Romances de Patricia Highsmith do golpista Tom Ripley voltam em novas edições
Publicados pela Intrínseca, os livros da série Ripliad, de Patricia Highsmith, são lançados em comemoração aos 70 anos de O Talentoso Ripley

Um dos maiores golpistas — e sociopatas — da literatura policial, Tom Ripley, retorna em novas edições pela editora Intrínseca. A atualização acontece no contexto dos 70 anos do lançamento da série de romances de Patricia Highsmith, iniciada com o clássico O Talentoso Ripley e seguida por Ripley Subterrâneo e O Jogo de Ripley. Este último, há anos fora de catálogo, volta agora ao alcance dos leitores.
Na obra inaugural da saga Ripliad, O Talentoso Ripley (1955), Tom Ripley é apresentado como um jovem pobre de Nova York que recebe uma missão inesperada: viajar à Itália para convencer Dickie Greenleaf, um herdeiro rico e despreocupado, a retornar para casa. Fascinado pelo estilo de vida luxuoso de Dickie, Tom se torna obcecado por ele e, eventualmente, assume sua identidade após cometer um assassinato. À medida que a investigação se intensifica, ele usa sua astúcia para escapar impune.
Já em Ripley Subterrâneo (1970), anos após os eventos do primeiro livro, Ripley vive confortavelmente na França, casado e envolvido no mercado de arte. Quando uma fraude que ele ajudou a arquitetar ameaça ser descoberta, ele recorre a novos esquemas e crimes para proteger sua identidade e preservar seu estilo de vida.
No terceiro volume, O Jogo de Ripley (1974), o protagonista parece satisfeito com uma vida mais tranquila, dedicada à pintura e à rotina doméstica. No entanto, seu passado o alcança novamente quando ele é recrutado para um plano sombrio: manipular Jonathan Trevanny, um homem comum e doente terminal, para cometer assassinatos encomendados pela máfia. À medida que Jonathan se vê mergulhado no mundo do crime, Ripley observa tudo com frieza, sempre um passo à frente para garantir sua impunidade.
Além desses, Patricia Highsmith publicou ainda O Garoto Que Seguiu Ripley (1980) e Ripley Debaixo d’Água (1991), completando a trajetória do anti-herói.
Nascida no Texas (EUA) em 1921, Patricia Highsmith escreveu 22 romances e diversos contos, consolidando-se como uma das grandes autoras de suspense psicológico. Mudou-se para Nova York aos seis anos e foi criada principalmente por sua avó. Formou-se na prestigiada Barnard College e iniciou sua carreira escrevendo histórias para quadrinhos. Seu primeiro romance, Pacto Sinistro (1950), foi posteriormente adaptado para o cinema por ninguém menos que Alfred Hitchcock. A saga Ripliad também rendeu diversas adaptações, incluindo a mais recente, uma série de 2024, vencedora do Emmy, dirigida por Steven Zaillian.
Leia abaixo um trecho de O Talentoso Ripley (Intrínseca, 2025).
Tom deu uma olhada por cima do ombro e viu um homem saindo do Green Cage e vindo em sua direção. Tom começou
a andar mais depressa. Não havia dúvida de que o homem o estava seguindo. Tom havia reparado nele cinco minutos antes, sentado à mesa, observando-o com muita atenção, como se não tivesse certeza absoluta de tê-lo reconhecido, mas quase. Essa quase certeza foi o bastante para que Tom entornasse o drinque às pressas, pagasse a conta e fosse embora.
Ao chegar à esquina, Tom se inclinou e atravessou apressado a Quinta Avenida. O Raoul’s fi cava ali perto. Deveria se arriscar e ir lá tomar outro drinque — brincando com o perigo, como se diz? Ou deveria seguir andando até a Park Avenue, tentando despistar o sujei to nas sombras dos umbrais? Tom entrou no Raoul’s.
Enquanto se dirigia devagar até um lugar vago junto ao balcão, ele olhou automaticamente ao redor, para ver se havia alguém conheci do. Havia o ruivo grandalhão cujo nome sempre esquecia, sentado a uma mesa com uma garota loira. O ruivo acenou, e a mão de Tom se ergueu em resposta, num balanço mole. Deslizou a perna sobre um banco e se sentou virado para a porta, com ar desafi ador, mas com ostensiva casualidade.
— Gim-tônica, por favor — pediu ao barman.
Era esse o tipo de homem que mandariam atrás dele? Era, não
era, era? Ele não se parecia nem um pouco com um policial ou um detetive. Parecia mais um homem de negócios, um pai de família, bem-vestido, bem alimentado, grisalho nas têmporas, com um ar de hesitação. Era esse o tipo de sujeito que mandavam para um serviço como este? Talvez viesse puxar assunto no balcão do bar e então bang! — uma das mãos o pegaria pelo ombro, a outra mostraria o distinti vo. Tom Ripley, você está preso. Tom olhou para a porta.
Lá vinha ele. O homem olhou ao redor, viu-o e na mesma hora desviou o olhar. Tirou o chapéu de palha e ocupou um banco na cur va do balcão.
Meu Deus, o que ele quer? Definitivamente não parece um pervertido, pensou Tom pela segunda vez, mas dessa vez seu cérebro agoniado tateou o vocabulário e encontrou a palavra certa, como se a palavra pudesse protegê-lo, porque ele preferia que o homem fosse um pervertido a um policial. A um pervertido, ele poderia simples mente dizer “Não, obrigado”, sorrir e ir embora. Tom se ajeitou no banco, preparando-se para o que viesse.
Viu o homem fazer um gesto de depois para o barman e em seguida vir em sua direção, contornando o balcão do bar. Então era isso! Tom encarou-o, paralisado. Não podem me condenar a mais de dez anos, pensou. Talvez quinze, mas com bom comportamento… No instante em que os lábios do homem se separaram para falar, Tom sentiu uma pontada de desesperador e agoniado arrependimento.
— Com licença, você é Tom Ripley?
— Sim, sou.
— Meu nome é Herbert Greenleaf. Pai de Richard Greenleaf.
— A expressão em seu rosto deixou Tom mais confuso do que se ti vesse apontado uma arma para seu rosto. Era amigável, sorridente e esperançosa. — Você é amigo de Richard, não é?
As palavras despertaram uma lembrança distante. Dickie Green
leaf. Um cara alto, loiro. E muito rico, pelo que Tom lembrava.
— Ah, Dickie Greenleaf. Sou, sim.
— De qualquer forma, você conhece Charles e Marta Schriever.
Foram eles que me falaram a seu respeito, disseram que você pode ria… Hum… Que tal irmos para uma mesa?
– Sim — respondeu Tom afavelmente, pegando o drinque.
Seguiu o homem até uma mesa vaga no fundo do barzinho. Sus
pensão de sentença, pensou. Livre! Ninguém iria prendê-lo. Aquilo era sobre outra coisa. O que quer que fosse, nada tinha a ver com apropriação indébita ou violação de correspondência, ou seja lá como chamem. Talvez Richard estivesse em apuros. Talvez o Sr. Greenleaf quisesse ajuda ou conselhos. Tom sabia exatamente o que dizer a um pai na posição do Sr. Greenleaf.
— Fiquei na dúvida se você era mesmo Tom Ripley — explicou o Sr. Greenleaf. — Só o vi uma vez antes, acho. Você não veio uma vez à nossa casa, com Richard?
— Acho que sim.
— Os Schriever me deram uma descrição sua também. Faz um tempo que todos estamos tentando encontrá-lo, porque os Schriever querem que a gente se encontre na casa deles. Alguém lhes disse que você às vezes vai ao Green Cage. Esta é a primeira noite que saí para procurá-lo, então acho que devo me considerar sortudo. — Ele sorriu. — Eu lhe escrevi uma carta semana passada, mas acho que não recebeu.
— Não, não recebi. — Marc não está me mandando a correspondência, pensou Tom. Desgraçado. Talvez tia Dottie tivesse lhe enviado um cheque. — Eu me mudei há uma semana, mais ou menos — acrescentou.
— Ah, então foi isso. Não expliquei muita coisa na carta. Só dis
se que queria vê-lo e conversar. Pelo que entendi, os Schriever acham que você conhece Richard muito bem.
— Eu me lembro dele, sim.
— Mas vocês dois não estão trocando cartas? — O Sr. Greenleaf
pareceu frustrado.
— Não. Faz uns dois anos que não vejo Dickie, acho.
— Faz dois anos que ele mora na Europa. Os Schriever falaram muito bem de você e acham que poderia influenciar Richard se escrevesse para ele. Quero que ele volte para casa. Ele tem responsabilidades aqui… mas, no momento, está ignorando tudo que eu e a mãe dele tentamos dizer.
Tom estava intrigado.
— O que os Schriever disseram exatamente?
— Disseram… e, pelo visto, estavam exagerando um pouco… que você e Richard eram muito amigos. Devem ter suposto que vocês tro caram cartas durante todo esse tempo. E, bem, a esta altura conheço pouquíssimos amigos de Richard… — Ele deu uma olhada no copo de Tom, como se quisesse ao menos lhe oferecer um drinque, mas o copo estava quase cheio.
Tom se lembrava de ter ido a um coquetel na casa dos Schriever com Dickie Greenleaf. Talvez os Greenleaf fossem mais íntimos dos Schriever do que ele, pois Tom só tinha se encontrado com eles umas três ou quatro vezes na vida. E a última vez, recordou Tom, foi quan do dera um jeito no imposto de renda de Charley Schriever. Charley era diretor de TV e se metera numa enorme confusão ao tentar fa zer sua contabilidade sozinho. Ele fi cou convencido de que Tom era um gênio, pois conseguiu destrinçar as contas e calculou um imposto muito mais baixo — mais baixo, porém perfeitamente legítimo. Talvez por isso Charley tivesse recomendado Tom ao Sr. Greenleaf. Tendo como base aquela única noite, ele poderia ter dito ao Sr. Greenleaf que Tom era um rapaz inteligente, equilibrado, escrupulosamente honesto e muito solícito. Era uma opinião levemente errada. — Você por acaso conhece outra pessoa próxima de Richard que
tenha alguma influência sobre ele? — perguntou o Sr. Greenleaf, com uma expressão de dar pena.
Tom se lembrou de Buddy Lankenau, mas não queria jogar uma tarefa dessas nas costas de Buddy.
— Receio que não — respondeu Tom, balançando a cabeça. —
Por que Richard não quer voltar?
— Ele diz que prefere viver lá. Mas a mãe dele agora está muito doente… Bem, isso é problema de família. Sinto muito por incomo dá-lo com essas coisas. — Num gesto angustiado, o Sr. Greenleaf pas sou a mão pelos cabelos finos, grisalhos e cuidadosamente penteados. — Ele disse que está se dedicando à pintura. Não há problema algum nisso, mas ele não tem talento para ser pintor. Em contrapartida, tem grande talento para projetar barcos, só precisa focar nisso. — Ele ergueu o rosto para o garçom, que viera lhe perguntar o que desejava.
— Scotch e soda, por favor. Dewar’s. Já terminou seu drinque?
— Ainda não, obrigado — respondeu Tom.
O Sr. Greenleaf olhou para Tom com cara de quem pede desculpa.
— Dos amigos de Richard, você é o primeiro que aceitou me escutar. Todos os outros agem como se eu estivesse tentando me meter na vida dele.
Tom podia facilmente entender o motivo de tal atitude.
— Eu gostaria muito de ajudar se pudesse — disse de forma educada. Lembrou então que a fortuna de Dickie vinha de uma empre sa fabricante de barcos. Veleiros pequenos. Com certeza, o pai dele queria que voltasse para casa e assumisse os negócios da família. Tom olhou para o Sr. Greenleaf, deu um sorriso sem qualquer significado e terminou o drinque. Tom estava na beirada da cadeira, pronto para ir embora, mas a frustração era palpável do outro lado da mesa. — Onde na Europa ele está morando? — perguntou Tom, sem dar a mí nima importância à resposta.
— Numa cidadezinha chamada Mongibello, ao sul de Nápoles.
Lá não tem nem uma biblioteca, pelo que Richard me contou. Ele divide o tempo entre velejar e pintar. Comprou uma casa lá. Richard tem sua própria renda; nada de gigantesco, mas, pelo visto, o bastante para se viver na Itália. Bem, gosto não se discute, mas, sinceramente, não sei o que ele vê naquele lugar. — O Sr. Greenleaf exibiu um sor riso valente. — Posso lhe oferecer um drinque, Sr. Ripley? — ofereceu quando o garçom veio lhe trazer o scotch com soda.
Tom queria ir embora, mas detestou a ideia de deixar o homem ali
sozinho, com o drinque recém- preparado.
— Claro, muito obrigado — disse e entregou o copo ao garçom.
— Charley Schriever me contou que você trabalha com seguros
— comentou o Sr. Greenleaf em tom agradável.
— Isso já faz um tempo. Eu… — Ele não queria revelar que traba
lhava na Receita, não agora. — Estou trabalhando na Contabilidade de uma agência de publicidade.
— Ah.
Por um minuto, nenhum dos dois falou. Os olhos do Sr. Greenleaf
estavam cravados nele com uma expressão patética, esfomeada. O que diabos ele poderia dizer? Tom se arrependeu por ter aceitado o drinque. — A propósito, que idade Dickie tem agora? — perguntou.
— Vinte e cinco.
Eu também, pensou Tom, e Dickie deve estar se divertindo pra caramba lá na Itália. Uma renda, uma casa, um barco. Por que iria querer voltar para casa? O rosto de Dickie estava fi cando mais ní tido em sua memória: tinha um sorriso largo, cabelo ondulado puxando para o loiro e um rosto despreocupado. Dickie tinha sorte. O que ele, Tom, estava fazendo aos 25? Vivendo uma semana de cada vez. Sem conta bancária. E agora, pela primeira vez na vida, esqui vando-se da polícia. Tinha talento para a matemática. Por que dia bos alguém em algum lugar não lhe pagava para usar esse talento? Percebeu que todos os seus músculos estavam tensos, que a caixinha de fósforos entre os dedos estava torta, quase esmigalhada. Ele estava entediado, mil vezes entediado, morrendo, morrendo de tédio! Queria voltar ao balcão do bar, sozinho.
Tom bebeu um gole do drinque.
— Ficarei feliz em escrever para o Dickie se o senhor me der o
endereço — disse rapidamente. — Acho que ele se recorda de mim. Lembro que passamos o fi m de semana na casa de uns conhecidos em Long Island. Dickie e eu fomos colher mexilhões, e todo mundo comeu mexilhões no café da manhã. — Tom sorriu. — Alguns fi caram com dor de barriga e a festa foi meio chata. Mas lembro que, naquele fim de semana, Dickie falou que estava para viajar para a Europa. Ele deve ter partido pouco tempo de…
— Eu lembro! — cortou o Sr. Greenleaf. — Foi o último fi m de
semana que Dickie passou aqui. Acho que me contou dos mexilhões. — Ele riu, talvez alto demais.
— Visitei o apartamento de vocês algumas vezes também — prosseguiu Tom, pegando o jeito da coisa. — Dickie me mostrou umas maquetes de navio que estavam em uma mesa no quarto dele.
— E aqueles eram só trabalhos que ele fez durante a infância! —
O Sr. Greenleaf estava radiante. — Ele lhe mostrou as maquetes de esqueletos de casco? Ou os desenhos dele?
Dickie não havia mostrado nada disso, mas Tom respondeu com entusiasmo:
— Sim! Claro que mostrou. Desenhos a bico de pena. Fascinantes, alguns deles.
Tom jamais vira os desenhos, mas podia enxergá-los agora, traçados com precisão de projetista, cada linha, ferrolho e parafu so devidamente identifi cado, e também enxergava Dickie sorrindo, erguendo-os para exibi-los, e Tom poderia continuar por vários minutos, descrevendo detalhes e mais detalhes para êxtase do Sr. Greenleaf, mas se controlou.
— Sim, Richard tem talento nessa área — retrucou o Sr. Greenleaf com ar satisfeito.
— Tem mesmo — concordou Tom. Seu tédio acabava de engatar a quarta marcha. Tom conhecia a sensação. Ele a experimentava às vezes quando estava numa festa, mas em geral surgia quando estava jantando com alguém com quem jamais quisera jantar e a noite se alongava e se alongava. Naquele momento, ele ainda poderia exibir uma polidez maníaca por cerca de uma hora, até que algo dentro dele explodisse e o obrigasse a sair correndo porta afora. — É uma pena eu não estar livre agora, senão fi caria feliz em viajar à Itália e convencer Richard pessoalmente. Talvez eu conseguisse influenciá-lo de alguma maneira — comentou Tom, apenas porque o Sr. Greenleaf queria que ele dissesse aquilo.
— Se você realmente acha… Quer dizer, não sei se você tem planos de viajar para a Europa em breve.
— Não, não tenho.
— Richard sempre foi muito influenciado pelos amigos. Se você, ou algum outro conhecido do Richard, pudesse tirar uma folga do tra balho, eu o enviaria lá para falar com ele. De qualquer forma, acho que seria bem mais útil do que se eu mesmo fosse à Itália. Seria demais pedir que você tentasse tirar uma folga do seu trabalho atual, não seria?
O coração de Tom deu um pulo. Assumiu uma expressão pensativa. Ele poderia tirar proveito da situação. Uma parte dele farejou a possibilidade e partiu para cima antes mesmo que o cérebro agisse. Trabalho atual: zero. Ele seria obrigado a sair da cidade em breve de qualquer forma. Queria sair de Nova York.
— Talvez eu consiga — respondeu com muito cuidado, com a mesma expressão meditativa, como se naquele exato instante esti vesse avaliando os milhares de pequenos vínculos que o impediriam de partir.
— Nem preciso dizer que, se você aceitar, ficarei feliz em cobrir todas as suas despesas. Acha mesmo que consegue dar um jeito? Diga mos, ainda este ano?
Já estavam em meados de setembro. Tom olhou fixamente o anel
de sinete no dedo mindinho do Sr. Greenleaf, com o selo quase gasto por completo.
— Acho que consigo. Ficaria feliz em ver Richard de novo, ainda
mais se o senhor acha mesmo que posso ajudar.
— Sim, eu acho! Acredito que ele lhe daria ouvidos. E o simples fato de vocês não se conhecerem muito bem… Se você fa lar de maneira enfática, dizendo por que acha que ele deve voltar, Richard vai saber que você não tem nenhuma segunda intenção. — O Sr. Greenleaf encostou-se no espaldar da cadeira, fi tando Tom com aprovação. — Engraçado que Jim Burke e a esposa dele … Jim é meu sócio… Bem, eles foram a Mongibello ano passado, numa viagem de cruzeiro. Richard prometeu que voltaria para casa no iní cio do ano. Deste ano. Jim desistiu. Qual menino de 25 anos daria ouvidos a um velho de 60 e tantos? Você provavelmente vai ter su cesso onde todos nós falhamos!
— Espero que sim — retrucou Tom, tentando soar modesto.
— Que tal outro drinque? Que tal um bom conhaque?
