordando a trajetória de Krajcberg, desde sua infância na Polônia até sua naturalização como brasileiro. Krajcberg viveu uma juventude marcada pela tragédia da Segunda Guerra Mundial. Único sobrevivente de sua família, foi escravizado em um campo de trabalhos forçados e depois lutou na resistência contra os nazistas. Em 1948, chegou ao Brasil, onde encontrou na natureza um refúgio e uma causa.

Diário do fim do amor (Fósforo), Ingrid Fagundez 

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Diário do fim do amor, Ingrid Fagundez (Fósforo/divulgação)
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Em Diário do fim do amor, a jornalista, pesquisadora e professora Ingrid Fagundez investiga o papel dos diários na literatura, refletindo sobre sua forte associação com o universo feminino e sua importância para a escrita literária. A obra combina pesquisa histórica sobre a escrita diarística com trechos do próprio diário da autora e excertos dos escritos de Sylvia Plath, Susan Sontag, Katherine Mansfield, Virginia Woolf e Marie Bashkirtseff. Fagundez propõe uma nova perspectiva sobre os diários e sua relação com o amor e a literatura, repensando os desafios enfrentados pelas mulheres escritoras.

Cartas a um jovem bailarino (Ercolano), Maurice Béjart

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Cartas a um jovem bailarino, Maurice Béjart (Ercolano/divulgação)

Obra de Maurice Béjart traz uma reflexão profunda sobre a arte, o processo criativo e o papel do artista. Com tradução de Roberto Borges e ilustrações de Bruno Passos, a obra se inspira na famosa Cartas a um jovem poeta de Rainer Maria Rilke, e neste diálogo epistolar, Béjart compartilha sua visão sobre a dança, a técnica, e a formação do espírito e da sensibilidade. Ao orientar um jovem bailarino, Béjart propõe que a verdadeira arte emerge do encontro entre a experiência vivida e a busca por algo transcendental.

As quatro idades da poesia (Relicário), Thomas Love Peacock

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As quatro idades da poesia, Thomas Love Peacock (Relicário/divulgação)

No ensaio de 1820, Thomas Love Peacock adota uma visão crítica e cética sobre a poesia, argumentando que sua importância diminui à medida que a sociedade avança em conhecimento e racionalidade. Para ele, a poesia pertence a sociedades menos desenvolvidas e torna-se supérflua em tempos modernos, nos quais o pragmatismo e as ciências prevalecem.

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A defesa da poesia (Relicário), Percy Bysshe Shelley

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A defesa da poesia, Percy Bysshe Shelley (Relicário/divulgação)

Em Defesa da poesia (1821), Percy Bysshe Shelley responde diretamente ao livro de Peacock (As quatro idades da poesia), sustentando que a poesia é essencial para a humanidade. Ele a enxerga como uma fonte de beleza, ética e imaginação, com influência profunda sobre a cultura e a moralidade. Shelley sintetiza sua visão ao afirmar que “os poetas são os legisladores não reconhecidos do mundo”, destacando o impacto duradouro da poesia na sociedade.

O caldeirão da velha Chica e outras histórias brasileiras (Folhas de Relva), Alexandre Staut

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O caldeirão da velha Chica e outras histórias brasileiras, Alexandre Staut (Folhas de Relva/divulgação)

O livro de Alexandre Staut é uma pesquisa sobre a alimentação popular brasileira, realizada ao longo de 15 anos. Dividido em cinco partes, ele explora a culinária indígena, africana, religiosa e imigrante, além de refletir sobre a falta de alimentos e os impactos climáticos no futuro. A última parte, fictícia, se passa no Brasil de 2223, onde a escassez de recursos naturais é abordada de forma humorística e crítica, conectando o passado, presente e futuro da gastronomia e do meio ambiente.

A contagem dos sonhos (Companhia das Letras), Chimamanda Ngozi Adichie

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A contagem dos sonhos, Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras/divulgação)

Chimamanda Ngozi Adichie narra as histórias de quatro mulheres interligadas por suas experiências de vida. Chiamaka, escritora de viagens, reflete sobre seus arrependimentos durante a pandemia. Sua melhor amiga, Zikora, busca ajuda após um desgosto. Omelogor, sua prima, questiona suas escolhas em meio ao sucesso financeiro na Nigéria, enquanto Kadiatou, empregada de Chiamaka, enfrenta desafios pessoais nos Estados Unidos. O romance explora a natureza do amor, a busca pela felicidade e a honestidade consigo mesma.

Dakota Blues (Companhia das Letras), Simone AZ

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Dakota Blues, Simone AZ (Companhia das Letras/divulgação)

Romance de formação que explora a história recente do Brasil e a trajetória de Alice, uma jovem marcada pela perda do pai e pelos lutos e transformações da vida. Crescendo nos anos 1970, Alice se vê imersa em uma sociedade em ebulição, com a morte do pai e a repressão da ditadura militar. Ao longo dos anos, a relação com Nando, seu amigo gay, e a experiência com a epidemia de aids, marcam sua juventude. Ela viaja para Nova York, onde se reinventa e encontra novas paixões, até que Antônio entra em sua vida, trazendo uma melancolia transformadora. Com uma prosa que amadurece junto com a protagonista, o livro oferece um retrato de uma geração em meio à turbulência política e à busca por identidade.

Uma visão pálida das colinas (Companhia das Letras), Kazuo Ishiguro

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Uma visão pálida das colinas, Kazuo Ishiguro (Companhia das Letras/divulgação)

Este é o primeiro romance de Kazuo Ishiguro, ambientado no pós-guerra japonês. A história segue Etsuko, uma dona de casa burguesa grávida, que se aproxima de uma mulher peculiar e sua filha em uma Nagasaki devastada pela guerra e pelas mudanças trazidas pela ocupação americana. A amizade entre elas reflete os medos e inseguranças de Etsuko, enquanto ela projeta seus próprios traumas nas atitudes da amiga. A obra mergulha nas complexidades emocionais de suas personagens e oferece um retrato de um Japão em crise identitária, caracterizando o estilo de Ishiguro, marcado pela mistura de drama histórico e pessoal, e silêncios que revelam abismos profundos.

Animais Tropicais (Companhia das Letras), Javier A. Contreras

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Animais Tropicais, Javier A. Contreras (Companhia das Letras/divulgação)

Thriller tenso que mistura mistério e reflexão sobre a formação de um país e seu povo. Emílio e Sara, uma dupla de jornalistas, investigam o desaparecimento de um colega em uma comunidade isolada de floricultores. Forçados a ficar após um acidente, eles se deparam com a história de Terra Luminosa e a ascensão de João Salvador, filho do capataz de uma das famílias mais poderosas da região. Entre thriller e folk horror, o romance explora a política e os descaminhos sociais da América Latina, abordando questões de poder, pureza e autoritarismo.

Na Voz Dela (Companhia das Letras), Alba de Céspedes

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Na Voz Dela, Alba de Céspedes (Companhia das Letras/divulgação)

Na Voz Dela, de Alba de Céspedes, é uma crônica impactante da vida de Alessandra Corteggiani, uma mulher na Itália do século XX. Ambientada em um país devastado pela guerra e pelo fascismo, a obra acompanha Alessandra, que se recusa a aceitar o papel submisso de esposa imposto pela sociedade. Após o suicídio da mãe, ela é enviada a Abruzzo, onde começa a questionar as injustiças de gênero e busca o respeito normalmente dado aos homens. Sua paixão por Francesco, um professor antifascista, a leva a uma série de eventos transformadores. A obra traz um posfácio de Elena Ferrante.

Byron – Poemas, Cartas, Diários &c. (Perspectiva), org. André Vallias

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Byron – Poemas, Cartas, Diários &c. organização André Vallias (Perspectiva/divulgação)

A obra reúne uma seleção de escritos de George Gordon Byron, organizados, traduzidos e introduzidos por André Vallias. A obra percorre seis fases distintas da vida do poeta, revelando a evolução de sua escrita, influenciada por eventos marcantes de sua trajetória. Desde sua juventude melancólica (1798-1809), passando pela fama internacional (1809-1811), até seus anos de exílio e sua ascensão como ícone literário (1816-1824), Byron emerge como uma figura central no romantismo, cuja obra reflete sua intensa vida emocional e seus conflitos pessoais. A seleção inclui poemas, cartas e diários, abordando temas como amor, perda, solidão, política e sociedade, e oferece um retrato de um poeta cujas vivências e obras continuam a influenciar a literatura.

Kollontai – desfazer a família, refazer o amor (Boitempo), Olga Bronnikova e Matthieu Renault

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Kollontai – desfazer a família, refazer o amor de Olga Bronnikova e Matthieu Renault (Edições Boitempo/divulgação)

A biografia revisita a trajetória de Aleksandra Kollontai, revolucionária de 1917 e pioneira do feminismo socialista. Primeira mulher a ocupar um cargo ministerial, Kollontai desafiou a ordem política e os modelos tradicionais de família, defendendo novas formas de amor e coletivização do cuidado. A obra destaca seu papel na legalização do aborto e do divórcio na Rússia pós-revolução e sua visão de que a luta feminista era inseparável do projeto socialista. Mais que uma biografia, o livro resgata um pensamento radical e ainda atual sobre gênero, afeto e política.

Morramos ao menos no Porto (Globo Livros), Francisco Mota Saraiva

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Morramos ao menos no Porto, Francisco Mota Saraiva (Globo Livros/divulgação)

Morramos ao menos no porto, de Francisco Mota Saraiva, rompe com a estrutura narrativa clássica para criar um universo de vozes que se perdem entre vida e morte. O romance entrelaça histórias fragmentadas: uma parteira que realiza abortos, um sargento obcecado por macaquinhos, um passador de fronteiras e um rapaz preso ao próprio movimento. No centro, Silvina, morta há 25 anos, exala sua presença por entre odores da cidade, enquanto António, viúvo e narrador, lida com sua ausência em um fluxo de palavras que se diluem.

TEATRO

Sete Minutos (Cobogó), Antonio Fagundes

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Sete Minutos, Antonio Fagundes (Cobogó/divulgação)

A peça retrata um ator veterano que abandona o palco durante uma apresentação de Macbeth por conta das interferências da plateia, como celulares e barulho de embalagens. A partir desse conflito, a trama explora a relação entre o teatro e o público, destacando temas como regras de pontualidade e respeito ao espetáculo. Com humor e reflexão, Fagundes usa a obra como uma homenagem ao teatro, abordando também a crescente dificuldade de concentração causada pela tecnologia e a expectativa de atenção de apenas sete minutos — um reflexo da era dos intervalos comerciais.

INFANTO-JUVENIL

Delivery (baião), Tino Freitas, Gustavo Nascimento, Natália Gregorini, Odilon Moraes 

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Delivery de Tino Freitas, Gustavo Nascimento, Natália Gregorini, Odilon Moraes (Baião/divulgação)

“Delivery” é um livro de histórias interligadas que retrata a paternidade contemporânea e o impacto do trabalho no cotidiano urbano. Com textos de Tino Freitas e ilustrações de Gustavo Nascimento, Natália Gregorini e Odilon Moraes, a obra oferece um olhar sensível sobre a vida nas cidades, explorando as complexidades das relações familiares e a realidade do trabalho.

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