Avatar do usuário logado
OLÁ,

Musical Hair ganha nova montagem no Brasil

O espetáculo estreia em 4 de julho, no Rio de Janeiro, com direção de Charles Möeller e Claudio Botelho

Por Redação Bravo!
28 jun 2025, 09h00
hair-musical-rio-janeiro
Elenco do musical Hair (André Wanderley/divulgação)
Continua após publicidade

Poucas obras marcaram tanto a história do teatro musical quanto Hair. Lançado em 1967, em Nova York, no palco do Joseph Papp’s Public Theater — reduto da cena Off-Broadway —, o espetáculo logo se tornaria um fenômeno cultural. Com letras e libreto assinados por Gerome Ragni e James Rado, e música de Galt MacDermot, Hair conquistou a Broadway no ano seguinte e espalhou-se pelo mundo com seu grito de liberdade, psicodelia e enfrentamento político.

 

Para além de uma inovação dramatúrgica Hair se impôs como manifesto, que finalmente dizia aquilo que estava entalado na garganta de tantas pessoas. Com o pano de fundo da Guerra do Vietnã, o espetáculo deu voz à juventude hippie, questionou a moral vigente e escancarou temas que raramente apareciam no palco: a revolução sexual, os direitos civis, os amores não normativos, o pacifismo e os efeitos nefastos do militarismo. A trilha sonora, com clássicos como “Aquarius”, “Let the Sunshine In”, “Good Morning Starshine” e a faixa-título “Hair”, rapidamente tornou-se hino de uma geração que acreditava no poder do amor e da desobediência.

No Brasil, Hair estreou em 1969, em plena ditadura militar, no Teatro Bela Vista, em São Paulo, sob direção de Ademar Guerra. Em cena, um elenco jovem e ousado, que se tornariam ícones da teledramaturgia: Antônio Fagundes, Sônia Braga, Ney Latorraca e Nuno Leal Maia, entre outros. Apesar (ou por causa) de sua postura provocadora, a montagem ficou dois anos em cartaz e enfrentou a censura mais de uma vez. Um dos momentos mais impactantes, a cena de nudez coletiva ao fim do primeiro ato, era defendido por elenco e produção como um gesto político: um corpo nu não deveria chocar mais do que os corpos mortos em combate.

Em julho, Hair retorna ao Brasil em nova montagem assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho, com estreia no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro. No segundo semestre, a produção segue para São Paulo, onde marcará a reabertura do antigo Teatro Alfa, agora rebatizado de BTG Pactual Hall. A nova produção brasileira traz Rodrigo Simas como Berger e Eduardo Borelli no papel de Claude.

Ambientado nos Estados Unidos no final dos anos 1960, Hair acompanha um grupo de jovens hippies que forma uma “tribo” em Nova York, vivendo à margem da sociedade e promovendo ideais de paz, amor livre e resistência ao sistema. Em meio ao contexto turbulento da Guerra do Vietnã, o grupo celebra a liberdade sexual, o uso de drogas psicodélicas e o espírito pacifista, enquanto confronta normas sociais, racismo, homofobia e o autoritarismo político.

Continua após a publicidade

O conflito central gira em torno de Claude, um jovem dividido entre o desejo de permanecer com seus amigos e o chamado do exército para lutar no Vietnã. Sua escolha simboliza o dilema de toda uma geração: submeter-se às regras estabelecidas ou lutar por uma nova forma de existir. A grande questão é saber se Hair ainda é capaz de provocar em 2025, num mundo atravessado por novos conflitos armados, muitos ainda envolvendo os Estados Unidos, e em uma época em que a nudez, por si só, já não causa escândalo.

Hair

Teatro Riachuelo RJ | R. do Passeio, 38/40 | Centro, Rio de Janeiro
Período: de 4 de julho a 21 de setembro
Quintas e sextas às 20h; sábados às 16h e às 20h; domingos às 15h
Ingressos a partir de R$ 25

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

 

 

Publicidade