Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br

Quem é László Krasznahorkai: vencedor do Nobel de Literatura de 2025

Conhecido como 'mestre do apocalipse', o autor húngaro combina o caos espiritual e o desencanto político do mundo moderno

Por Redação Bravo!
Atualizado em 9 out 2025, 11h41 - Publicado em 9 out 2025, 11h39
Laszlo-Krasznahorkai
László Krasznahorkai, vencedor do Nobel de Literatura em 2025 (smagpictures.com/reprodução)
Continua após publicidade

“Por sua obra envolvente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, foi com essa motivação que o escritor húngaro László Krasznahorkai foi anunciado como vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2025.

“Estou muito feliz, estou calmo e muito nervoso ao mesmo tempo.”, declarou o autor à rádio sueca Sveriges Radio. Ao longo de uma trajetória marcada por rigor literário e intensidade filosófica, Krasznahorkai publicou romances que o consagraram como um dos grandes nomes da literatura contemporânea. Entre seus principais livros estão Sátántangó (1985), A Melancolia da Resistência (1989), Guerra e Guerra (1999), Seiobo There Below (2008) e Baron Wenckheim’s Homecoming (2016). Este último vencedor do National Book Award for Translated Literature. Em 2015, recebeu o Man Booker International Prize, reconhecimento que consolidou sua projeção mundial.

Nascido em Gyula, em 1954, Krasznahorkai estudou literatura na Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, e começou a publicar nos anos 1980. Sua escrita, de frases longas e cadência hipnótica, combina o caos espiritual e o desencanto político do mundo moderno. O autor também é conhecido pela colaboração com o cineasta Béla Tarr, que adaptou seus romances Sátántangó e A Melancolia da Resistência.

Seu primeiro romance, Sátántangó (1985), situado em uma comunidade rural húngara, descreve a vida de moradores de uma fazenda coletiva em decadência e se tornou um marco literário. O segundo livro, A Melancolia da Resistência (1989), intensifica o clima de horror e violência em uma cidade do interior da Hungria, consolidando Krasznahorkai como “mestre do apocalipse”, título dado pela crítica americana Susan Sontag.

Nos anos seguintes, o autor expandiu seus horizontes geográficos e estilísticos: em Guerra e Guerra (1999), o foco se desloca para Nova York, enquanto em Baron Wenckheim’s Homecoming (2016), ele retorna à Hungria explorando o humor melancólico e personagens falhos, muitas vezes inspirados na tradição de Dostoiévski. Seu romance mais recente de temática apocalíptica, Herscht 07769 (2021), se passa na Alemanha contemporânea, combinando violência social e lirismo inspirado na obra de Bach.

Continua após a publicidade

Vivendo entre continentes e culturas — com longas temporadas na Alemanha, China e Japão —, Krasznahorkai transformou essas experiências em literatura. Em cada obra, ele parece buscar uma forma de ordem em meio ao colapso, criando um retrato poético e perturbador da condição humana.

A cerimônia do Nobel será realizada em dezembro, em Estocolmo.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade