Teatro de Contêiner aceita novo terreno, mas falta verba para mudança
A Companhia Mungunzá aceitou a área indicada pela Prefeitura para a reinstalação do espaço, mas afirma não ter condições de custear a desmontagem da estrutura
A mudança do Teatro de Contêiner Mungunzá, previsto para deixar o terreno que ocupa na Rua Helvétia, no centro de São Paulo, segue sem solução. A Companhia Mungunzá aceitou a área indicada pela Prefeitura para a reinstalação do espaço, mas afirma não ter condições de custear a desmontagem, o transporte e a remontagem da estrutura.
Segundo o grupo, a gestão municipal estimou em cerca de R$ 2 milhões o valor necessário para a operação, mas apresentou como proposta o repasse de R$ 100 mil — cerca de 5% do total. A companhia também relata que solicitações como ampliação do lote, apoio à programação de reinauguração e inclusão do novo endereço em programas municipais voltados à cultura foram recusadas.
Outro ponto sem acordo é o período de cessão do terreno. A Cia. Mungunzá pediu 30 anos para garantir continuidade às atividades, enquanto a Prefeitura ofereceu cessão de dois anos, com a possibilidade de envio posterior de um projeto de lei à Câmara Municipal para prolongar o prazo, sem garantia de aprovação.
O grupo também afirmou que não obteve autorização para utilizar um galpão vizinho ao terreno, considerado necessário para armazenar equipamentos durante a transição.
Atualmente, a permanência do Teatro de Contêiner no local original está assegurada até 25 de dezembro de 2025, por liminar judicial. Após esse prazo, ainda não há definição sobre o futuro do equipamento cultural.
Leia a nota oficial do coletivo:
“Infelizmente as negociações entre a Prefeitura de São Paulo e a Cia. Mungunzá / Teatro de Contêiner chegaram a um novo impasse sobre a realocação do nosso equipamento cultural.
Mesmo após aceitarmos o terreno oferecido pela gestão – na Rua Helvétia, 807 – uma alternativa que respeita nossa territorialidade e o modo como pensamos teatro e cidade, esbarramos em dois grandes obstáculos:
(1) A própria Prefeitura estimou em R$ 2 milhões os custos de desmontagem, transferência e remontagem do Teatro de Contêiner. Ainda assim, ofereceu apenas R$ 100 mil para executar todo o processo (5% do valor total estimado).
(2) Para garantir estabilidade e evitar um novo despejo no auge das atividades, solicitamos a cessão do terreno por 30 anos, um período compatível com um trabalho continuado e de longo prazo, capaz de consolidar o espaço e permitir que novos frutos sejam cultivados ao longo dos anos. A contraproposta foi uma cessão precária de 2 anos, acompanhada apenas da promessa de enviar um projeto de lei ao legislativo, sem qualquer garantia.
Assim, seguimos expostos a um risco enorme. Não podemos transferir o Teatro para um espaço do qual possamos ser removidos novamente a qualquer momento. Tampouco temos recursos para cobrir a diferença dos custos da mudança.
Durante todo o segundo semestre, buscamos diálogo e sensibilidade da gestão municipal sobre a importância do Teatro de Contêiner. Em troca, encontramos inoperância, negativas monocráticas e um tratamento que nos colocou como infratores, mesmo após mais de uma década de parceria e construção conjunta.
Nossa liminar judicial se encerra em 25/12/2025. Até lá, esperamos que exista vontade política real para resolver essa questão na mesa de negociação.
Seguiremos defendendo este espaço que é patrimônio vivo do nosso país.”
Cia. Mungunzá / Teatro de Contêiner
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