Festival de Curitiba: 8 peças imperdíveis

O Festival de Curitiba é um dos eventos mais importantes da cidade por movimentar o circuito cultural e impulsionar o turismo e a economia local. A mostra, que acontece entre os dias 27 de março e 9 de abril, contempla peças de teatro, debates sobre arte, performances e oficinas. Ao todo, são mais de 350 atrações para o público de todas as idades.

Esta é a chance de conferir espetáculos memoráveis, como o último trabalho dirigido por Jô Soares. Gaslight – Uma Relação Tóxica é um dos maiores sucessos da história da Broadway e tem trilha sonora é composta por músicas de Zeca Baleiro e Newton Moreno. O monólogo Ficções, protagonizado por Vera Holtz, também estará em cartaz e propõe uma reflexão sobre a existência humana. Os ingressos vão até R$ 80 e podem ser adquiridos através do site oficial.

Abaixo, listamos os destaques da programação:

Gaslight – Uma Relação Tóxica

A comédia foi o último trabalho de Jô Soares no teatro e um dos maiores sucessos da história da Broadway. A peça retrata um casal em conflito, vivido por Jack e Bella. Ele, que no início do casamento se mostrava doce e apaixonado, se revela impaciente e menos cordial após a alegação de que sua mulher sofre de algum desequilíbrio mental. Ela sente que está ficando louca, mas, ao buscar apoio do companheiro para lidar com a suposta doença, encontra apenas a resistência do homem, justificando não ter mais forças para lidar com a situação. O texto, que é de 1938, ganhou versão nos cinemas em 1944, e continua popular até hoje e evidencia uma discussão atual da sociedade. O elenco conta com Erica Montanheiro, Giovani Tozi, Leandro Lima e Maria Joana.

Hamlet

Um grupo de pessoas com síndrome de Down sobe ao palco para compartilhar seus anseios e frustrações por meio de uma versão livre de Hamlet. A peça é uma trama entre o texto de Shakespeare e a vida dos atores e toma como ponto de partida a questão da existência: Ser ou não ser? O que significa ser para as pessoas que não encontram espaços onde são levadas em consideração? Nas palavras de Chela De Ferrari, diretora e dramaturga da peça: “Historicamente, as pessoas com Síndrome de Down têm sido consideradas um fardo, um lixo social. Que valor e sentido tem hoje sua existência em um mundo onde eficiência, capacidade de produção e modelos inatingíveis de consumo e beleza são o paradigma do ser humano?”

Square

Está é uma discussão sobre os possíveis conceitos e acontecimentos de uma praça, resultando em uma explosão sonora e sensorial. Uma guia acompanhado por um músico conduz um grupo de turistas pela Praça Santos Andrade numa experiência sonora. O que é uma praça ideal? A praça é apenas um local de passagem ou também acontecem encontros reais? O que nos faz sair das nossas próprias bolhas? Wunderbaum, junto dos atores brasileiros Monique Vaillé e Pedro Uchoa e do músico Jens Bouttery, realizam essa performance com a participação de pessoas de Curitiba, em uma grande explosão sonora, rítmica e sensorial. A peça se apresenta na Holanda em Setembro.

Karaíba

O espetáculo tem como compromisso ético uma equipe majoritariamente composta de artistas e profissionais de produção indígenas. Karaíba é a adaptação do livro homônimo de Daniel Munduruku, onde só a imaginação nos faz seguir e entender as palavras e profecias de um passado e um presente vivos em nós. Neste espetáculo, o convite é para imaginarmos essas terras 523 anos antes das caravelas. Imaginar os povos Tupinikin, Turyaçu e Anhangás que aqui viviam e vivem, seus conflitos e seu modos de ver o mundo. Imaginar o karaíba percorrendo pelos caminhos de Pindoretá junto aos personagens dessa nossa odisséia sonora teatral.

O Bem Amado Musicado

Odorico Paraguaçu é candidato a prefeito de Sucupira, uma cidade fictícia do litoral baiano que não tem cemitério e obriga os moradores a enterrar seus mortos em municípios vizinhos, e se elege com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”. Porém, a questão para Odorico é que ninguém morre para que o cemitério seja inaugurado. O elenco conta com Cassio Scapin, Marco França, Eduardo Semerjian e mais!

Grupo Corpo: Primavera e Breu

O Grupo Corpo chega no Festival de Curitiba trazendo Primavera, espetáculo criado durante a pandemia, com trilha da Palavra Cantada. Completa o programa, Breu, de 2007, coreografado por Rodrigo Pederneiras e com música de Lenine. Em Primavera, o balé incorpora e, de certo modo, abraça as interdições daquele momento pandêmico. Em Breu, uma tradução poética da violência e da barbárie dos dias que vivemos, em que a potência, a angulosidade e a rispidez dão o tom do balé.

Ficções

A partir do best-seller Sapiens, do escritor israelense Yuval Harari, o espetáculo fala da capacidade humana de criar e acreditar em ficções: deuses, dinheiro, nações… o que foi ou não inventado? Mas, apesar dessa habilidade inédita e revolucionária que alçou nossa espécie à condição de “donos” do planeta, seguimos inseguros e sem saber para onde ir. Você está satisfeito? O monólogo tem Vera Holtz como protagonista.

Sonho de Uma Noite de Verão

Uma versão alegre e celebrativa da obra de Shakespeare, com direção de Maurício Vogue. O espetáculo tem como proposta “a grande homenagem a vida”, transpondo toda a encenação por meio de uma grande celebração, que terá como cenário o estonteante Jardim do Dizzy Café Concerto, localizado em uma das históricas construções de Curitiba. O espetáculo ainda conta com a presença de uma DJ, que operará a trilha em todas as apresentações.

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