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Quem foi Pagu? Conheça a autora homenageada na Flip 2023

Ícone feminista, Pagu fez da arte, especialmente o teatro, e da literatura suas verdadeiras armas; Aqui estão 5 livros para se aprofundar em sua obra

Por Beatriz Magalhães
Atualizado em 22 nov 2023, 18h00 - Publicado em 22 nov 2023, 09h35
 (Pagu/Redação Bravo!)
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Escritora, poetisa, jornalista, produtora cultural e militante política. Dentre tantos títulos, Patrícia Rehder Galvão, nascida em 1910, conhecida como Pagu, foi acima de tudo uma grande artista que ganhou notoriedade por seu vínculo ao movimento modernista brasileiro, apesar de não ter participado da Semana de Arte Moderna, devido à tenra idade quando o evento foi realizado.

A multiartista é a homenageada deste ano pela Festa Literária de Paraty (Flip), que acontece entre 22 e 26 de novembro.

Sua pluralidade artística pode ser vista por meio de produções que ficaram eternizadas na história, dentre poesias, prosas, panfletos políticos, diários, dentre tantas manifestações artísticas que realizou no século XX. O apelido da qual é bastante conhecida, surgiu devido ao poeta modernista Raul Bopp, com o poema “Coco de Pagu”, dedicado a ela em 1928:

“Pagu tem uns olhos moles

uns olhos de fazer doer.

Bate-coco quando passa.

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Coração pega a bater.

Eh Pagu eh!

Dói porque é bom de fazer doer”

Raul Bopp

Conhecida como a “inimiga número 1” da ditadura, Pagu tornou-se um símbolo do movimento político feminista. Patrícia nasceu no município paulistano São João da Boa Vista, em 9 de junho de 1910, e começou sua militância logo cedo. 

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Por que Pagu foi uma das figuras femininas mais importantes do modernismo?

Dentre tantas mulheres revolucionárias que marcaram a história, Pagu é um grande exemplo de como era ser uma figura destemida e a frente de seu tempo. Sua postura desafiou os valores sociais e morais da época, o que rendeu a ela uma vida marcada por perseguições, tornando-se a primeira presa política no Brasil, por 23 vezes.

Na maioria dos casos, os motivos de ter sido detida eram por “perturbação da ordem” ou ataque à moral e aos bons costumes. Como, por exemplo, usar blusas transparentes sem sutiã, fumar e falar palavrão.  

Aos 15 anos, a jornalista já escrevia para o Brás Jornal, na qual assinava com o pseudônimo Patsy. Posteriormente, passou a ser colunista fixa no editorial Suplemento Literário, do jornal Diário de S. Paulo. Já aos 18 anos, estreitou ainda mais sua relação com a militância, após se filiar ao movimento revolucionário modernista e ao Partido Comunista. 

Foi neste período que aproximou-se do círculo de intelectuais da época, como Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, escritor com a qual se casou dois anos depois. 

Após sua união com o poeta, Pagu passou a integrar o movimento antropofágico. Além disso, junto com o marido, passou a publicar seminários políticos, como “O homem do povo”, entre março e abril de 1931, em oposição ao regime conservador.

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Pagu e Oswald passaram a militar no Partido Comunista, sendo que nesta mesma época, ela incendiou o bairro do Cambuci, localizado em São Paulo, como protesto de oposição ao Governo Provisório. Também participou da greve de estivadores em Santos, onde acabou sendo presa.

Em 1933, ano em que foi liberta, passou a publicar sob o pseudônimo de Mara Lobo, e lançou o que, posteriormente, foi considerado o primeiro romance proletário da literatura brasileira: a obra “Parque Industrial”. Dois anos depois, se divorciou de Oswald e viveu parte de sua vida entre o Rio de Janeiro e a França, onde tentou voltar a ser repórter, mas foi presa como comunista estrangeira por cerca de 5 anos.

No ano de 1945, a escritora casou-se com o jornalista Geraldo Ferraz, com quem viveu até sua morte, em 12 de dezembro de 1962.

 

5 obras da autora essenciais de Pagu que você precisa conhecer:

Parque Industrial (1933)
Considerado como um manifesto, a obra lançada por Patrícia Galvão, sob o pseudônimo de Mara Lobo, veio como denúncia às condições precárias da vida das paulistanas operárias, com reflexões sobre a industrialização brasileira da época e suas eventuais consequências. Nesta obra, Pagu expõe um retrato do panorama social do século XX alinhado às frustrações, traumas e vivências pessoais da mulher proletária.

Paixão Pagu: autobiografia precoce de Patrícia Galvão (1940)
Neste texto autobiográfico, originalmente publicado como uma longa carta de Pagu para seu marido Geraldo Ferraz, a autora se debruça em uma confissão sobre sua vida. Desde os impactos emocionais de seus laços afetivos, momentos da militância política, escolhas e lutas que enfrentou para se tornar a mulher que desejava ser: livre.

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Até onde chega a sonda: escritos prisionais (1939)
A obra trata-se, antes de tudo, de um escrito que retrata um forte teor existencialista da autora, sob ponto de vista do contexto em que foi presa, torturada física e psicologicamente, e mostra todas as dores e angústias carregadas em forma de repúdio ao sistema – e que retrata a constante luta por resistência da autora.

Safra macabra — contos policiais, de Patrícia Galvão (1944)
O livro foi originalmente publicado em 1944, composto por nove contos, sob o pseudônimo de King Shelter, e conta com nove contos repletos de ação, mistério e personagens intrigantes com a escrita perspicaz de Patrícia. Na época, a obra foi publicada pela edição brasileira da revista Detetive, uma publicação de pulp-fiction que passou a ser comandada por Nelson Rodrigues, em 1940.

A Famosa Revista (1945)
Considerado como um dos maiores clássicos da literatura modernista brasileira, A Famosa Revista é uma obra escrita por Pagu e Geraldo Ferraz, de 1945. O livro veio como uma forte crítica ao Partido Comunista, que ambos haviam rompido a filiação na época, envolto a história de amor vivida por dois personagens: os intelectuais Rosa e Mosci.

Ingressos para Flip 2023

Venda para público

A abertura da bilheteria ao público será feita no dia 31 de outubro pelo site da Flip.

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 Ingressos: R$ 130 (inteira) e R$ 65 (meia entrada)* por mesa.

Limite de até dois ingressos por mesa por CPF de cada comprador.

 

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