“Enquanto você voava, eu criava raízes” entra em cartaz no Rio de Janeiro
Espetáculo de dança da dupla Cia Dos à Deux faz curta curta temporada no Teatro Adolpho Bloch

Criado por André Curti e Artur Luanda Ribeiro, da Cia Dos à Deux, o espetáculo Enquanto você voava, eu criava raízes reestreou no Teatro Adolpho Bloch, no Rio de Janeiro, na última semana. A produção sensorial, amplamente elogiada nos últimos anos, combina teatro, dança e cinema em uma dramaturgia silenciosa e expressiva, repleta de camadas interpretativas que exploram temas universais, como amor e separação.
Após temporadas bem-sucedidas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a peça foi reconhecida com os prêmios APTR (Associação dos Produtores de Teatro) nas categorias de melhor música, cenografia e espetáculo, além do Shell de melhor cenário.

O espetáculo constrói imagens que evocam sonhos e surrealismo, buscando alcançar representações do inconsciente conectadas a sensações universais. Essa inquietação traduz uma constante busca por algo que muitas vezes não conseguimos nomear. “Para mim, nesse espetáculo, ficamos à beira do abismo desde o início. São os abismos que temos dentro de nós, essa sensação de vazio permanente, de que há algo dentro se abrindo e um outro eu está caindo dentro de si”, afirma um dos criadores.
A crítica teatral Gabriela Mellão sintetizou o universo simbólico da obra criada pela dupla em texto exclusivo para a Bravo!: “O espetáculo apresenta a possibilidade de uma vida de convergências, num diálogo sensorial com o público. Propõe uma relação de soma em vez de subtração, sem antagonismos de qualquer ordem, na trilha de um caminho em que diferenças se confundem com semelhanças, rupturas se tornam laços e o ódio dá as mãos ao amor. Nesse sentido, pode-se apontar a liberdade como tema central desta obra. Não há fronteiras em Enquanto você voava, eu criava raízes. Tampouco há história. Nem mesmo fio narrativo. Não há bordas, não há palavras, não há identidade fixa ou pré-determinada. E o que há? Há rigor estético, há escrita poética de um teatro físico sem limites ou concessões, há esperança.”

Teatro Adolpho Bloch – Rua do Russel, 804 – Glória, Rio de Janeiro
De 9 de janeiro a 2 de fevereiro. Quinta/sexta/sábado, às 20h.
Domingo às 18h.
Ingressos: R$60,00 (meia entrada) e R$120,00 (inteira)