A que artista usou IA para recriar cientistas mulheres esquecidas

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Giselle Beiguelman usa a botânica e a inteligência artificial para explorar temas como memória, exclusão e colonialismo. Em sua exposição "Venenosas, nocivas e suspeitas", ela criou um jardim que conecta plantas estigmatizadas a retratos de mulheres cientistas esquecidas, gerados por IA.

Pode parecer pouco familiar, mas as plantas estigmatizadas receberam rótulos por suas propriedades químicas, ou construções sociais — muitas foram associadas à feitiçaria, à rebeldia ou ao perigo.

Por muito tempo, a pimenta-malagueta, por exemplo, foi demonizada na Europa. Da mesma forma que mulheres cientistas foram desacreditadas, excluídas ou tiveram seus trabalhos apropriados por colegas homens.

Para criar esses retratos, foi necessário reprogramar e orientar a inteligência artificial para romper com padrões estéticos hegemônicos e preconceituosos.

Para superar isso, a artista realizou uma extensa pesquisa histórica e iconográfica sobre as cientistas retratadas, a partir de fontes escassas, reconstruindo suas imagens na velhice.

Giselle Beiguelman, em entrevista à Bravo!

Inteligência artificial é horrível? Não. Horríveis são os humanos, que produzem dados que excluem, silenciam, e sobrepõem”