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A primeira do ano de Majur

Cantora baiana cai no pop e convida o rapper Xamã para “Clima”, uma deliciosa música de verão

Por Artur Tavares e Humberto Maruchel
Atualizado em 25 jan 2023, 12h21 - Publicado em 23 jan 2023, 12h18

A cantora baiana Majur já está de volta das suas curtas e merecidas férias. Em 2022, rodou o Brasil com a turnê de seu disco Ojunifé. Sua estreia foi aclamada, e nos palcos também arrancou palmas dos fãs e dos críticos. Em “Clima”, música que acaba de lançar com o rapper carioca Xamã, ela deixa de lado a musicalidade diaspórica e cai na dança, um som que com certeza vai embalar este verão.

“Clima” surgiu de uma colaboração inusitada, revela Majur, resultado de um encontro que o fotógrafo Lucas Nogueira arranjou entre Xamã, a também cantora Agnes Nunes e ela. Com suas rimas fáceis, o rapper completou na medida o tom pop do beat, que leva Majur a dançar em sonoridades latinas contemporâneas. Nós conversamos com Majur sobre “Clima” e toda sua música. Confira:

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Como está sendo este início de ano na sua vida pessoal e na sua carreira?
O início deste ano está exatamente como estou respondendo essa entrevista. Correndo. De fato porque tenho trabalhado muito, viajado, pensado, vivido também os clipes, a organização deles, as canções que vão sendo lançadas do novo álbum

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Como foi trabalhar com o Xamã? O que buscavam inicialmente e como chegaram no formato final de “Clima”?
Trabalhar com Xamã foi incrível. Ele é uma pessoa maravilhosa, é meu amigo, né? De fato conheço ele há uns dois, três anos. E a gente se conheceu todo mundo junto. Eu, ele, a cantora Agnes Nunes, o Lucas que é o fotógrafo que fez essa ponte da gente.

Desde que a gente se encontrou a primeira vez, nos aprofundamos enquanto amizade, até que percebemos que fazia sentido criar uma música juntos. As batidas que eu trago, a minha voz, a minha proposta de trazer o pop. E, pra mim, Xamã é o rapper do momento.

Fotografia da cantora Majur.
(Lucas Nogueira/arquivo)

Cada vez mais temos visto novos artistas que não se limitam ao papel de intérprete, mas tomam para si a responsabilidade das composições, assim como decisões mais burocráticas na produção de suas músicas. Como é isso para você?
Sou apaixonada por composição, desde criança eu já tinha uma intimidade com a escrita e com a forma de colocar no seu coração o que você está sentindo através das palavras. Pra mim, é um momento muito importante, quando coloco a minha energia ali, é a minha vida junto para que outras pessoas também compartilhem com as histórias delas.

Então quando a gente fala de viver a composição, a responsabilidade de compor de fato é muita responsabilidade, porque estamos falando de pessoas que vão sentir aquela canção, sabe? E que podem criar histórias a partir das histórias delas.

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Na música você foi abençoada com encontros com artistas que viram seu potencial e se mobilizaram para dar mais visibilidade ao seu trabalho e se tornaram seus padrinhos musicais. Você sente necessidade de fazer o mesmo por outros artistas emergentes? Isso tem acontecido?
Eu me sinto muito feliz, com certeza, com todas as mobilizações dos artistas. Os meus padrinhos, Caetano Veloso, que há dois anos fez tudo isso acontecer, junto com o Emicida e com meio mundo de gente que eu já encontrei, como a Liniker e Luedji Luna, e os produtores também, como agora com Max Viana. Acredito que essa é uma bênção né?

Mas eu ainda não me sinto no lugar de fazer isso por outras pessoas porque eu ainda não sou a cantora mais ouvida do Brasil, então existe um momento e um tempo para isso acontecer e acredito que vai chegar. Tenham certeza que eu vou fazer a mesma coisa.

Esse é um símbolo de gratidão que vem muito da minha cultura, da minha cidade, do meu povo, especificamente falando de pessoas pretas. Com certeza tudo que foi me dado também vou trocar incentivando outras pessoas.

Fotografia da cantora Majur.
(Lucas Nogueira/arquivo)

Ao longo da sua educação, você foi contemplada por programas e políticas culturais. Acho que é inevitável falar sobre este tema agora, principalmente quando as discussões sobre a valorização da arte e da cultura ganham mais atenção. De que maneira você foi impactada por essas políticas públicas? O que, na sua opinião, pode ser feito para fortalecer a cultura no país?
Sou muito impactada pelos projetos sociais de diversos governos desde a minha infância até aqui. No governo Lula, fui possibilitada com a isenção na faculdade para que eu pudesse me profissionalizar, e também encontrar outras formas de viver. Me formei em Design, fiz cursos de música e também sociais que acontecem no Pelourinho. A importância está aí. Tudo que sou agora é tudo isso que existiu antes, que foi possível antes. Eu sou a prova de que a cultura tem poder de mudar e fazer a diferença.

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Aquela pergunta que não pode faltar: quais os próximos projetos e planos para 2023?
Vou lançar um novo álbum. “Clima” é a segunda faixa dele que já mostrei. Ainda tem muito mais pra gente curtir junto. Dessa vez eu vou fazer o caminho com meus fãs, que me amam, que veem o meu trabalho, que curtem o que eu estou fazendo. Vai ser incrível!

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