Ana Maria Gonçalves entra para a ABL e rompe 128 anos de exclusão

LITERATURA

Autora de Um defeito de cor, Ana Maria Gonçalves foi eleita para a ABL e se tornou a primeira mulher negra a integrar a instituição em 128 anos de história.

Ela passa a ocupar a cadeira nº 33, antes pertencente ao linguista Evanildo Bechara. É a 13ª mulher a entrar na ABL desde sua fundação, em 1897.

Ao todo, apenas três homens negros ocuparam cadeiras na ABL. Nenhuma mulher negra havia sido eleita até agora — um dado que escancara a tradição excludente da entidade.

A exclusão tem raízes antigas: Júlia Lopes de Almeida ajudou a idealizar a ABL, mas foi deixada de fora por ser mulher. Sua vaga foi entregue ao marido.

Críticas à falta de diversidade e à composição elitista da ABL vêm se acumulando há anos. A eleição de Ana Maria é um marco, mas ainda insuficiente.

Mineira de Ibiá, Ana Maria largou a publicidade para viver da escrita. Seu romance Um defeito de cor se tornou uma das obras mais relevantes da literatura brasileira atual.