Adeus a Ozzy Osbourne: relembre 5 músicas que resumem sua genialidade
O lendário Ozzy Osbourne, o eterno "príncipe das trevas", morreu na última terça-feira (22), aos 76 anos
Os fãs de heavy metal foram surpreendidos com a notícia da morte do “Príncipe das Trevas”, o lendário Ozzy Osbourne, na última terça-feira (22), aos 76 anos. A informação foi confirmada por sua família em um comunicado: “Com mais tristeza do que as palavras podem expressar, informamos que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com a família, cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade de nossa família neste momento.”
A causa da morte não foi divulgada, mas o músico enfrentava sérios problemas de saúde nos últimos anos, incluindo o diagnóstico de uma variante do mal de Parkinson, conhecida como Parkinsonismo ou Parkin 2 — condição agravada por décadas de abuso de substâncias e uma vida marcada por excessos.
Sua despedida dos palcos aconteceu há apenas duas semanas, em um show histórico no estádio Villa Park, em Birmingham, sua cidade natal. O momento foi simbólico e comovente: ao lado dos integrantes originais do Black Sabbath — Geezer Butler, Bill Ward e Tony Iommi —, Ozzy encerrou sua trajetória artística como começou, ao som da banda que ajudou a criar e que moldou os caminhos do heavy metal.
Nascido em 3 de dezembro de 1948, em Birmingham, Ozzy era o quarto de seis filhos de uma família operária. Teimoso e indisciplinado desde a juventude, abandonou os estudos aos 15 anos, acumulou empregos temporários e chegou a ser preso por pequenos furtos. Seu pai recusou-se a pagar a fiança, obrigando-o a cumprir três meses de prisão — uma experiência que ele nunca esqueceu. Diagnosticado com dislexia e déficit de atenção, encontrou na música uma forma de expressão e estabilidade. O presente do pai — um sistema de som — foi o primeiro passo para a mudança de rumo. Em 1968, uniu-se a três jovens músicos de Birmingham e, juntos, formaram o embrião do Black Sabbath. Em 1970, lançaram o álbum homônimo que revolucionaria o rock pesado.
Ozzy foi um artista revolucionário desde o início. Sua voz aguda e melancólica, os temas sombrios e existenciais, a teatralidade carregada e a atitude transgressora colocaram o Black Sabbath em um território inédito. Juntos, criaram a linguagem do heavy metal — um som mais pesado, mais sombrio e mais direto do que qualquer coisa que existia na época. Ozzy cantava sobre o medo, o caos e a opressão social, mas se diferenciar por saber encarnar esses sentimentos no palco.
Sua carreira solo, iniciada nos anos 1980, também foi marcada por ousadia e reinvenção. Trabalhou com jovens guitarristas virtuosos, desafiou a crítica com seu sucesso comercial e ajudou a popularizar o metal entre novas gerações, sem nunca perder a aura provocadora e teatral.
Para conhecer a genialidade e a influência de Ozzy Osbourne, seja com o Black Sabbath ou em carreira solo, aqui estão cinco músicas essenciais que ajudam a entender sua importância para o heavy metal:
“Black Sabbath” (1970)
A faixa-título do disco de estreia do grupo é praticamente o nascimento do heavy metal. Com riffs sombrios e atmosfera carregada, Ozzy canta sobre forças ocultas e visões apocalípticas. Um marco que definiu o tom da banda e do gênero.
“Paranoid” (1970)
Talvez o maior clássico do Black Sabbath, essa música foi escrita às pressas para preencher espaço no álbum, mas tornou-se um hino. Com sua levada urgente e letra que trata de angústia mental, é um retrato da crueza e sinceridade da banda.
“War Pigs” (1970)
Crítica feroz à guerra e aos governos que enviam jovens para morrer em nome do poder, “War Pigs” é uma das composições mais politizadas da banda. A performance de Ozzy, carregada de fúria e sarcasmo, é central para a força da canção.
“Crazy Train” (1980)
Primeiro single da carreira solo de Ozzy, com o guitarrista Randy Rhoads, a faixa equilibra peso e melodia, e tornou-se um sucesso global. Com riffs icônicos e um refrão explosivo, marca uma nova fase do cantor, mais acessível, mas ainda fiel ao metal.
“No More Tears” (1991)
Com quase seis minutos de duração, essa música mostra um Ozzy mais maduro, sem perder a dramaticidade e o poder vocal. É considerada uma das melhores produções de sua carreira solo, com destaque para o solo de guitarra e a densidade emocional da letra.
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