Tomando um chá com a Trupe
Visitamos o estúdio onde a Trupe Chá de Boldo gravou seu novo disco, “rua rio” e conversamos sobre amadurecimento em uma carreira de quase 20 anos
A Trupe Chá de Boldo está de volta com o lançamento do álbum rua rio. Com 12 integrantes, uma das maiores do país em número de músicos, o grupo paulistano fez o álbum durante um período de muitas mudanças, com alguns integrantes tornando-se pais, outros saindo de São Paulo, e todos enfrentando separados uma pandemia global depois de 15 anos de amizade se encontrando semanalmente para tocar, gravar, ou apenas para nutrir uma amizade que, se depender deles, vai durar para sempre.
Para o grupo, rua rio é um álbum pandêmico, mas não necessariamente por tratar das angústias e transformações daquele momento, mas porque foi realizado durante o período e porque trouxe para o grupo a renovação do significado de “coletividade”, algo que talvez já esteja novamente perdido na maior parte da sociedade agora que o pior período da covid-19 já passou.
A vocalista Ciça Góes, o saxofonista Marcos Ferraz e o multi-instrumentista Gustavo Cabelo nos receberam para uma conversa no estúdio em que gravaram rua rio, no bairro paulistano do Bixiga. Enquanto aguardávamos o também vocalista Gustavo Galo, que entraria online para a conversa, comecei a gravar. Alguém sugeriu enviá-lo uma mensagem.
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A Trupe é banda grande, né? Como é o grupo de WhatsApp de vocês?
Ciça Góes: A gente não tem um grupo, a gente tem mais de um! [risos]
Marcos Ferraz: Conforme os assuntos. Tem um só para o disco, tem um que é o da zoeira, onde tá liberado falar merda e não atrapalhar o trabalho.
Ciça: O técnico de som também está no grupo da zoeira. Então quando tem alguma questão de técnica, ele usa o grupo da zoeira para avisar. [risos]
Marcos: É, verdade. E aí temos os GTs, os grupos de trabalho. Tem um para imprensa, outro para fazer as camisetas, outro para editar. Fica cada um com seus grupinhos.
E aí vocês se dividem enquanto coletivo gigante?
Marcos: Sim, com alguns integrantes que não fazem nada em nenhum GT, outros que se fodem em vários.
Ciça: [ri muito]
Marcos: Mas sim, a gente se divide.
Gustavo Cabelo: Se eu escrever Trupe no WhatsApp, vai aparecer uns 6 grupos.
Marcos: Então a gente é da parte da banda que faz coisa.
Entendi. Tipo dar entrevista.
Ciça: [risos]
Marcos: É, tipo isso. Tipo dar entrevista.
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Conheci Marcos Ferraz em uma viagem para o Inhotim, no segundo semestre de 2021. Assim como eu, ele é jornalista. Nós e mais um grande grupo fomos ao museu mineiro para acompanhar as inaugurações das primeiras obras de arte adquiridas desde o início da pandemia. Na época, ele me contou que a Trupe estava gravando um disco, mas que seus integrantes estavam trabalhando separados. Doze músicos! Minha curiosidade só foi saciada quase dois anos depois.
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Como foi essa gravação, e, talvez mais importante, como era o processo de criação antes da pandemia?
Ciça: Nós tínhamos mais ensaios de base, né? Antes, os compositores juntavam uma série de canções e expunham para o todo. Então íamos livremente pesquisar, mas ficava quase tudo condensado…
Marcos: Posso interromper para dar os parabéns?
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Galo aparece pela tela do computador segurando um bebê lindo, seu primeiro filho, no colo. Os parabéns, no entanto, não são pela criança, mas porque é aniversário de Gustavo, que naquele dia completava 38 anos. Desde a pandemia, ele não mora mais em São Paulo, e não foi o único integrante da Trupe a fazer o mesmo. Também por isso, o processo de gravação de rua rio foi diferente. Feitos os cumprimentos, retornamos.
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Ciça: Então, apresentávamos as canções, havia um primeiro contato com elas, e então concentrávamos um pouco mais nos ensaios de base. Não é?
Cabelo: Trazia para o coletivo, e então a cozinha – o baixo, a bateria e a guitarra – se concentrava. E aí isso gerava umas propostas mais concretas de encaminhamento das músicas.
Marcos: De modo mais resumido, era um negócio muito coletivo. Por mais que algum núcleo pudesse trazer um arranjo e tal, tinha um lance de fazer junto. Nunca houve de alguém trazer um arranjo pronto já totalmente escrito.
A partir do momento que a pessoa mostrava a canção, a música se tornava da banda. E dali poderia sair qualquer coisa. Os ensaios eram bem caóticos, virava um processo, todo mundo com opinião. Às vezes, um ensaio rendia muito, em outras, demorava meses para sair. Mas sempre foi muito horizontal, coletivo e conflituoso.
E o que mudou em rua rio?
Cabelo: Tentamos várias coisas. Primeiro, um programa em que cada um de nós gravava uma pista de sua casa, de forma caseira, e íamos montando. Não deu muito certo. Em determinado momento da pandemia, todos se comprometeram a fazer uma quarentena mais rígida, então fomos para Monteiro Lobato [onde Gustavo Galo está morando]. Ficamos isolados, com todos os cuidados, e então trabalhamos em uma sala bem ampla e espaçosa. Daquela viagem, cresceram umas seis músicas, pelo menos.
Mas foi um processo diferente, porque nos discos anteriores eu sabia tudo o que iria gravar. E então gravamos baixo a bateria nesse estúdio onde estamos hoje sem saber muito bem o tempo de duração das coisas.
Ciça: Não sabíamos muito bem os arranjos que os outros estavam fazendo.
Marcos: Nós ficamos quatro dias juntos, e foi aí que começamos a levantar as músicas mais ou menos do mesmo jeito que sempre fizemos. Só que então voltamos e nos isolamos de novo. Continuamos dando jeitos, com alguns pequenos ensaios aqui e ali, mas a grande diferença mesmo foi que, quando chegamos para gravar, não havíamos ensaiado como uma banda, quase como se já tivesse o show pronto. Por outro lado, todo mundo se surpreendia cada vez que ouvíamos uma música pronta pela primeira vez.
Cabelo: Talvez rua rio seja o disco mais editado da Trupe Chá de Boldo, com mais dedo o produtor, tirando coisas, colocando coisas, recortando pedaços de voz, amplificando e colocando efeitos.
Quando as pessoas falam que estão lançando uma obra feita na pandemia, sempre me parece que isso vem acompanhado de uma certa melancolia, algo desastroso, ou então que tenha a ver com alguma epifania que rolou nesse momento. Mas, não tem nada disso em rua rio, né?
Ciça: Essa eu queria ouvir de vocês…
Galo: Acho que tem um corte muito interessante nesse disco, que não é explícito mas que passa por todas as canções fazendo uma costura, que é essa impossibilidade de tocar junto. E isso é pandêmico, é a primeira vez que fomos colocados em um desafio assim.
E acho que tem um certo olhar nosso, seja individualmente ou coletivamente, de buscar outros modos de vida nesse momento. Uma parte da banda foi morar em Ubatuba, outra, na Mantiqueira. Acho que isso está presente no disco.
Porque a gente não sabia se a gente ia conseguir fazer um disco, né? No começo da pandemia, nem sabíamos se iríamos estar vivos. Eu acho que isso passa de faixa a faixa, mas nunca como um grande tema do disco. Talvez na minha música “Sem Mascarar”, e talvez em “Resposta da Floresta”, embora essa também não seja pandêmica, porque Desde que a gente vive nesse país a floresta está sendo saqueada e violentada. Mas nos últimos anos isso talvez tenha ficado ainda mais explícito e escandaloso, né?
Então, acho que tem um tema político contemporâneo que vai passando de faixa para faixa, mas nunca é o grande mote, e nunca está ausente também. Esses últimos quatro anos estão muito presentes ali.
Marcos: Mas é interessante você falar que você não sentiu tanto a coisa da pandemia, é legal termos um olhar de fora, porque acho que talvez nos sintamos um pouco mais… Até pensamos em dar o nome do disco de 20-23, que não é só a pandemia, mas o tanto que esse disco demorou para ser feito.
“Tem um corte muito interessante nesse disco, que não é explícito mas que passa por todas as canções fazendo uma costura, que é essa impossibilidade de tocar junto. E isso é pandêmico, é a primeira vez que fomos colocados em um desafio assim”
Gustavo Galo
Galo: Tem uma outra coisa. Até rua rio, as canções sempre partiam da pessoa que as fizeram. É inevitável na história da canção no Brasil essa coisa do “eu” que escreve, que faz melodia, que canta, não só nas canções de amor mas de outros temas também. E, nesse disco, o “eu” está diluído em pelo menos metade das músicas. Então, é um disco muito coletivo sem termos feito ele de forma tão presencial.
Então, acho que é um disco que valoriza muito uma ação coletiva, conjunta, uma ação de banda mesmo. E, paradoxalmente, num momento em que a gente menos se encontrava como banda, fazendo shows, fazendo turnês, pegando estrada. São forças interessantes que se combinam nesse disco. A gente chega num final, depois de tudo atomizado, e vê que o resultado é, uau, somos um coletivo, temos que trabalhar dessa maneira mesmo, horizontalmente.
Então, depois de quase 20 anos tocando juntos, a pandemia trouxe um alívio na banda?
Ciça: Eu acho que intensificou mais para todos os lados. Primeiro, recorremos a nós mesmos, sem propósito algum. Começamos a fazer reunião online para nos vermos. Não tinha disco, não tinha nada, somente socorro.
Marcos: A gente até falava desses assuntos, mas virava uma grande coisa de rir pra caralho.
Ciça: Precisávamos rir.
Marcos: Eu posso falar da minha vida, mas imagino que seja assim com eles também… Às vezes eu penso que se a Trupe acabar, sem ser melancólico, não é só o fim de uma banda, é o fim dos encontros com alguns grandes amigos.
Penso que tem um lugar de acolhimento, carinho, tesão, que vai além da música. Isso é fato. E aí a amizade gera outro tipo de tensão. Na extrema intimidade, as pessoas ficam sem cuidado.
Ciça: Acho que foi intenso. Foi a gravação mais difícil, com essa coisa virtual…
Cabelo: Quando fizemos a viagem até Monteiro Lobato, estávamos todos isolados, alguns com suas famílias, outros sozinhos mesmo. Nos preparamos para aquele momento, e mesmo não ficando muito perto, não abraçando muito, foi muito intenso. Todos nós precisávamos ver outras pessoas.
Galo: Concordo com a Ciça, só fortaleceu. Porque, se for pensar, não faz sentido a Trupe Chá de Boldo existir depois de 18 anos. Não ganhamos dinheiro, a banda é muito grande. Circulamos pra caramba muito pelo prazer de circular. Era muito fácil ter abandonado quando fez 5, 10 ou 15 anos, sabe? E ainda veio a pandemia no meio de tudo, os últimos anos de violência no Brasil, e mesmo assim continuamos. E, a impressão que eu tenho, e que é evidente, é que nosso pique vai diminuindo. As crianças vão nascendo, as pessoas vão mudando de cidade, mas a impressão que eu tenho é que, até o final da vida, vão rolar encontros da Trupe.
Então, é uma realização utópica mesmo. Uma banda que sobrevive se auto-financiando, fazendo as coisas de maneira independente há duas décadas. O Karnak vai completar 30 anos agora, uma grande referência para a Trupe, mas são raras essas bandas muito grandes.
Você tocou no assunto do dinheiro, que é algo que pra vocês ganharem depende da boa vontade do contratante ou de leis de incentivo. Como vocês veem a importância de políticas públicas e de fomento da arte? Acho importante que isso seja dito em contexto de um projeto tão particular como é a Trupe.
Ciça: É vital.
Galo: Já falei demais, mas acho que no começo da banda, nós produzíamos nossas próprias festas e shows. Chegava num lugar e tocava, fosse um puteiro ou um circo. Nós já começamos de um jeito… não havia ambição, era mais procurar criar espaços. E até agora nunca perdemos essa dimensão. Então, hoje a Trupe é contratada pra fazer shows, e recentemente ganhamos Aldir Blanc, que é um processo raríssimos. Em 18 anos, foram muito poucos os editais que inclusive topamos escrever.
Mas, nossa coisa inicial sempre foi entender como bancamos nosso próprio trabalho. Então tem uma lojinha, por exemplo, que de tempos em tempos ajuda muito.
E o curioso foi que, sem cachê nem nada, eu fiquei muito duro na pandemia, e cobrava da Trupe uma ajuda
Marcos: Um auxílio emergencial.
“Primeiro, recorremos a nós mesmos, sem propósito algum. Começamos a fazer reunião online para nos vermos. Não tinha disco, não tinha nada, somente socorro. Precisávamos rir”
Ciça Góes
Galo: A gente nunca abandonou a ideia de ter um caixa coletivo, uma conta coletiva, que é o dinheiro que vem do streaming, da lojinha, é o dinheiro que sai de não sei onde, uma parte do cachê que a gente vai colocando ali… Então se realmente tiver de novo algum obstáculo terrível, ainda teremos um pouquinho ali guardados para nós…
Marcos: Casas de show tá muito difícil, é uma cena que paga pouco, pelo menos para bandas do nosso tamanho. E também entendemos a posição dessas casas, que estão nessa luta. Então, todas essas políticas públicas e governamentais são fundamentais.
Ciça: E o bacana se envolver com isso, e estamos nos envolvendo mais nos últimos anos, é que essas iniciativas juntam as duas pontas. De um lado quem produz, do outro, de quem é atingido. Editais de circulação e iniciativas que juntem quem produz e não escoa com quem quer receber e não recebe são fundamentais.
Outra coisa interessante é poder escolher onde vamos tocar. Não vamos mandar um projeto para um lugar que tenha uma atividade muito forte, como, por exemplo, Campos do Jordão. É um lugar que não tem tanto interesse, com bastante promoção de cultura. Nós preferimos procurar lugares que não acessam tanto conteúdo de fora.
E muita gente que nos assiste se inspira também, porque essas pessoas nos veem no palco e pensam: se eles podem, por que não eu?
O Galo disse uma coisa e tenho que concordar com ele, e quero que vocês não me entendam mal, eu ouço as músicas de vocês e vejo que realmente não tem uma pretensão. Não que não haja artisticamente, mas não há uma percepção de pretensão de ganhar dinheiro ou estourar. E aí vocês citam o Karnak, que a mim soa igualzinho. É uma consciência difícil de alcançar enquanto artistas, muitos deles juntos?
Cabelo: Todo mundo tem vários trabalhos fora da Trupe. O Galo tem uma carreira solo, está lançando seu quinto disco. Várias pessoas tocam em sambas, tenho a banda Fera Neném com o Pedro Gongom [que toca bateria e percussão na Trupe], alguns são professores, técnicos de estúdio, produtores, arquitetos, jornalistas. Isso corrobora o que o Galo falou sobre o mote da Trupe não ser o de uma banda pra fazer sucesso ou dinheiro. O que nos move mais é o tesão e a amizade.
Marcos: Também não é assim, que não queremos. Sempre quisemos tocar para público, fazer as coisas rodarem, mas concordo que não é nossa primeira motivação. Talvez a segunda.
Galo: A sétima, talvez? [risos]
Marcos: É, putz.
Cabelo: E também é difícil explicar o som da Trupe. São 12 pessoas, vários instrumentos e influências. Não nos enquadramos na prateleira do reggae, mas às vezes tocamos. Não somos uma banda de samba, mas o colocamos lá no meio também…
Marcos: Tanta gente também traz muita referência diferente. Não sei isso faz a música ser despretensiosa, porque também pode parecer pretensioso colocar todos os estilos junto, mas acho que faz soar meio como…
Ciça: Brincadeira.
Marcos: É, sinais de brincadeira, uma mistura que mostra que topamos tudo sem pensar se o produto final vai ficar vendável ou não, se é pop ou não. As influências de samba, de música eletrônica, das músicas do leste europeu, quando são muito misturadas, são incontroláveis, foge de controle.
Galo: Nós envelhecemos, entendeu? É bonito isso. Não temos mesmo mais essa pretensão, estamos em uma banda de pessoas mais velhas. Eu fiz 38 anos hoje!
Cara, se você olhar para o mercado da música que circula mesmo, que tá em voga, pô, são todos muito mais jovens! Não a galera da chamada MPB, nós estamos no sexto ou sétimo disco, quase 20 anos de estrada, sabe? A pretensão, ela realmente vai embora, isso é ótimo. Sabe assim, dá mais liberdade mesmo.
Sabemos que não vamos tocar na rádio ou na novela, nem tirar o pé da lama. Que ótimo. Isso cria uma realidade muito gostosa de se viver. Pô, vamos trabalhar, fazer nossos discos! Porque quando a gente começou, não tinha ambição nenhuma, pretensão nenhuma.
Marcos: De repente pintou uma pretensão, sabe?
Galo: É, acho que aquilo foi uma maluquice. Com a música “Na Garrafa” estourando, vencendo o Disk MTV em cima do Justin Bieber [risos], chegamos a tocar para 5, 10 mil pessoas.
Marcos: Aquilo foi um momento muito curto da nossa trajetória, sabe? E depois, de novo, a realidade.
“Casas de show tá muito difícil, é uma cena que paga pouco, pelo menos para bandas do nosso tamanho. E também entendemos a posição dessas casas, que estão nessa luta. Então, todas essas políticas públicas e governamentais são fundamentais”
Marcos Ferraz
Galo: Estamos todos nos aproximando dos 40 anos, as famílias crescendo, as crianças nascendo. Cada um com seus trabalhos. É muito gostoso, é o outro lado dessa história. E podemos fazer os discos que quisermos também. Nesse sentido acho que tem um pouco a ver com o Karnak, que se encontra uma vez por ano para fazer coisas maravilhosas.
Marcos: A diferença é que a gente se encontra toda semana [todos riem]. Mas tudo bem, a coisa tá…
Galo: A gente não tem 60 anos ainda, nem 50. Talvez com 50 a gente se veja uma vez por ano.
Marcos: Mas ainda nos vemos muito, fazemos muitas coisas juntas. Vamos inventando assuntos, é uma loucura também.
Cabelo: Para além da banda. Outro dia estava sem saber o que fazer em casa, queria sair. Pra quem vou ligar? O Mumu [Marcos]! O Mumu que sabe das coisas.
Marcos: Mas acho engraçado pensar um pouquinho nessa curva que o Galo falou, que eu acho bem visível. Começou totalmente despretensioso, fazendo baladinha, tocando música meio carnavalesca. Era uma zoeira, ninguém imaginou que fosse uma. De repente estávamos enchendo casas legais, gravamos um disco. E aí vem alguma pretensão, vem um deslumbramento. E aí “Na Garrafa” deu essa bombada.
Acho que nesse momento veio a cabeça de fazer rolar. Mas que na hora, ali, entramos em uma dinâmica que fomos nos influenciando. Posso falar por mim, queria ir mais de cabeça, pegar o bonde. Mas outras pessoas não quiseram, e você tem que dialogar, entender a dinâmica das coisas, que é coletiva.
Então, e nos últimos anos, ainda mais com a pandemia e Bolsonaro, veio uma aceitação mais geral do lugar em que a banda está. E mesmo eu, que queria fazer rolar, agora estou mais nesse lugar que acho muito especial, que a banda tem e ocupa na minha vida e nas nossas.
E sim, faço trabalho pra caralho pra banda, quero ver rolar, mas num outro lugar, assim, de menos ansiedade, de menos…
Galo: Eu falo isso mas acho que, com os 20 anos de banda, merecemos fazer um show pra 100 mil pessoas. Maravilhoso!
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As próximas datas da Trupe Chá de Boldo
17/8 – Centro Cultural Clemente Gomes, em São José dos Campos – São Paulo
18/8 – Circo Pandavas, em Monteiro Lobato – São Paulo
20/8 – Praça Anchieta, em Ubatuba – São Paulo
8/9 – Fábrica de Extintores, em Ribeirão Preto – São Paulo