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Osmar Prado: ‘Nunca fui ator burocrata. E disso, a televisão tem medo’

O ator falou sobre o seu retorno ao teatro com a peça “O veneno do teatro”, no Sesc Santana, e sobre sua despedida da TV Globo

Por Humberto Maruchel
Atualizado em 14 mar 2024, 14h58 - Publicado em 11 mar 2024, 09h00
Barbaridade
 (Equipe/divulgação)
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Já se passaram dez anos desde a última vez que o ator Osmar Prado pisou nos palcos. Naquela circunstância, estava em cartaz com a peça Barbaridade. Depois disso, emendou diversos trabalhos na televisão, que culminaram em sua participação na novela Pantanal, interpretando o lendário personagem Velho do Rio, atuação que lhe valeu o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) em 2022.

A peça O veneno do teatro, com texto do roteirista espanhol Rodolf Sirera e direção de Eduardo Figueiredo, veio para quebrar este hiato. Em cartaz no Sesc Santana, a peça fará uma curta temporada no teatro paulista, até 24 de março.

No palco, Osmar se transforma em um psicopata. Ou melhor, no marquês Monsieur Le Marquis, diretamente do início do século XX, de Paris. A obra tem início com o renomado ator Gabriel de Beaumont (interpretado por Maurício Machado) prestando uma visita na casa do marquês. Já nos primeiros instantes, o público percebe que ao vaidoso ator foi armada uma cilada em que ele se torna, aos poucos, uma cobaia de um exótico experimento que poderá lhe custar a vida. Sádico, o marquês se veste de mordomo da casa para confundir Gabriel. E com isso, testa a reação do ator, que, dado às convenções e maneirismos de uma sociedade aristocrática, expressa verdadeiro desprezo pelo funcionário. O marquês tenta com isso escancarar a hipocrisia do ser humano. Mas isso, entretanto, não reduz os próprios vícios e intenções sociopatas. “A peça desmascara aquilo que somos. O público ri com o Marquês, pois ele é uma figura simpática, carismática. Eu faço dessa maneira propositalmente. O público se identifica com essa maldade, pois todos temos um pouco de maldade em nós mesmos. Somos canalhas em potencial”, diverte-se Osmar, em conversa com a Bravo!. 

No ápice da obra, o aristocrata sugere que o ator interprete uma cena de uma peça escrita pelo próprio marquês. Nela, Gabriel de Beaumont é desafiado a representar a morte de Sócrates. Algo que, na opinião do marquês, seria impossível interpretar com distinção e naturalidade, já que para isso seria necessário conhecer a própria morte. O que começa como uma brincadeira se torna um jogo de vida e morte, no qual o ator precisa salvar a própria vida.

Para Osmar, não há muitas diferenças entre o texto, aparentemente clássico, e as circunstâncias do mundo atual, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, ou mesmo os ataques israelenses contra a Palestina, como demonstrações perniciosas do poder. “[São] os poderes absolutos que matavam sem nenhum tipo de consequência.” O Marquês, afinal, sabe que sairá impune independentemente de suas ações. Na entrevista abaixo, Osmar Prado sobre sua volta ao palco, suas despedidas da Rede Globo e do ofício da atuação.

Osmar, muito obrigado pela disponibilidade. Já se foram quase 10 anos desde a sua última peça. Por que levou tanto tempo para o senhor voltar?

Não costumo medir o tempo, mas meu último espetáculo foi o musical “Barbaridade”. E depois disso, a televisão me cooptou neste período e, evidentemente, que não houve nenhum espetáculo que me interessasse, que me atraísse no sentido de voltar ao palco. A exceção foi “O veneno do teatro”.

O que atraiu o senhor a este texto?

O magnífico texto histórico do autor e a causa pela qual ele foi escrito. Eu pretendia fazer uma peça, cheguei a cogitar a montagem de Dois perdidos numa noite suja, com Irandhir Santos durante nossa participação em Pantanal. Nós conversávamos muito, mas como o Irandhir mora distante do Rio e de São Paulo, nossa comunicação tornou-se difícil e, infelizmente, não ocorreu. O que acabou sendo ótimo, pois, quando menos esperava, Eduardo Figueiredo me convidou para fazer O veneno do teatro. Eu nem conhecia a obra, mas ao ler o texto, tive duas reações. A primeira, foi a vontade de participar de uma peça num universo tão complexo e, a segunda, a dificuldade, de forma crítica, de entender que talvez eu não tivesse condições, pela minha idade e pelo esforço físico que isso representaria, de recusar o convite.

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Entre idas e vindas, não tive como recusar; eu me apaixonei pelo texto. E agora que já estreamos o espetáculo, tenho a impressão de que ele será infinito enquanto durar.

A peça fala, em boa parte, sobre o ofício da atuação, sobre os diferentes estilos, como o naturalismo, e a impossibilidade de artistas da cena alcançarem certas emoções, justamente pelo fato de nunca terem as experimentado. Qual é a sua percepção diante dessa discussão?

Na verdade, é a visão de um psicopata. O Marquês se utiliza da representação para levar a cabo os seus intentos homicidas, de desprezo pela vida humana. Ele é implacável em relação aos seres humanos, à hipocrisia, às máscaras, à falsidade do universo em que vivemos. E dos sistemas que são interesseiros, excludentes e que mantêm grandes bolsões na miséria. Agora mesmo, estamos vendo em Gaza um genocídio a céu aberto dizimar um povo. O Lula teve toda a razão ao comparar a situação com o Holocausto. Os poderes absolutos que matavam sem nenhum tipo de consequência. O ser humano é um animal, como o próprio Marquês diz na peça, pior do que os animais mais cruéis que habitam as florestas. O que vemos é a bestialidade, a força bélica destruindo vidas.

Interessante esse percurso de pensamento e relação de circunstâncias. É um texto de época, mas que, de certa forma, consegue ultrapassar a temporalidade e fazer conexões com a realidade atual.

Sim, está na ordem do dia. Mesmo o Marquês sendo um psicopata, ele não é um hipócrita. Ele assume sua canalhice e tem poder absoluto, de vida e de morte. O que teria acontecido com o Marquês logo após o assassinato do ator, Gabriel? Nada, ele simplesmente daria fim no corpo, ninguém ficaria sabendo, como ele próprio diz, pois não havia nenhuma testemunha. Ele afirma que ninguém poderá puni-lo, pois ele representa o poder.

Esse texto é um grande exemplo de como uma boa peça não é nunca fechada em si, mas se torna uma ponte para entender o comportamento humano.

Sem dúvida, a peça desmascara aquilo que somos. O público ri com o Marquês, pois ele é uma figura simpática, carismática. Eu faço dessa maneira propositalmente. O público se identifica com essa maldade, pois todos temos um pouco de maldade em nós mesmos. Somos canalhas em potencial. Essas representações diárias são vitais para a sobrevivência do status quo e até para nossa sobrevivência como indivíduos.

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Qual foi a dificuldade de encarar um personagem desses?

O Marquês se desdobra em três personagens: o criado, o Marquês e o cientista, quando ele tira a casaca. O cientista se revela quando demonstra não ter empatia com ninguém. Ele quer dar prosseguimento às suas experiências, tendo como cobaia um ser humano dentro de seu castelo. É o poder absoluto fazendo sua experiência.

Você se inspirou em alguma figura pública?

Não, busquei em mim mesmo. Tenho dentro de mim mesmo a potencialidade para tudo. Não esqueça que fiz Hitler no teatro, em 1993, e ganhei prêmio de melhor ator na ocasião.

Esse deve ter sido um desafio enorme.

Sim. A minha ousadia de ter aceitado fazer esse papel me valeu um pesado preço, mas eu não recuei, pois ninguém pode me dizer o que eu devo ou não representar. Represento personagens, tenho total liberdade de escolher. O teatro é uma tribuna livre. Se você não concorda com o que se passa no palco, faça uma campanha contra, não vá, não pague o ingresso. Aliás, o espetáculo não era sobre o Hitler, era sobre a bestialidade de um líder alemão, que conjugado com outras nações, deflagrou a Segunda Guerra Mundial. O Reich alemão foi projetado para durar mil anos, e durou 13, com milhões de pessoas assassinadas.

Barbaridade
Maurício Machado e Osmar Prado caracterizados para a peça “Barbaridade” (Equipe/divulgação)

O senhor foi alvo de críticas na época?

Muitas. E fui alvo de proselitismo nazi-fascista, de correspondência de Santa Catarina, que me parabenizou por essa interpretação. Um absurdo. Mas, evidentemente, que não assistiram ao espetáculo, pois se tivessem visto, não teriam enviado uma correspondência de apoio. O espetáculo não fazia proselitismo da obra de Hitler, mas o colocava como um facínora, insensível, mas que tinha apelo popular. Acho que após o prêmio, os críticos se calaram e minha carreira prosseguiu normalmente.

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Quando Ralph Fiennes fez um oficial nazista em A Lista de Schindler, ele disse: “Parti do princípio que este oficial, um dia, foi um bebê envolto em fraldas”, assim como Hitler foi um dia. Mas o que ele se tornou futuramente, não nos cabe dizer. Em potencial, toda criança pode se tornar muitas coisas.

Como o senhor se prepara antes de entrar em cena? Tem algum ritual?

Não tenho. Depois de vestir o figurino, após o primeiro sinal, vou para a coxia, e fico aquecendo a minha voz e fico em movimento, de um lado para outro. Assim como fazia o Sérgio Cardoso, quando aos 12 anos eu subi ao palco pela primeira vez, numa peça em que ele era o protagonista. Eu via o Sergio indo para lá e para cá fazendo exercícios de liberação das cordas vocais e de respiração. Herdei esse hábito, mas nada além disso. É concentração absoluta.

O senhor lembra a melhor dica ou aprendizado que recebeu no teatro?

Tenho uma da Elza Gomes. Ela disse para mim uma vez: “Toda vez que você sentir segurança em relação à sua personagem, leia o texto novamente. Ao ler, você marca encontro com ela, não precisa mais do que isso para criá-la”. Algumas informações gerais são importantes, mas é lendo o texto que você descobre.

Outro aspecto que a peça traz é sobre as inúmeras funções que o teatro pode ter. Isso muda diante do contexto?

Teatro é imortal. Onde houver alguém disposto a falar e outro disposto a ouvir, ele se realiza. Pode ser na rua, na casa das pessoas…Teatro é obra viva, ele tem um ritual. As pessoas precisam sair de suas casas, enfrentar conduções, sentar numa plateia. Não tem comercial ao longo do espetáculo. É o único lugar em que o ator é soberano.

Como dizia Paulo Autran: “o cinema é arte do diretor e o teatro é a arte do ator. E a televisão é a arte do patrocinador.”

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Como foi a sua experiência na televisão?

Nesses anos todos que fiz televisão, fui usado por ela, mas eu também a usei a meu favor. Fiz meus personagens como eu bem entendi, nenhum diretor ou autor conseguiu me cercear. Os melhores autores e diretores adoravam trabalhar comigo. Os diretores criativos nunca tiveram problemas comigo, apenas os burocratas. Só aqueles que reprimem porque não querem que você ultrapasse o limite determinado pela empresa, aí dançou. Eu sou um criador. Quando eu fiz o Lobato na novela O Clone, a autora escrevia textualmente para eu improvisar. Quando ele fazia terapia, e foi muito inteligente da Glória Perez, pois terapia não pode ter censura. Jayme Monjardim, o diretor, chegava no estúdio e perguntava “Vamos ensaiar ou vamos direto?”. Eu tinha toda liberdade. Isso em televisão não é pouca coisa. Nunca abri mão do improviso na TV. Não aquele improviso barato, mas o consequente. Nunca abri mão do sentimento, da minha vontade de criar. Nunca fui ator burocrata. E disso, a televisão tem medo.

Quando o senhor diz burocrata, quer dizer um operador do sistema?

Não, o burocrata é aquele que elabora um sistema imutável. Tem que ser assim ou assado. Eles têm medo da criação. A criação traz consequências, traz consciência política. E consciência gera transformação social. É por isso que o artista, como o próprio Marquês diz, é a mais desprezada, no entanto, a mais invejada das profissões. O Sirera foi cirúrgico.

O senhor acha que a TV foi corrompida por toda essa burocracia?

Não, ela não foi corrompida. Ela é o sistema. A função dela é manter as pessoas sob controle. Desde o rádio, o advento da televisão. Eu passei por todas essas fases, da televisão ao vivo para a televisão industrial. Não estou falando apenas da Rede Globo, mas da comunicação de modo geral. Como surgiu o bolsonarismo? Quem apoiou o bolsonarismo? É isso que o Sirera denuncia. Você tem que ter um ator que obedeça, não um ator que crie. A criação é uma postura revolucionária. Por que penalizaram o Paulo Freire, o educador? Porque o processo de alfabetização dele era revolucionário. Quem é que manda historicamente? É o povo, não é a elite. A elite é dependente da massa, por isso tem que mantê-la sob rédeas.

O senhor tem intenção de voltar para televisão ou foi um rompimento definitivo?

Meu amigo, eu sou um ator que circula nas três áreas. Sou oriundo da televisão artesanal, da década de 50, passei por todos os períodos da televisão, circulo pelo teatro e pelo cinema. Eu não briguei com a Rede Globo, nem ela comigo. Foram circunstâncias normais como em qualquer relação. Mas eu enxergo a Globo como ela é. E ela dá a mim a importância que ela acha deve dar. Portanto, eu disse não dessa vez e estou me dedicando exclusivamente ao teatro. Fui sondado para fazer Guerreiros do Sol, eu disse não, porque não entramos num acordo financeiro e fui sondado para fazer o remake de Renascer, que eu acho que não deveria fazer até por circunstância. Eu fiz um personagem emblemático, o Tião da Galinha, não seria legal eu estar no remake, já que outro ator iria fazer esse personagem, que é o Irandhir Santos. O melhor é não botar a cara nesse remake, pois confere liberdade ao Irandhir fazer seu personagem com tranquilidade. E eu disse que só voltaria para televisão quando a proposta fosse boa e um trabalho inédito, onde eu possa ter minha criação liberada numa nova personagem.

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O que aconteceu?

Houve diferença de interesses. Eles não me receberam pessoalmente para negociar. Uma pessoa que eu não conhecia, tentou negociar o meu contrato, me oferecendo valores inferiores àquilo que eu ganhava. Depois de muitos anos de trabalho lá. Isso eu não posso tolerar. Mas não houve briga. Como em todo o meu processo de vida, eu e a minha companheira, fomos organizados, nós tivemos possibilidade de dizer não. Hoje, estou num retorno magnífico ao teatro e pretendemos fazer infinitamente enquanto durar.

Espero que esse reencontro com o teatro se prolongue por um bom tempo.

Eu também. Não pretendo fazer nada enquanto estiver fazendo essa peça. Se ele se consagrar por muito tempo, eu não volto para televisão e nem farei cinema. Sinto como se eu estivesse numa companhia, são pessoas extraordinárias, sensíveis. Estou me sentindo absolutamente em casa com eles. Eles foram até o Rio de Janeiro para ensaiarem comigo. Isso não é pouco no teatro, é um grande sinal de respeito. Não há preço que pague por isso.

A televisão, a Rede Globo, não foi elegante comigo no meu dissenso. Não estou criticando a necessidade dela, ela sabe onde lhe aperta o calo. Mas acho que a pessoa que conversou comigo para consagrar o meu desligamento não foi uma pessoa adequada. Era um executivo absolutamente insensível para dar prosseguimento a esse desenlace. E eu agi da mesma forma em relação a ele e à própria televisão. Ela foi educada, mas fria, insensível, como aquela pessoa encarregada de dar uma sentença sem ter nenhuma empatia com o condenado. Eu só disse o seguinte:

“O único problema da televisão não ter o ator contratado é que amanhã pode precisar dele e não ter.”

O desligamento foi feito antes dos dois convites?

Muito antes. Ao término de Pantanal, antes das homenagens que me prestaram no programa do Luciano Huck, fui chamado e dispensado. Eu aceitei sem reclamar. E duas vezes eles me chamaram, duas vezes eu disse não.

Quantos anos de casa?

O primeiro contrato que assinei com a Rede Globo foi em 1965. Eu havia acabado de fazer uma obra de grande sucesso, um personagem de absoluto sucesso. Eu e a Isabel Teixeira ganhamos o APCA por atuação. E mesmo assim, outorgaram a um executivo o meu desligamento. Ele cumpriu o seu papel como se faz quando você realiza uma transação comercial.

Há muitos anos, quando eu ainda era ingênuo, o Sérgio Britto me disse: “Osmar, você não enxerga a televisão com a máscara que ela se apresenta.” Aquilo nunca saiu da minha cabeça. A minha postura foi sempre obedecer a minha intuição, o meu processo de criação, a minha maneira de atuar.

Em algum momento, o senhor se sentiu censurado?

Muitas vezes. Tive personagens que foram afastados. Uma vez fui chamado para uma reunião na sala do Paulo Ubiratan, que era diretor-geral. E eu disse para minha companheira que a reunião era para tirar personagem, pois ele tinha estourado. Mas dessa vez foi o contrário. Era uma reunião com o autor, com as atrizes, comigo, para dar mais cenas, desenvolver mais os personagens.

E neste percurso, o senhor sentiu medo por se expor e falar o que pensa?

Medo sempre sentimos, mas na minha personalidade a coragem sempre falou mais alto. A coragem ganha do medo. Quando você age corretamente, e tem consciência do seu posicionamento, dos seus princípios, é muito difícil errar. Isso está atrelado à consciência sócio-política-econômica. Quando você tem isso muito bem consolidado no seu interior, você dificilmente erra.

Barbaridade
(Equipe/divulgação)
O Veneno do Teatro

Local: Teatro do Sesc Santana – Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Jd. São Paulo.
De 23/02 a 24/03, de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h.
Sessões com audiodescrição: Sexta, 22/03, às 15h, e sábado, 23/03, às 20h.
Domingos, de 03 a 24/03, às 18h.
Sessão gratuita para maiores de 60 anos: quinta, 21/03, às 15h.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia) R$ 15,00 (credencial plena).
Duração: 70 minutos.

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